Cartografias da cultura e da violÃncia: gangues, galeras e o Movimento Hip Hop

FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà === Esta tese trata de um estudo acerca das relaÃÃes entre cultura e violÃncia no campo das experiÃncias juvenis de bairros de periferia de Fortaleza. Deve-se ressaltar que nÃo se investigou a violÃncia enquanto acontecimento, enquanto observaÃÃo dire...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: GlÃria Maria dos Santos Diogenes
Other Authors: Irlys Alencar Firmo Barreira
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Cearà 1998
Subjects:
Art
Online Access:http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8625
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Juventude
Arte
Tatuagem
PolÃcia
Poor Areas
Youth
Art
Tattoo
Police
SOCIOLOGIA
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Juventude
Arte
Tatuagem
PolÃcia
Poor Areas
Youth
Art
Tattoo
Police
SOCIOLOGIA
GlÃria Maria dos Santos Diogenes
Cartografias da cultura e da violÃncia: gangues, galeras e o Movimento Hip Hop
description FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà === Esta tese trata de um estudo acerca das relaÃÃes entre cultura e violÃncia no campo das experiÃncias juvenis de bairros de periferia de Fortaleza. Deve-se ressaltar que nÃo se investigou a violÃncia enquanto acontecimento, enquanto observaÃÃo direta de uma dinÃmica concreta de prÃticas e relaÃÃes sociais. O eixo central dessa investigaÃÃo colocou-se no desafio de identificar o imaginÃrio das gangues acerca da violÃncia e suas construÃÃes culturais. As primeiras incursÃes no Ãmbito de investigaÃÃo de dinÃmicas juvenis no campo especÃfico da violÃncia, se projetaram sob o objetivo de identificar pistas, recorrÃncias capazes de compor, dentro do contexto cultural desses bairros, mapas de significado cultural. A questÃo central dessa observaÃÃo e da construÃÃo de um objeto de investigaÃÃo foi a de pensar o seguinte : o que os jovens de periferia, participantes de gangues e galeras consideram violÃncia? Como se articulam as tramas da violÃncia e, fundamentalmente, que significados elas assumem? o que querem expressar as gangues quando encenam um modo territorializado de violÃncia na cidade? Que referentes culturais dÃo suporte e produzem a experiÃncia das gangues ? A trajetÃria metodolÃgica desse estudo seguiu um roteiro etnogrÃfico, constituÃdo a partir de mapeamento prÃvio do campo e das conexÃes e encontros com gangues e galeras em mÃltiplos territÃrios da cidade. Essas mediaÃÃes locais quase sempre foram efetuadas por representantes de "possesâ do movimento hip hop organizado. No final da pesquisa, escolheu-se uma galera especÃfica (Galera da Quadra) como paisagem etnogrÃfica. Desse modo, à medida em que a pesquisa foi se desenvolvendo, lentamente foi tambÃm se delineando o escopo da investigaÃÃo. A gangue institui-se na dinÃmica dos encontros e atuaÃÃes do grupo; ela nÃo possui uma existÃncia autÃnoma. A gangue à acontecimento, ato tipicamente mÃgico de manifestaÃÃo, ela se traduz na aÃÃo, ela nomeia-se na repetiÃÃo. Sendo muitas vezes a gangue o olhar do outro sobre um conjunto de prÃticas juvenis. à no momento de manifestaÃÃo que esses jovens mobilizam o olhar do espectador como meio de traduzir sua inscriÃÃo social e instituir-se enquanto gangue. à nessa trilha de aÃÃo e produÃÃo de sentido, na construÃÃo da fenomenologia gangue, que torna-se simplificador o registro de um conceito unificador e totalizador da gangue. ConcluÃmos que se a violÃncia torna-se uma dimensÃo muda, em nÃvel de discurso produzido no interior da prÃpria gangue, sua manifestaÃÃo pÃblica acaba ganhando uma positividade e instaurando diferenÃas. à quando os moradores dos bairros proscritos registram sua existÃncia, tornam pÃblicas as suas redes de exclusÃo social e desafiam novos olhares e pesquisas. === This thesis presents a study on the relationship between culture and violence within the realm of youngstersâ experiences found in poor areas of Fortaleza. It should be noticed that it is not properly an investigation of violence as an occurrence, but as a straight observation of actual dynamics of social practices and social relations. The central challenge of the investigation was to identify the imaginary world of gangs with relation to violence and their cultural background. The first incursions in search of youngstersâ dynamics within the field of violence itself aimed at identifying tracks which would lead to occurrences of meaningful cultural maps within the environment of targeted areas. The major issue of the observation and construction of an object of investigation was the following: What it is considered violence by poor youngsters who have joined gangs and groupings? How do machinations of violence are articulated and especially which meaning do they take? What is the gangsâ aim when they point to violence-dominated area in the city? What cultural references give support to violence and create the gangs experiences question. The methodological path of this study followed and ethnographic script that was mounted from a previous mapping of the field and a planning for connections and meetings with several territories of the city. Those local mediations were almost always arranged by representatives of âpossessionsâ within the organized hip-hop movement. By the end of the research a specific group (The Courtyard Grouping) was selected as ethnographic landscape. In this fashion, while the research developed, so slowly grew the investigationâs major objective. The gang is the breeding grounds for dynamics related to meetings and actions of groups; it does not have an autonomous existence. The gang is an occurrence, a typical spellbinding manifestation; it reveals itself by action, it names itself according to repetition. Many times, the gang is the otherâs perception about a set of juvenile practices. It is at the time of manifestation that youngsters attract the eye of the public in order to translate their social inscription and imprint their status as members of a gang. As a conclusion, it is advanced that violence becomes a voiceless dimension within the discourse produced in the interior of the gang itself; its public manifestation ends up gaining a positive evaluation and establishing differences. It is at this time that those residents of banned areas register their existence, make public their social exclusion grouping and challenge society in search of a new vision and research of their condition.
author2 Irlys Alencar Firmo Barreira
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GlÃria Maria dos Santos Diogenes
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As primeiras incursÃes no Ãmbito de investigaÃÃo de dinÃmicas juvenis no campo especÃfico da violÃncia, se projetaram sob o objetivo de identificar pistas, recorrÃncias capazes de compor, dentro do contexto cultural desses bairros, mapas de significado cultural. A questÃo central dessa observaÃÃo e da construÃÃo de um objeto de investigaÃÃo foi a de pensar o seguinte : o que os jovens de periferia, participantes de gangues e galeras consideram violÃncia? Como se articulam as tramas da violÃncia e, fundamentalmente, que significados elas assumem? o que querem expressar as gangues quando encenam um modo territorializado de violÃncia na cidade? Que referentes culturais dÃo suporte e produzem a experiÃncia das gangues ? A trajetÃria metodolÃgica desse estudo seguiu um roteiro etnogrÃfico, constituÃdo a partir de mapeamento prÃvio do campo e das conexÃes e encontros com gangues e galeras em mÃltiplos territÃrios da cidade. Essas mediaÃÃes locais quase sempre foram efetuadas por representantes de "possesâ do movimento hip hop organizado. No final da pesquisa, escolheu-se uma galera especÃfica (Galera da Quadra) como paisagem etnogrÃfica. Desse modo, à medida em que a pesquisa foi se desenvolvendo, lentamente foi tambÃm se delineando o escopo da investigaÃÃo. A gangue institui-se na dinÃmica dos encontros e atuaÃÃes do grupo; ela nÃo possui uma existÃncia autÃnoma. A gangue à acontecimento, ato tipicamente mÃgico de manifestaÃÃo, ela se traduz na aÃÃo, ela nomeia-se na repetiÃÃo. Sendo muitas vezes a gangue o olhar do outro sobre um conjunto de prÃticas juvenis. à no momento de manifestaÃÃo que esses jovens mobilizam o olhar do espectador como meio de traduzir sua inscriÃÃo social e instituir-se enquanto gangue. à nessa trilha de aÃÃo e produÃÃo de sentido, na construÃÃo da fenomenologia gangue, que torna-se simplificador o registro de um conceito unificador e totalizador da gangue. ConcluÃmos que se a violÃncia torna-se uma dimensÃo muda, em nÃvel de discurso produzido no interior da prÃpria gangue, sua manifestaÃÃo pÃblica acaba ganhando uma positividade e instaurando diferenÃas. à quando os moradores dos bairros proscritos registram sua existÃncia, tornam pÃblicas as suas redes de exclusÃo social e desafiam novos olhares e pesquisas. This thesis presents a study on the relationship between culture and violence within the realm of youngstersâ experiences found in poor areas of Fortaleza. It should be noticed that it is not properly an investigation of violence as an occurrence, but as a straight observation of actual dynamics of social practices and social relations. The central challenge of the investigation was to identify the imaginary world of gangs with relation to violence and their cultural background. The first incursions in search of youngstersâ dynamics within the field of violence itself aimed at identifying tracks which would lead to occurrences of meaningful cultural maps within the environment of targeted areas. The major issue of the observation and construction of an object of investigation was the following: What it is considered violence by poor youngsters who have joined gangs and groupings? How do machinations of violence are articulated and especially which meaning do they take? What is the gangsâ aim when they point to violence-dominated area in the city? What cultural references give support to violence and create the gangs experiences question. The methodological path of this study followed and ethnographic script that was mounted from a previous mapping of the field and a planning for connections and meetings with several territories of the city. Those local mediations were almost always arranged by representatives of âpossessionsâ within the organized hip-hop movement. By the end of the research a specific group (The Courtyard Grouping) was selected as ethnographic landscape. In this fashion, while the research developed, so slowly grew the investigationâs major objective. The gang is the breeding grounds for dynamics related to meetings and actions of groups; it does not have an autonomous existence. The gang is an occurrence, a typical spellbinding manifestation; it reveals itself by action, it names itself according to repetition. Many times, the gang is the otherâs perception about a set of juvenile practices. It is at the time of manifestation that youngsters attract the eye of the public in order to translate their social inscription and imprint their status as members of a gang. As a conclusion, it is advanced that violence becomes a voiceless dimension within the discourse produced in the interior of the gang itself; its public manifestation ends up gaining a positive evaluation and establishing differences. It is at this time that those residents of banned areas register their existence, make public their social exclusion grouping and challenge society in search of a new vision and research of their condition. 1998-04-17 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8625 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf Universidade Federal do Cearà Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Sociologia UFC BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC instname:Universidade Federal do Ceará instacron:UFC