Summary: | CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior === E se estivÃssemos em uma das nossas aulas habituais e um de nossos alunos nos chamasse no canto e perguntasse baixinho: - Professor, o que à a Filosofia? SerÃamos honestos com nÃs mesmos e com ele e dirÃamos um belo e eloquente: - NÃo sei? Mas, talvez poderÃamos respondÃ-lo, dizendo que se pode dar uma resposta a essa pergunta ao expor o que um autor determinado pensa ser a Filosofia. Contudo, neste caso, a Filosofia nÃo Ã, âela sÃoâ, pluralizadamente. Kant, notou esta faceta da Filosofia e construiu toda a sua obra tendo em mente reaver a Filosofia do carÃter aporÃtico e desacreditado em que ela se encontrava no sÃculo XVIII. Ora, esta ideia de reabilitar a Filosofia suscita, no mÃnimo, duas chaves de leituras do opus kantiano: primeira, a partir da epistemologia, sendo Kant aquele que deu à Filosofia uma feiÃÃo cientÃfica (nos moldes da ciÃncia do sÃculo XVIII), habilitando-a como o saber que dà significaÃÃo a todas as ciÃncias determinadas; segunda, Kant, no fim das contas, queria que a Filosofia outra vez fosse algo hà muito perdido na antiguidade greco-romana, a saber, a guia da espÃcie humana. Que pese, a primeira chave de entendimento da Filosofia kantiana estar perfeitamente correta, nossa tese diz que a segunda chave de leitura à o objetivo final do empreendimento crÃtico de Kant. Com isso, o seu conceito de filosofia significa uma doutrina da sabedoria do mundo (no sentido cosmopolita), que tem por objetivo guiar a humanidade ao fim Ãltimo, ao sumo bem, ao qual ela estÃ, progressivamente, destinada, enquanto espÃcie. Portanto, a Filosofia para Kant torna-se importante, uma vez mais, como aquele saber que aponta a direÃÃo a ser seguida.
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