Summary: | SANTOS, Neila Rodrigues. Múltiplas linguagens e jovens da periferia: o multiletramento no contexto da cibercultura. 2017. 153f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2017. === Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-10-19T18:15:52Z
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Previous issue date: 2017 === A presente pesquisa partiu do seguinte questionamento: quais experiências podem ser desenvolvidas com base na criatividade e na autoria dos jovens, fora do currículo tradicional da escola, através de práticas de multiletramento? O objetivo foi desenvolver e analisar a criação de um espaço formativo, através de oficinas no contraturno escolar, tendo como sujeitos um grupo de jovens que puderam refletir sobre as possibilidades em ir além dos processos técnicos, usando conhecimentos e habilidades em tecnologias digitais para utilizar novas linguagens em práticas comunicativas. A pesquisa foi vivenciada e desenvolvida junto a um grupo de jovens de uma escola da Prefeitura Municipal de Fortaleza, localizada na periferia da cidade e centrou-se no campo conceitual do multiletramento, buscando estabelecer um diálogo com as culturas juvenis e alguns aspectos da cibercultura. Integram o referencial teórico desse estudo os trabalhos de Cope; Kalantzis, (2009); do New London Group (1996), e de Rojo (2013), sobre o multiletramento e, sobre culturas juvenis, os trabalhos de Novaes (2006), de Feixa (2016) e de Dayrell (2015). Trata-se de uma pesquisa qualitativa. O procedimento de coleta de dados deu-se através da observação participante e da densa descrição das ações dos integrantes das oficinas. Além de pesquisadora, exercermos o papel de formadora das oficinas. Documentou-se o desenvolvimento de uma autoria colaborativa na produção de conteúdos multimodais que incluíram memes, vídeos e podcast. Os conteúdos possuem a expressão de olhares dos jovens a partir de questões significativas em suas vidas, em particular a violência urbana presente em seu local de moradia. Seu processo de desenvolvimento permitiu delinear aproximações e distanciamentos dos alunos com práticas de navegação, postagem e compartilhamento na internet. Compreendemos que eles possuem certa familiaridade com conteúdos que circulam na rede e chegam a postar e a compartilhar materiais de interesse pessoal, porém, no contexto das oficinas realizadas tiveram atuação limitada nesse sentido, o que pode ter relação com a falta de familiaridade deles com essas práticas em atividades mais formais, como a elaboração de um vídeo proposto na oficina. Apesar do acesso precário à rede de internet da escola, os alunos fizeram uso de seus dispositivos móveis pessoais (telefones tipo smartphone) durante algumas atividades e também utilizaram computadores da escola. O resultado da pesquisa, no que se refere particularmente às oficinas, abriu possibilidades de reconhecer práticas e aprendizagens que se constituem em outros espaços que não apenas aqueles convencionais de ensino, de dialogar com essas aprendizagens e com o contexto e as identidades dos alunos, possibilitando dessa maneira ampliar o significado da escola para os jovens e as formas como a vivenciam. O uso dos dispositivos móveis próprios de forma mais autônoma e a produção de conteúdos multimodais também indicaram novas possibilidades para práticas escolares formais, podendo vir a contribuir com alguns processos de aprendizagem vividos pelos alunos na instituição. Por fim, a questão da violência, tão presente na vida desses alunos, aparece como um demarcador de suas ações na internet, seja limitando suas ações, seja na difusão de práticas violentas. Que indicam problemas que merecem ser melhor compreendidos no campo de estudos da congruência entre culturas juvenis e cibercultura.
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