Summary: | FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico === Pombalia calceolaria L., Violaceae, popularmente conhecida por ipeca-da-praia, ipecabranca, ipecacunha dos raizeiros à uma herbÃcea perene, predominante no sertÃo nordestino.
Embora nÃo existam dados na literatura comprovando sua atividade farmacolÃgica, por dÃcadas, suas raÃzes sÃo preparadas na forma de decocto, lambedor e maceraÃÃo, cujas principais indicaÃÃes populares sÃo para tosse, expectoraÃÃo, como vermÃfugo, antidiarrÃico e para dentiÃÃo. O presente estudo teve por objetivo realizar a caracterizaÃÃo farmacognÃstica das raÃzes de P. calceolaria nos aspectos botÃnicos, quÃmicos e farmacolÃgicos. A
importÃncia da caracterizaÃÃo morfoanatÃmica està no fato de que nÃo hà registro em literatura descrevendo o perfil botÃnico desta espÃcie vegetal. Assim, as raÃzes recÃmcoletadas de P. calceolaria foram caracterizadas morfologicamente com vista desarmada e em seguida realizada a caracterizaÃÃo anatÃmica atravÃs de secÃÃo histolÃgica, reaÃÃo histoquÃmica, registro fotomicrogrÃfico em campo de luz claro, onde foi evidenciado que a
raiz em estudo apresenta o xilema secundÃrio oriundo do cÃmbio com dimorfismo no tamanho dos vasos e floema secundÃrio constituÃdo de poucas camadas circundando o xilema. No parÃnquima cortical foi visualizado e fotomicrografado, sob luz polarizada, a resenÃa de cristais de inulina. O estudo fitoquÃmico foi precedido por ensaios preliminares para a obtenÃÃo da droga vegetal, onde foram obtidos as especificaÃÃes de qualidade, como a determinaÃÃo do rendimento da droga vegetal, da umidade residual, do teor de cinzas totais, seguida da prospecÃÃo fitoquÃmica que resultou majoritariamente em presenÃa de saponinas, aÃÃcares redutores e esterÃides. Em seguida, o extrato aquoso obtido por decocÃÃo foi dividido em duas amostras, onde uma foi liofilizada e por meio da outra, foi obtido por precipitaÃÃo na presenÃa de metanol, um polissacarÃdeo, com teor de 13,0% p/p, sendo este
submetido a anÃlises por tÃcnicas cromatogrÃficas como CLAE e GPC, as quais indicaram a presenÃa de frutose e glicose, e o peso molecular de 4,0 x 10Â Da, respectivamente. Posteriormente, apÃs a obtenÃÃo de espectros uni- e bidimensionais de RMN de ÂH, ÂÂC, DEPT-135 e HSQC, a estrutura quÃmica do polissacarÃdeo foi identificada como sendo inulina. Os testes farmacolÃgicos foram realizados em traqueia isolada de rato tanto com o polissacarÃdeo quanto com o extrato aquoso liofilizado das raÃzes de P. calceolaria (EALPC) para avaliar a atividade miorrelaxante sobre a contratilidade do ÃrgÃo. ApÃs adiÃÃo de CCh 1ÂM, para induzir contraÃÃo sustentada no ÃrgÃo isolado no sistema de cubas, em ensaio com o polissacarÃdeo houve ausÃncia de relaxamento significativo na contraÃÃo sustentada. No teste realizado com EALPC foi observado relaxamento da contraÃÃo, o qual apresentou uma reduÃÃo efetiva da resposta contrÃtil do EALPC de aproximadamente 20% em relaÃÃo ao controle, caracterizando uma leve atividade broncodilatadora.
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