Summary: | O movimento da relaÃÃo terra e humano em suas tensÃes me despertou para a escrita deste projeto de pesquisa onde me proponho a refletir sobre o imaginÃrio que os moradores de Morrinhos e os participantes da I Jornada Antinuclear do CearÃ, que aconteceu em Santa QuitÃria, constroem acerca da mineraÃÃo de urÃnio, ainda em processo de instalaÃÃo, e, focalizando, nesse contexto, o estudo das relaÃÃes do sertanejo com a terra, na constituiÃÃo do territÃrio. AtravÃs da etnopesquisa crÃtica me apresento no territÃrio com o intuito de vivenciar o cotidiano do lugar, com o olhar refinado para o que constitui a relaÃÃo do homem com a terra tambÃm faÃo-me parte do lugar. De acordo com Macedo (2004) âdistender o tecido da consciÃncia e do mundoâ, fazendo aparecer fios complexos, no campo onde se observa as pessoas in situ. Assim, convivendo com elas e observando seu cotidiano, engendra-se âo estudo in vivoâ de como se dinamizam construÃÃes humanas e cotidianas nos enfrentamentos das realidades, em um âregistro da vida ao vivoâ. A partir da vivÃncia com as pessoas do Assentamento Morrinhos no ano 2013, pude observar que o imaginÃrio do processo de instalaÃÃo da mineraÃÃo de urÃnio alimentado pelas discussÃes na I Jornada Antinuclear do Cearà â O presente que temos em CaetitÃ/Ba, o futuro que queremos em Santa QuitÃria/Ce, momento em que pessoas que convivem com a mineraÃÃo de urÃnio em Caetità contaram suas experiÃncias, mexeu na relaÃÃo que estes tem com a terra. Antes, o lugar de afeto onde sente-se prazer e tambÃm dificuldades devido aos longos perÃodos de seca, no entanto, com as intempÃries aprende-se a conviver. Com a possibilidade de minerar-se urÃnio surge a ameaÃa de viver em uma terra contaminada, onde plantar, criar animais ou qualquer atividade que lide com a terra representa risco à saÃde. O sertanejo resiste, defende a sua terra, o seu modo de vida, defende e luta por ele e o povo que compÃe parte do que ele Ã. Estudar a relaÃÃo do homem com a terra e como essa relaÃÃo à permeada pelo imaginÃrio da mineraÃÃo de urÃnio nos permite revelar um saber de vida caracterÃstico do modo de vida no campo em movimento ao fazer nascer um processo de resistÃncia que existe no que se à em relaÃÃo com o meio. Os sentimentos de integralidade e uniÃo que se mostram na comunidade para defender nÃo sà a terra, mas, tambÃm o que se Ã.
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