Summary: | nÃo hà === A presente pesquisa objetiva entender como os(as) jovens candomblecistas vivem suas
condiÃÃes juvenis, compreendendo o que à ser jovem para o candomblÃ, como ocorre o
ingresso deles(as) na religiÃo bem como conhecer suas aprendizagens tecidas no terreiro. A
metodologia utilizada de base qualitativa foi a etnografia, a qual me levou ao mundo cotidiano
do terreiro Ilà Asà Iya Omi Arin Ma Sun e, posteriormente, ao Ilà Asà OlojudolÃ. Com a
colaboraÃÃo de 20 jovens foram realizadas observaÃÃes, entrevistas individuais, registros
fotogrÃficos e em diÃrio de campo num perÃodo de outubro de 2012 a junho de 2014. AlÃm
desses instrumentos acrescentei uma discussÃo em grupo que denominei grupo de produÃÃo e
saberes. Dessa forma problematizo categorias importantes como juventude, geraÃÃo,
candomblÃ, hierarquia, gÃnero e sexualidade. Ao realizar esta investigaÃÃo entendi que a
religiÃo se constitui numa dimensÃo significativa na vida dos(as) jovens, contribuindo na
construÃÃo de suas identidades bem como suas cosmovisÃes de mundo e sociedade. O
Candomblà se apresenta como religiÃo ancestral que acolhe as mais diversas pessoas,
valorizando a experiÃncia religiosa do(a) mais velho(a). HÃ que se salientar que o tornar-se
mais velho(a) se configura pelo tempo de iniciaÃÃo na religiÃo e nÃo pela idade cronolÃgica
do indivÃduo. Dessa forma alguns(mas) jovens desta pesquisa sÃo ao mesmo tempo velhos(as)
para a religiÃo, essa condiÃÃo gera funÃÃes/cargos, obrigaÃÃes, responsabilidades, poder
hierÃrquico, conflitos. Os(As) jovens evidenciaram uma diversidade de maneiras de
aproximaÃÃo da religiÃo, relataram suas motivaÃÃes para a iniciaÃÃo e os saberes que
aprendem no dia-a-dia da roÃa. Para eles(as) o candomblà ensina saberes que podem ser
utilizados dentro e fora dos terreiros, aprendizados para vida. Esses relatos demostraram
tambÃm que esta religiÃo foi um meio de mudanÃa de vida para esses(as) jovens e proporciona
para os que praticam durante muito tempo privilÃgios, independente da idade. Outro aspecto
determinante nesta pesquisa foi a relaÃÃo existente entre os(as) participantes da pesquisa e as
dimensÃes do corpo-gÃnero e sexualidade. Constatei que os(as) jovens indistintamente da
identidade de gÃnero e orientaÃÃo sexual podem ser filhos(as) de orixÃs femininos e/ou
masculinos, e que existe uma parcela considerÃvel desses sujeitos - homossexuais que
atribuem comportamentos de gÃnero/sexuais à atributos operados por suas divindades.
Contudo esses trÃnsitos de gÃnero/sexuais dos corpos sejam dos(as) jovens candomblecistas,
sejam de seus orixÃs e a sua relaÃÃo acontecem de forma cambiante, fluida e conflitiva, pois o
terreiro està inserido nesta sociedade carregada de estigmas e preconceitos e a oposiÃÃo
binÃria masculinidade e feminilidade permeia a distribuiÃÃo hierÃrquica de papÃis e atividades
rituais. Portanto perceber que dentro de nossa realidade social existem territÃrios, como o
terreiro de candomblÃ, onde os(as) jovens vivem de forma diferenciada, mas que tambÃm
refletem a contradiÃÃo desta sociedade foi o diferencial nesta investigaÃÃo.
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