Summary: | Estima-se que a carÃncia de vitamina A atinja atualmente 250 milhÃes de prÃ-escolares. Destas, de 250.000 a 500.000 se tornam irreversivelmente cegas, e metade desse nÃmero evolui para o Ãbito nos primeiros 12 meses seguintes, apÃs a perda da visÃo. A defici-Ãncia de vitamina A ainda à a principal causa de cegueira infantil no mundo. Os efeitos mais divulgados da suplementaÃÃo de vitamina A sÃo a reduÃÃo da gravidade de episÃdios de diar-reia e de infecÃÃes de vias aÃreas superiores. A reduÃÃo da mortalidade total em crianÃas atra-vÃs da suplementaÃÃo à identificada em grupos populacionais de extrema pobreza e com alta prevalÃncia de diarreia. A suplementaÃÃo periÃdica de vitamina A em crianÃas à o mÃtodo recomendado pela OrganizaÃÃo Mundial de SaÃde para a correÃÃo desta deficiÃncia nutricio-nal, e a suplementaÃÃo com altas doses à efetiva, suprindo a carÃncia por vÃrios meses. Neste trabalho, objetiva-se observar a prevalÃncia da suplementaÃÃo de vitamina A em cinco perÃo-dos distintos, entre 1987 e 2007, medindo o impacto que esta suplementaÃÃo causa na morbi-dade, e, atravÃs da sÃrie histÃrica, observar a importÃncia dos programas de suplementaÃÃo nos nÃveis de vitamina A populacionais, bem como os fatores socioeconÃmicos e biolÃgicos que levaram a esta suplementaÃÃo em cada perÃodo e nÃvel nutricional. Os estudos utilizados como base foram do tipo transversal de base populacional, com abrangÃncia estadual, estu-dando uma amostra representativa da populaÃÃo de crianÃas prÃ-escolares do CearÃ, de cerca de duas mil crianÃas em cada ano. O estado do Cearà se caracteriza como um dos mais pobres do paÃs. Fez-se anÃlise inicialmente descritiva, seguida por anÃlise bivariada e multivariada. Ao se analisar a prevalÃncia de suplementaÃÃo no estado do Cearà nos perÃodos estudados, pode-se observar uma tendÃncia de aumento na distribuiÃÃo das megadoses, variando de 9,6% a 65,8% de cobertura, porÃm com flutuaÃÃes devido a mudanÃas na polÃtica de distribuiÃÃo de vitamina A. Pode-se observar tambÃm que o impacto da suplementaÃÃo na reduÃÃo das mor-bidades tem se tornado cada vez menor. AlÃm disso, observa-se que a suplementaÃÃo pode estar associada com maior frequÃncia de morbidades, mesmo quando esta à corrigida para a alimentaÃÃo rica em vitamina A (RC 1,8, IC95% [1,204-2,956]). Viu-se que os fatores mais impactantes na adesÃo a suplementaÃÃo sÃo os associados a cuidados em saÃde e os socioeco-nÃmicos (RC 1,7, IC95% [1,416-2,274]). Verificou-se diminuiÃÃo da inequidade na cobertura de vitamina A. Conclui-se que os programas polÃticos sÃo essenciais para a cobertura, que os cuidados em saÃde sÃo os fatores de maior importÃncia para a frequÃncia da suplementaÃÃo, e que esta tem benefÃcio controverso na reduÃÃo de morbidade.
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