O pobre na literatura: análise sociológica da obra O Cortiço

BAHIA, Ryanne Freire Monteiro. O pobre na literatura: análise sociológica da obra O Cortiço. 2012. 126f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2012. === Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2013-10-...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: BAHIA, Ryanne Freire Monteiro
Other Authors: SILVA, Isabelle Braz Peixoto da
Language:Portuguese
Published: www.teses.ufc.br 2013
Subjects:
Online Access:http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6401
Description
Summary:BAHIA, Ryanne Freire Monteiro. O pobre na literatura: análise sociológica da obra O Cortiço. 2012. 126f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2012. === Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2013-10-25T12:53:04Z No. of bitstreams: 1 2012-DIS-RFMBAHIA.pdf: 943043 bytes, checksum: d87b7f82846453d9e7176adb4cef4531 (MD5) === Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2013-10-25T17:10:02Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2012-DIS-RFMBAHIA.pdf: 943043 bytes, checksum: d87b7f82846453d9e7176adb4cef4531 (MD5) === Made available in DSpace on 2013-10-25T17:10:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2012-DIS-RFMBAHIA.pdf: 943043 bytes, checksum: d87b7f82846453d9e7176adb4cef4531 (MD5) Previous issue date: 2012 === O objetivo geral desse trabalho é produzir uma leitura possível sobre a representação do pobre por meio do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Questiona-se: De que forma o pobre surge sob a perspectiva Aluisiana? Que construtos simbólicos ela define e fortalece? O primeiro capítulo apresenta de forma sucinta a filiação intelectual de Aluísio Azevedo: o naturalismo, assim como descreve o campo de estudos. No capítulo dois, encontra-se a fundamentação teórica acerca dos eixos analíticos que sustentam a discussão, a saber: representação social, sociologia da literatura e pobreza. O terceiro capítulo marca o início da análise de dados propriamente dita. Nesta, a pobreza é exposta através dos conceitos de estigma social de Erving Goffman e de distinção social de Bourdieu, amparados nos estudos de Sevcenko. O quarto capítulo trata da antinomia entre disciplina para o trabalho e vadiagem, recaindo na associação imediata entre classes pobres e classes perigosas. No capítulo cinco, são apresentadas as teorias raciais do século XIX e sua influência direta da escrita da obra O Cortiço. À guisa de uma conclusão, é possível afirmar que o pobre é representado por ,pelo menos, duas correntes interpretativas : a de vítima da estrutura social, e a de sujeito responsável por seu estado de penúria. A pobreza é um estigma que representa uma forma de violência simbólica. Na contemporaneidade, pobre é aquele que necessita de auxílio, seja por intermédio do poder público, seja pela da caridade civil. Pensadores como Serge Paugam e Georg Simmel compreendem a pobreza pelo viés da tutela, do assistencialismo. O presente estudo problematiza a pobreza na perspectiva de Anthony Giddens, como algo dotado de um valor subjetivo, o qual não pode ser mensurado unicamente por meio das estatísticas da pobreza, mas pela percepção dos próprios atores sociais. De forma específica, buscaremos expor discursos, as ditas “produções de verdade”, sobre a pobreza, percebendo com isso as metamorfoses conceituais atinentes ao sentido da pobreza; bem como o pobre deixou de representar uma conexão com o divino, através da economia de salvação na Idade Média para transformar-se no estorvo, obstáculo da modernização. A pobreza é um problema complexo, possuindo raízes históricas, políticas e econômicas. Com esse texto, procuramos incitar uma reflexão sobre o pobre, sujeito social e sua teia de significações, as quais ele está vinculado por sua simples condição. A concepção literária adotada na análise neste trabalho é a perspectiva mediadora, a qual seria um meio termo entre a visão materialista e a estética ou idealista. Ela admite a criatividade do autor, a inventividade, mas permeada por idéias, sentimentos e questões relativas a um contexto de produção que é social e histórico.