A igreja dos homens: o trabalho dos agentes de CÃritas para o desenvolvimento da economia popular solidÃria no CearÃ

• Main Author: Joannes Paulus Silva Forte
• Other Authors: Maria NeyÃra de Oliveira AraÃjo
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: Universidade Federal do Cearà 2008
• Subjects: Igreja CatÃlica; Economia SolidÃria; Pobreza; Trabalho; Agentes de CÃritas; Solidariedade; Catholic Church; Solidary Economy; Poverty; Work; Caritas Agents; Solidarity; SOCIOLOGIA
• Online Access: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5958

Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico === O objetivo desta pesquisa foi analisar o trabalho dos chamados âagentes de CÃritasâ para o desenvolvimento de experiÃncias de âEconomia Popular SolidÃriaâ (EPS), engendradas pela CÃritas Brasileira, organismo vinculado à CNBB, no estado do CearÃ. As questÃes centrais que nortearam a pesquisa foram: como a Igreja chega aos seus âfilhosâ por meio dos agentes de CÃritas? Quem sÃo e de onde vÃm? Como desenvolvem o trabalho para o fomento da EPS no CearÃ? Quais os sentidos e os significados atribuÃdos por eles ao seu ofÃcio? Como a liÃÃo cristà à interpretada pelos agentes no fomento da EPS a fim de efetivar a noÃÃo utÃpica de âReino de Deusâ no mundo pragmÃtico dos homens? Qual o sentido da âsolidariedadeâ da CÃritas e de seus agentes? Quanto Ãs tÃcnicas e aos procedimentos metodolÃgicos utilizados na pesquisa, lancei mÃo da observaÃÃo flutuante, da anÃlise de documentos institucionais, de matÃrias de jornais locais e consultas a websites. AlÃm das observaÃÃes in loco, realizei entrevistas semi-estruturadas com os agentes da CÃritas, no intuito de elucidar a relaÃÃo entre economia solidÃria e Igreja CatÃlica por meio do trabalho desenvolvido por esses protagonistas do âserviÃo socialâ da Igreja. A pesquisa revelou que, alÃm de militante cristÃo, o agente de CÃritas à uma categoria de trabalhador formal que revela muitas contradiÃÃes. O mÃtodo de trabalho dos agentes se baseia na âsolidariedadeâ para a âemancipaÃÃoâ, tendo como recurso a âeducaÃÃoâ para a âcultura da solidariedadeâ. Orientados pela chamada âsolidariedade libertadoraâ, eles atuam, tÃcnica e politicamente, no desenvolvimento de atividades econÃmicas associativistas com os âpobresâ, escolhidos preferencialmente pela Igreja CatÃlica nas ConferÃncias Episcopais de MedellÃn (1969) e Puebla (1979). Os agentes buscam formar os trabalhadores dos chamados âgrupos produtivos solidÃriosâ a partir da moral solidÃria, tida como fundamental para a construÃÃo de uma sociedade baseada na liÃÃo cristà junto com os âexcluÃdos/asâ, traduzida pela noÃÃo utÃpica de âReino de Deus na terraâ. No entanto, a EPS, uma categoria do movimento da economia solidÃria, foi criada fundamentalmente por uma razÃo secular, qual seja: tornar as vidas das pessoas âpobresâ possÃveis, combatendo a pobreza e a chamada âexclusÃo socialâ. Para o entendimento da EPS, foi necessÃrio considerar a dinÃmica das crises do capitalismo, cuja histÃria està intrinsecamente relacionada aos processos de trabalho e Ãs transformaÃÃes sociais. Ao final desta dissertaÃÃo, evidencia-se o movimento que vem sendo chamado de economia solidÃria, evocado, ora como uma alternativa, ora como uma possibilidade histÃrica, ao sistema capitalista, o que nos leva a pensar sobre questÃes motrizes para os caminhos de nossa sociedade, cujas respostas ainda nÃo sÃo deste tempo. Enfim, com a palavra a histÃria... === This research aims at investigating the work of the so-called âCaritas Agentsâ for development of experiences related to a solidarity-inspired Popular Economy Project (Economia Popular SolidÃria â EPS) as envisioned by Brazilian Caritas, an institution affiliated with CNBB in the state of Ceara. The major issues that guided the research were: how does the Church reach its âchildrenâ by means of its Caritas Agents? Who are they and where do they come from? How did they develop the work for fomenting the EPS in the state of Ceara? What kind of meaning do they attribute to their task? How is Christian guidance interpreted by agents in their effort to fomenting EPS in order to make effective their Utopia of âGodâs Kingdomâ within menâs pragmatic world? Whatâs the meaning of âsolidarityâ for Caritas and its agents? As for techniques and methodological procedures used in the research I resorted to fluctuating observation for the analysis of official documents, local newspaperâs articles and investigation of websites. Besides in loco observations, I did semi-structured interviews with Caritas agents aiming at elucidating the relation between solidarity-based economy and the Catholic Church, considering the job developed by these actors forming the Churchâs âsocial serviceâ. The research revealed that the Caritas agent besides being a Christian militant he is also a registered worker who is, however, plagued by several contradictions. The agentsâ working method is based on âsolidarityâ and âemancipationâ, and they are required to have an âeducationâ for âsolidarity cultureâ. Guided by the so-called âliberating solidarityâ, the agents act technically and politically to develop associative economic activities directed to the âpoorâ as classified by the Catholic Church during its Episcopal Conferences of Medellin (1969) and Puebla (1979). The agents try to educate the workers from the so-called âsolidarity-based producing groupsâ according to solidarity moral principles, seen as a fundamental tool to the build-up of a society based on Christian teachings in order to include the dispossessed as conveyed by the utopian notion of âGodâs Kingdom on earthâ. The EPS, however, was created fundamentally as a category arising from a secular reason within the solidarity-based economic movement, that is, to create viable conditions for the âpoorâ, fighting poverty and the so-called âsocial exclusionâ. According to EPSâs understanding of the matter it is necessary that one considers the dynamics of capitalistic crises whose history is closely related to work processes and social transformations. At the end of this dissertation, one may picture the movement, called solidarity-based economy, both as an alternative and a historical possibility to the capitalistic system which lead us to think about dynamic questions related to trails opened to our society and whose answers do not belong to this time. Let, then, history speakâ