Summary: | CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de NÃvel Superior === O estudo sobre as trajetÃrias de vida de mulheres camponesas que vivem na Chapada do Apodi, CE està voltado para a anÃlise das repercussÃes do processo de des-reterritorializaÃÃo empreendido pela modernizaÃÃo da agricultura sobre o ambiente, a saÃde e o trabalho de mulheres camponesas. Descreve aspectos das trajetÃrias de trabalho de mulheres inseridas nas empresas do agronegÃcio da fruticultura irrigada, na agricultura camponesa/familiar, e no trabalho domÃstico e aprofunda as repercussÃes das transformaÃÃes sociais e do conflito ambiental nos modos de viver e produzir dessas mulheres. AlÃm de discutir os sentidos e perspectiva do trabalho no campo para as mulheres camponesas na dialÃtica entre (agri)cultura e (agro)negÃcio. Partindo da crÃtica feminista ao papel da ciÃncia, e das mulheres como sujeitos do conhecimento, utiliza-se a abordagem das metodologias feministas para aprofundar os diferentes olhares e experiÃncias das mulheres a partir das histÃrias de vida de 11 mulheres de 04 comunidades, feita atravÃs de entrevistas e observaÃÃo participante e tendo como foco a categoria do trabalho. Resulta daà a descriÃÃo sobre as formas camponesas de vida e trabalho ameaÃados pela modernizaÃÃo agrÃcola onde estÃo expostos os resultados da pesquisa de campo sobre terra, produÃÃo e cultura camponesa, a questÃo ambiental, os sentidos e condiÃÃes de trabalho, as transformaÃÃes sociais e de saÃde. SÃo problematizados aspectos que analisam a saÃde entre a riqueza e o adoecimento atravÃs das transformaÃÃes do territÃrio com o uso de agrotÃxicos e suas consequÃncias ao trabalho e à produÃÃo. A partir da experiÃncia dessas mulheres, a pesquisa aponta algumas bases para a anÃlise de um novo feminismo - o camponÃs-ambiental. Mediado pelo ser/fazer das mulheres camponesas, no confronto entre as contradiÃÃes e sua cultura, ele està calcado nas seguintes caracterÃsticas: Como expressÃo das mulheres em defesa dos bens naturais; do reconhecimento da natureza como portadora de direitos e da defesa da diversidade e da dinÃmica produtiva como bens comuns. Resulta de um movimento do cotidiano, pautado por uma inserÃÃo polÃtica dentro da comunidade, da casa, da cozinha, do quintal, da roÃa etc. EspaÃos por onde circulam saberes, informaÃÃes e diferentes formas de poder instituÃdo pelas prÃprias mulheres. Està calcado na luta pela soberania alimentar e pela manutenÃÃo de laÃos de solidariedade e de socializaÃÃo do trabalho. Tem sua cultura fundamentada na Ãtica camponesa e nos valores de solidariedade, com a vivÃncia marcada pelas noÃÃes de justiÃa, direito, honestidade e equidade. Faz uma relaÃÃo do ser saudÃvel com o acesso aos bens comuns (como a terra, à Ãgua, ao alimento e à biodiversidade) e à valorizaÃÃo dos sentidos do trabalho. Faz a articulaÃÃo das diversas dimensÃes â indissociÃveis â que existem entre ambiente, trabalho, relaÃÃes familiares, convivÃncia social e saÃde das pessoas. Portam uma visÃo sistÃmica do cuidado, interpretando-o em relaÃÃo ao planeta, ao trabalho e ao ser humano em sua totalidade. E tambÃm a vivÃncia da economia como produÃÃo de vida, reconhecendo o importante e determinante papel das mulheres na disputa pela terra e pelo territÃrio e na afirmaÃÃo da cultura camponesa. === The study on the life trajectories of female peasants that live in Chapada do Apodi, CE is focused on the analysis of the repercussions of the process of deterritorialization by the modernization of agriculture on the environment, health, and the labor of peasant women. It describes aspects of work trajectories of women inserted in agribusiness companies of irrigated fruit production, familiar/peasant agriculture, and domestic labor, and go deeper into the repercussions of the social transformations and the environmental conflict in the ways of living and producing of these women. Besides, this paper discusses the meanings and perspective of field/farm work for peasant women in the dialectic between (agri)culture and (agri)business. Starting from the feminist criticism on the role of Science, and of women as subjects of knowledge, it utilizes the approach of the feminist methodologies to go deeper into the different looks and experiences of women as from life stories of 11 women and 04 communities, done through interviews and participant observation, having as a focus the category of work. It results the description of the peasant ways of life and work threatened by the modernization of agriculture where are exposed the results of the field research about land, production and peasant culture, the environmental issue, the meanings of work and work conditions, social and health changes. For that, we problematize aspects that analyze health among wealth and illness through territory transformations with the use of pesticide and its consequences to labor and production. From the experience of these women, the research points to a few basis for the analysis of a new feminism â the environmental-peasant. Mediated by the being/doing of the peasant women, in the confrontation between contradictions and their culture, it stands on the following characteristics: As an expression of the women in defense of the natural resources; of the recognition of nature as carrier of rights and of the defense of diversity and productive dynamics as common goods. It results from an everyday movement, guided by a political insertion in the community, home, kitchen, yard, farm, etc. Spaces in which knowledge, information and different forms of power instituted by the own women circulate. It stands on the struggle for food sovereignty and for the maintenance of bonds of solidarity and labor socialization. It has its culture grounded on peasant ethics and on the values of solidarity, with the experience marked by the notions of justice, right, honesty and equity. It makes a relation of the healthy being with the access to the common resources (such as land, water, food, and biodiversity) and the appreciation of the meanings of labor. It makes an articulation of several -inseparabledimensions that exist among environment, work, family relations, social living and health. They carry a systemic vision of care, understanding it in relation to the planet, to labor and to the human being in his entireness. The dimensions also carry the experience of the economy as production of life, recognizing the important and determinant role of women in the dispute for land and territory and in the affirmation of the peasant culture.
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