Summary: | O presente estudo objetiva, a partir da narrativa do trabalhador prisional da SEAP-RJ, abordar em que situações e com base em quais justificativas esse profissional recorre ao uso da força física em seu cotidiano prisional. A rotina de trabalho dos agentes penitenciários é apresentada a partir de um estudo de caso realizado no Instituto Presídio Hélio Gomes. Nele, os relatos dos integrantes das turmas de guardas se constituíram em nossa principal fonte de informações. Em outra fase da pesquisa, o processo de formação profissional dos servidores prisionais admitidos em 2004, pela SEAP-RJ, foi acompanhado através das aulas ministradas na Escola de Gestão Penitenciária. Em ambos os casos, a observação participante foi o instrumento metodológico que me permitiu a coleta de dados e a interação com o grupo estudado. A narrativa está centrada no processo de socialização por que passam os servidores prisionais para se integrarem a (s) moralidade (s) vigente nas prisões. Sugere-se que a integração plena do operador da lei ao universo prisional, implique em sua socialização no mundo do crime. A possibilidade de uso da violência física como mecanismo de controle, em sua modalidade violência negociada, mostrou-se uma hipótese viável. Porém, ainda necessita de maiores comprovações empíricas, em especial junto aos internos penitenciários, para que possa ser formalmente validada. === The aim of this study is to analyze, through the narrative of the professional that works in prisons of SEAP-RJ, in which situations and based on what justifications this professional resorts to the use of physical strength during his quotidian in prisons. The work routine of penitentiary workers is presented according to the study of a case accomplished at Instituto Presídio Hélio Gomes [Penitentiary Institute Hélio Gomes]. In the study, the reports of members of the policeman groups are our main source of information. In another phase of the research, the process of professional qualification of prison servants hired in 2004 by SEAP-RJ was followed through classes given at Escola de Gestão Penitenciária [School of Penitentiary Administration]. In both cases, the participative observation was the methodology that allowed collecting data and interacting with the studied group. The narrative is centered on the process of socialization that prison servants go through in order to become integrated with the values active in prisons. It is suggested that the complete integration between the law enforcer and the universe of prisons results in his socialization in the world of crime. The possibility of using physical violence as a mechanism of control, in the negotiated violence modality, has turned out to be a viable hypothesis. However, more empirical evidences are needed, especially with the penitentiary interns, in order to be formally validated.
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