Do fracasso escolar à distorção idade-série: caminhos percorridos pelas classes de aceleração do Projeto Acelerar para Vencer

Este estudo parte das observações e análises realizadas em classes de aceleração do Projeto Acelerar para Vencer (PAV- 2009/2012), desenvolvido pela Secretaria de Educação de Minas Gerais, tendo a discussão sobre o fracasso escolar e a distorção idade-série como centrais dentro das políticas adotada...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sonia Regina Thiago Bastos
Other Authors: Débora Raquel Alves Barreiros
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2013
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6598
Description
Summary:Este estudo parte das observações e análises realizadas em classes de aceleração do Projeto Acelerar para Vencer (PAV- 2009/2012), desenvolvido pela Secretaria de Educação de Minas Gerais, tendo a discussão sobre o fracasso escolar e a distorção idade-série como centrais dentro das políticas adotadas. A pesquisa busca ampliar nosso entendimento quanto à relação entre escola e expectativas individuais, levando-nos a refletir para além do direito à educação. Dentre as reflexões, destacamos: desigualdade de oportunidades, relações de poder dentro de um sistema que, de forma hegemônica, se mantém estável, mas desestabiliza vidas ao negar às camadas desprivilegiadas direitos básicos: acesso à alfabetização na idade certa, à leitura, ao conhecimento escolar e a uma educação atraente e de qualidade que atenda às necessidades dos sujeitos de acordo com as realidades em que estão inseridos. Certos de que tais problemas perpassam questões políticas, econômicas e sociais, pretendemos ater-nos às diferenças existentes dentro do espaço escolar, o que nos leva a tentar desvendar, - no sentido de não apenas repetir, mas também compreender -, as causas que levam à distorção idade-série e à sua inserção, ou disfarce, no processo de universalização do ensino, chegando à forma como a escola e seus agentes percebem as diferenças e lidam com ela. Para o desenvolvimento do estudo, recorremos à pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, buscando subsídios em autores que discutem fracasso escolar, distorção idade-série, teoria curricular, mecanismos de exclusão social e respeito às diferenças culturais. Nesse sentido, concluímos que compreender as funcionalidades sociais da escola implica arregimentar, ou fazer coexistir, em um mesmo viés de observação, elementos interdependentes: política, escola, demandas sociais e cultura. Reconhecemos que tais elementos são imprescindíveis para pensarmos os sujeitos e suas distinções, a cultura e suas representações, o poder e as hegemonias presentes em todas as instâncias da vida escolar, transitando por uma via de mão dupla que envolve a enunciação das diferenças e seus atores: Secretaria de Educação, instituição pesquisada, gestão escolar, professores, alunos e responsáveis === This study is based on observations performed in accelerated classes of the Project Acelerar para Vencer (PAV -2009/2012), implemented in our reality by the Department of Education of Minas Gerais State. It focuses on school failure and age-grade gap, and seeks expand our understanding about the relation between school and individual expectations, leading us to think beyond the right to education. Among the reflections we highlight: inequality of opportunity, power relations inside a system that, based on hegemony, maintains a stable appearance, but has destabilized lives by denying basic rights to underprivileged social groups: access to literacy at the right age, reading, school knowledge, an attractive and good education, which correspond to the subjects necessities, according to the realities where they are inserted. Sure such problems permeate political, economical and social questions, we intend to stick to the differences inside school environment, which has led us to try to discover not only repeat, but understand the causes of age-grade gap and its insertion, or disguise, in the process of universal education, trying to understand how school and its agents perceive differences and deal with them. We applied for qualitative and ethnographic research, and seek for information in authors who discuss school failure, age-grade gap, curriculum theory, mechanisms of social exclusion, and respect to cultural differences. We conclude that understanding school social features implies enlist or do coexist, in the same way of observation, interdependent elements: politics, school, social and cultural demands. We recognize those elements are essential to think subjects and their distinctions, culture and its representation, power and hegemony in all instances of school life, moving through a two-way street which involves the enunciation of differences and its actors: the Department of Education, school management, teachers, students and their guardians.