Travessias entre a sala de aula e o consultÃrio: trajetÃrias docentes, adoecimento e narrativas de sofrimento psÃquico de professores.

nÃo hà === Nesta Tese o objetivo à discutir possÃveis relaÃÃes e conexÃes de sentido entre trajetÃrias docentes e histÃrias de adoecimento psÃquico vivenciado por professores e professoras que recorrem ao NÃcleo de AtenÃÃo à SaÃde do Professor - âCasa do Professorâ, dispositivo vinculado à Secretari...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Selma Gomes da Silva
Other Authors: Antonio Cristian Saraiva Paiva
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Cearà 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=19097
Description
Summary:nÃo hà === Nesta Tese o objetivo à discutir possÃveis relaÃÃes e conexÃes de sentido entre trajetÃrias docentes e histÃrias de adoecimento psÃquico vivenciado por professores e professoras que recorrem ao NÃcleo de AtenÃÃo à SaÃde do Professor - âCasa do Professorâ, dispositivo vinculado à Secretaria de EducaÃÃo do Estado do Amapà (SEED-AP). As questÃes fundamentais da Tese sÃo: Quem sÃo os professores que procuram a Casa do Professor e como esse aparelho de atenÃÃo psicossocial mobiliza suas aÃÃes para operar cuidados aos docentes âadoecidosâ? Quais as possÃveis conexÃes e âafinidades eletivasâ entre suas trajetÃrias docentes e histÃrias de adoecimento? De que modo, as histÃrias de adoecimento e as narrativas dos docentes entrevistados revelam as ambivalÃncias vivenciadas em suas trajetÃrias docentes? Quais e como as queixas sÃo captadas pelo dispositivo mÃdico, em torno da atenÃÃo psicossocial, e como essa âcapturaâ repercute na trajetÃria docente? Quais as negociaÃÃes feitas com os diagnÃsticos clÃnicos, como sÃo incorporados pelos sujeitos e que tipo de agÃncia essas classificaÃÃes mÃdicas trazem para os docentes? De que modo o tratamento psicossocial (in) viabiliza a âreinserÃÃoâ no exercÃcio da docÃncia? Para dar conta de tal problematizaÃÃo, dialoga-se com autores da sociologia/antropologia da saÃde e da doenÃa e com autores que discutem trabalho e doenÃa; precarizaÃÃo do trabalho docente; captura da subjetividade atravÃs dos modelos contemporÃneos de gestÃo do trabalho e suas repercussÃes nos processos de subjetivaÃÃo e do adoecimento do trabalhador e, mais especificamente, do profissional docente. Trata-se de uma abordagem qualitativa, com um dispositivo metodolÃgico plural, no qual se lanÃa mÃo de prontuÃrios, documentos, observaÃÃo, relatos e entrevistas em profundidade com professores, profissionais da Casa do Professor e gestores em educaÃÃo. Como forma de aproximaÃÃo do objeto investigado, inicialmente foi realizado um mapeamento a partir da consulta de prontuÃrios clÃnicos, no intuito de obter informaÃÃes sobre as subjetividades docentes, suas queixas e tipos de adoecimento mais recorrentes. AlÃm da consulta aos prontuÃrios clÃnicos, considerando-se a heterogeneidade dos sujeitos, foram entrevistados diferentes atores: docentes, âespecialistasâ da equipe multidisciplinar, coordenadores e gestores escolares para tentar compreender, atravÃs dos relatos, as percepÃÃes, os ritos e percursos, as formas de encaminhamento, tipos de adoecimentos (pathos docente), a relaÃÃo entre tratamento mÃdico-psicolÃgico e a reinserÃÃo dos (as) professores(as) âadoecido(a)sâ no exercÃcio da docÃncia. A partir da elaboraÃÃo de dados foram identificadas distintas formas de adoecimento sob mÃltiplas classificaÃÃes mÃdicas. Para facilitar o entendimento, os tipos de sofrimento e adoecimento, mais recorrentes encontrados foram assim classificados: adoecimentos relacionados ao corpo (fibromialgia e outras doenÃas); ao pensamento (transtornos psicÃticos, esquizofrenia); ao humor (depressÃo, ansiedade e pÃnico); à dependÃncia quÃmica (Ãlcool e outras drogas) e aos conflitos de relaÃÃo (trabalho, escola e famÃlia). AlÃm dessas formas de adoecimento sÃo mencionadas, nas narrativas e nas histÃrias de adoecimento apresentadas e discutidas no corpo do estudo, outras modalidades de sofrimento psÃquico: condiÃÃes de trabalho precÃrias, rebaixamento da imagem social do docente, relaÃÃes desgastadas com a gestÃo, percepÃÃes da doenÃa do professor, falta de reconhecimento, contradiÃÃes entre exigÃncias profissionais e realidade de trabalho, sentimentos de frustraÃÃes entre a idealizaÃÃo do trabalho docente e suas reais condiÃÃes de realizaÃÃo. Esse conjunto de fatores citados nos relatos docentes, imbricados nas vivÃncias sociais, subjetivas e familiares aparecem como provÃveis dimensÃes desencadeantes de sofrimento e de adoecimento para os docentes investigados.