Summary: | SILVA, Gisely Roberta Gomes. Sentidos da pobreza e suas implicações para a Atenção Socioassistencial de um CRAS Rural do interior do Ceará. 2017. 124f.– Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2017. === Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-07-25T13:24:13Z
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Previous issue date: 2017 === O modo de produção capitalista produziu trabalhadores excedentes, provocou lutas entre classes e a consequente gênese da questão social, sendo a pobreza da classe trabalhadora uma das expressões desta.A pobreza é uma categoria multidimensional que se manifesta tanto em meio urbano, quanto rural e refere-se à desigual distribuição da riqueza socialmente produzida. No Brasil, a gestão da pobreza deu-se ao longo da história econômica e social do país, inicialmente, por ações filantrópicas e caridosas, posteriormente, e ainda com luta e resistência, por ações pautadas pela lógica do Estado de Direito, a partir de 1988, em especial no tocante à inserção da Seguridade Social no texto constitucional.No Estado de Direito, mulheres e homens têm deveres e direitos iguais relativos ao trabalho, à saúde, à educação, à justiça, à assistência social, dentre outros. A Assistência Social é um dos pilares da Seguridade Social. É política social para o combate à pobreza e destina-se a sujeitos em situação de risco e vulnerabilidade social e tem o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), presente em contextos urbanos e rurais, enquantoporta de entrada dos usuários para os programas, projetos e serviços da Política Nacional de Assistência Social. A partir do modo de produção capitalista, cada vez mais trabalhadores se tornarão usuários da Assistência Social. Os trabalhadores da Assistência Social estão na ponta dos serviços socioassistenciais e constroem sentidos acerca da realidade social dos usuários e usuárias que atendem, e, igualmente, sobre suas práticas profissionais. Diante disso, este estudo se questiona como os sentidos da pobreza construídos por trabalhadores da atenção socioassistencial podem implicar no atendimento despendido aos usuários. A partir da metodologia qualitativa o objetivo geral desta pesquisa foi ‘analisar as implicações dos sentidos da pobreza construídos por trabalhadoras do CRAS rural para a atenção socioassistencial aos usuários. A pesquisa foi desenvolvida no CRAS RuralJosé Valdir Aguiar no município de Pentecoste, interior do Ceará, entre os meses de fevereiro a setembro de 2016, a partir de observação participante, registro em diário de campo, entrevistas semiestruturadas e da realização de grupos focais com trabalhadoras e usuárias do CRAS rural. Para análise dos dados advindos das entrevistas e grupos focais foi utilizada a Rede de Significações (RedSig) com o auxílio do software Atlas TI versão 5.2. Os sentidos da pobreza construídos pelas participantes são dinâmicos e ora se apresentam a partir de uma perspectiva unidimensional, sem ligações com a realidade socioeconômica que a fomenta, ora se apresentam a partir de uma visão multidimensional, considerando que o acesso precário a direitos também constitui a vida em condições de pobreza. A partir desses sentidos construídos, as práticas profissionais sofrem implicações, sejam para a ratificação da subalternidade ou para a concepção dos usuários da Assistência Social enquanto sujeitos de direitos. Estima-se que esta pesquisa contribua para a produção do conhecimento no âmbito da Política de Assistência Social, bem como para a problematização da atuação profissional, em especial, em contextos rurais. Agradecimentos à FUNCAP.
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