Por que Continuamos Juntos? Reciprocidade, MudanÃa Cultural e RelaÃÃes de Poder entre o Urbano e o Rural

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior === O presente trabalho aborda as relaÃÃes sociais estabelecidas entre consumidores urbanos da cidade de Fortaleza e produtores rurais familiares de Guaraciaba do Norte, no Estado do CearÃ, associados em torno da ADAO â AssociaÃÃo para o De...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Arthur Yamamoto
Other Authors: Maria NeyÃra de Oliveira AraÃjo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Cearà 2006
Subjects:
Online Access:http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3328
Description
Summary:CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior === O presente trabalho aborda as relaÃÃes sociais estabelecidas entre consumidores urbanos da cidade de Fortaleza e produtores rurais familiares de Guaraciaba do Norte, no Estado do CearÃ, associados em torno da ADAO â AssociaÃÃo para o Desenvolvimento da AgropecuÃria OrgÃnica. Trata-se de uma experiÃncia inspirada nos princÃpios da Agricultura Motivada pela Comunidade, em que consumidores se comprometem a adquirir semanalmente as hortaliÃas (folhas, frutos e raÃzes) produzidas pelos agricultores que, por sua vez, se comprometem a produzir de forma orgÃnica, em variedade, quantidade e qualidade, a demanda dos consumidores. A partir dessa experiÃncia, sÃo analisados os confrontos entre o campo (produtores) e a cidade (consumidores) â reais e idealizados â em diferentes nÃveis, de valores e perspectivas, assim como o papel do agrÃnomo, que se coloca como um mediador entre esses dois mundos, e os conflitos que daà emergem, contextualizados no embate entre a agricultura convencional (baseada no uso intensivo de produtos quÃmicos artificiais e, mais recentemente, nos organismos geneticamente modificados) e a agricultura orgÃnica (ou, no caso da ADAO, agricultura biodinÃmica), que evidencia alternativas nÃo apenas tecnolÃgica mas tambÃm como expressÃo do ethos da sociedade contemporÃnea que reivindica novas formas de relacionamento do homem com a natureza, nos processos de geraÃÃo de riquezas e de sua apropriaÃÃo mais igualitÃria e justa. Assim, a ADAO à analisada como um empreendimento de economia solidÃria e de mercado justo, considerando que ela se propÃe a afastar os interesses de lucro e busca de vantagens antagÃnicas entre consumidores e produtores, ao mesmo tempo em que apregoa a produÃÃo orgÃnica de alimentos, livres de agrotÃxicos, e condiÃÃes dignas aos produtores como prerrogativas. === The present work is about the social relationship established among urban consumers of Fortaleza and rural farmers of Guaraciaba do Norte, in the State of CearÃ, Brazil, associated in ADAO â AssociaÃÃo para o Desenvolvimento da AgropecuÃria OrgÃnica. That is an experience inspired in the principles of CSA â Community Supported Agriculture, in which consumers assume compromise to get, every week, the vegetables (leaves, fruits and ruts) produced by the farmers who, in turn, have to crop in organic ways, the variety, quantity and quality of food demanded by the consumers. Up from that experience, the confront â real and idealized â when rural (farmers) faces the city (consumers) is studied, in different levels, of values and perspectives, as well as the rule performed by the Agronomic Eng., who places himself as a mediator in the middle of those two worlds, and the conflicts then emerged, in the context of the shock between conventional agriculture (based on the intensive use of chemical artificial products and, more recently, of genetic modified organisms) and the organic agriculture (or, in the case of ADAO, biodynamic agriculture), that reveals alternatives, not only terms in the technologic aspects, but as expression of the ethos of contemporary society, that claims for new ways of relationship between man and nature in the processes of richness generation and its fair and equal appropriation. Then, ADAO is studied as a solidare economic relationship experience, considering that it proposes to eliminate profit interests and antagonist advantages between consumers and farmers, at the same time that defends the organic ways of cropping, chemicals free, and respecting farmers in their dignity.