Summary: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === O objetivo do trabalho é investigar as teses conceituais contemporâneas sobre o normal e o patológico em medicina. Após a célebre tese de Georges Canguilhem sobre o tema e sobretudo a partir da década de 1970, a filosofia da medicina anglo-saxônica ofereceu importantes contribuições para o debate. Analisamos principalmente as teses de Christopher Boorse e Lennart Nordenfelt, autores que compartilham com Canguilhem a convicção de que a análise filosófica pode contribuir para o esclarecimento dos conceitos médicos. O primeiro é apontado na literatura como naturalista e o segundo como normativista, polarização apresentada na literatura anglo-saxônica contemporânea que reflete o debate sobre a descrição da saúde e da doença como fenômenos naturais ou como estados determinados por valores antropomórficos. Vemos que, para distinguir o normal do patológico, os autores contemporâneos naturalistas fazem uso dos critérios de função biológica e tipo biológico e os autores normativistas falam em função social e tipos ideais. Problematizamos estes conceitos usando o referencial da filosofia da biologia e dos estudos da deficiência, respectivamente, e notamos que as definições propostas pelos filósofos da medicina merecem ser refinadas. === The objective of this dissertation is to investigate contemporary conceptual theories of the normal and the pathological in medicine. After Georges Canguilhems celebrated text on the theme, Anglo-Saxon philosophy of medicine added important contributions to the debate above all in the 70s. We look foremost at Christopher Boorse and Lennart Nordenfelts writing. These authors shared Canguilhems conviction that philosophical analysis can contribute to the clarification of medical concepts. A dichotomy presented in contemporary Anglo-Saxon literature about health and illness as natural phenomena or states determined by anthropomorphic values, divides them between naturalistic or normative. In order to distinguish normal from pathological, contemporary naturalist authors use criteria of biological functioning and biological types. Normative authors speak of social function and ideal types. We question these concepts using the frameworks of philosophy of biology and deficiency studies, respectively, and we conclude that definitions proposed by philosophers of medicine need to be refined.
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