Russas nos circuitos de mudanÃas sob o signo da Dakota: experiÃncias e sentidos do trabalho na vida das mulheres

nÃo hà === O objetivo desta dissertaÃÃo foi analisar como a polÃtica de descentralizaÃÃo industrial reconfigurada na dÃcada de 1990, a partir do governo Tasso Jereissati, no CearÃ, modificou o cotidiano da cidade de Russas, com a chegada da fÃbrica de calÃados Dakota Nordeste S/A, em 1998. De modo e...

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Bibliographic Details
Main Author: Rosilene de Sousa Cruz
Other Authors: Alba Maria Pinho de Carvalho
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Cearà 2018
Subjects:
Online Access:http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20562
Description
Summary:nÃo hà === O objetivo desta dissertaÃÃo foi analisar como a polÃtica de descentralizaÃÃo industrial reconfigurada na dÃcada de 1990, a partir do governo Tasso Jereissati, no CearÃ, modificou o cotidiano da cidade de Russas, com a chegada da fÃbrica de calÃados Dakota Nordeste S/A, em 1998. De modo especÃfico, como que as experiÃncias no mundo do trabalho implicaram direta e indiretamente no cotidiano das vidas das mulheres trabalhadoras da fÃbrica, quando estas adentram territÃrios distantes da regiÃo metropolitana de Fortaleza, os quais sÃo marcados por um tripà de forÃa de trabalho abundante, ausÃncia de experiÃncia industrial e quase nenhuma base sindical desenvolvida. A âera Jereissatiâ à o divisor de Ãguas dessa polÃtica industrial cearense, que, por sua vez, à responsÃvel pela intensificaÃÃo do processo de urbanizaÃÃo em cidades interioranas, que recebem indÃstrias com intuito de deslocarem-se em busca de maiores lucros. De fato, este deslocamento industrial para os municÃpios cearenses fez emergir uma nova categoria operÃria. Dessa forma, sÃo decorrentes dessas transformaÃÃes econÃmicas, as novas formas de sociabilidades, de um modo rural dentro do urbano, que se recortam à luz das categorias de gÃnero, implicando mudanÃas sociais, econÃmicas, espaciais e culturais. A pesquisa baseou-se em um trabalho de campo com entrevistas as mulheres trabalhadoras da fÃbrica; funcionÃrios que assumiam funÃÃes de chefia, supervisÃo, programaÃÃo e controle pessoal e administrativo da empresa. Assim como, tambÃm, em bases secundÃrias de dados, via IBGE e informaÃÃes estudadas, anteriormente, por outros pesquisadores. Este estudo verificou a partir das condiÃÃes postas, um perfil de pessoas que entram na fÃbrica, muitas delas oriundas de experiÃncias e costumes rurais; carregam em si, a marca da ausÃncia e exceÃÃo do mundo da produÃÃo; possuem baixa escolarizaÃÃo e, por conseguinte, baixa qualificaÃÃo. Desse modo, o capital, ao âdeixar de joelhosâ este trabalhador, disputa sua subjetividade se fazendo como opÃÃo de uma vida melhor que antes. Sem fugir à regra, Russas, visualizada pela lupa do capital, enquadra-se nesta linha de âregiÃes novasâ, com uma categoria de trabalhadores, predominantemente mulheres, com direitos trabalhistas flexibilizados na precariedade do mundo do trabalho, de forma mais acelerada, do que a prÃpria legislaÃÃo brasileira conseguiu retroceder.