Summary: | SILVA, R. A. C. Atividade anti-Candida in vitro dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina frente às cepas resistentes ao fluconazol e sua atividade em isolados formadores de biofilme. 2016. 65 f. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Médica) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016. === Submitted by Carolinda Oliveira (ppgmm@ufc.br) on 2017-06-22T15:00:57Z
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Previous issue date: 2016-01-14 === It is known that candidiasis has been the most documented disease in different groups of patients with immunodeficiency, among all the opportunistic fungal infections diseases. Oftentimes, these infections are related to a biofilm formation, that can be originated from implanted biomaterials or reveal on the host surface. However, antifungal drugs available on the market are restricted and limited to a low number compared to antibacterial drugs. Adding this fact to the increase resistance of the genre Candida regarding the main treatment today, fluconazole, the need for a research on new therapeutic strategies is evident, from the learning of other molecules to non-classic use of already available medicine. Recent researches have revealed a wide antifungal activity of selective serotonin reuptake inhibitor (SSRIs), classic antidepressants. Aware of this context, the main goal is to evaluate antifungal potential of fluoxetine, sertraline, and paroxetine facing Candida spp. planktonic cells resistant to fluconazole, as well as its action mechanism and the viability of biofilms treated with fluoxetine. The evaluation of the antifungal effect on the SSRIs on 13 strains of Candida spp. was determined using broth microdilution technique (M27-A3). A sensibility evaluation of Candida spp. fungal biofilm within 24h of fluoxetine was made the colorimetric assay with the tetrazolium salt (MTT) assay in 96-well plates, defining then, the viability of sessile cells after treatment. By means of flow cytometry and comet assay analysis, damages on membrane, mitochondria and DNA, that contributed to the elucidation of the probable action mechanism of SSRIs on C. albicans representative strains were studied. All strains of Candida spp. resistant to fluconazole showed, after 24h, Minimum Inhibitory Concentration (MIC), which varied between 20 – 160 μg/mL for fluoxetine, 10 – 20 μg/mL for sertraline, and 10 – 100,8 μg/mL for paroxetine, concluding then, that all of them present antifungal activity within the tested range. According the data found, the SSRIs cause fungal death after plasmatic membrane and mitochondrial damages, which activate apoptotic-signalling pathways, resulting loss of cellular viability on dose-dependent form in each one of the tested drugs. Regarding the isolated biofilm formers, Candida parapsilosis presented MIC of approximately 40 μg/mL, C. albicans with 80 μg/mL, C. tropicalis and C. glabrata with 160 μg/mL when exposed to fluoxetine, this reduction was considered statistically significant at the cellular activity of the biofilm (P < 0.05). Therefore, it is concluded that SSRIs are capable of inhibit the growth in vitro of Candida spp.., both in planktonic form, as biofilm, inducing cellular death by apoptosis, this set of data acknowledge the great importance of antidepressant options for patients that compose risk groups for fungal infections. === Dentre as infecções fúngicas oportunistas, a candidíase tem sido aquela mais documentada nos diferentes grupos de pacientes portadores de imunodeficiências. Muitas vezes essas infecções estão associadas à formação de biofilme, tanto em biomateriais implantados no paciente, como na própria superfície do hospedeiro. No entanto, as drogas antifúngicas disponíveis no mercado são restritas a um pequeno número quando comparadas às antibacterianas. Este fato unido ao aumento da frequência de resistência do gênero Candida ao principal tratamento da atualidade, fluconazol, desmonstram a necessidade da busca por novas estratégias terapêuticas, que vão desde a descoberta de novas moléculas, até o uso não clássico de medicamentos já disponíveis no mercado. Trabalhos recentes têm demonstrado uma ampla atividade antifúngica dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs), antidepressivos clássicos. Dentro desse contexto, o objetivo foi avaliar o potencial antifúngico da fluoxetina, sertralina e paroxetina frente às células planctônicas de Candida spp. resistentes ao fluconazol, bem como seu o mecanismo de ação, e ainda a viabilidade de biofilmes tratados com fluoxetina. A avaliação do efeito antifúngico dos ISRSs em 13 cepas de Candida spp. foi determinada pelo método de microdiluição em caldo (M27-A3). Para a avaliação da sensibilidade do biofilme fúngico de Candida spp. 24h a fluoxetina, utilizou-se o ensaio colorimétrico com o sal de tetrazólio (MTT) em placas de 96 poços, determinando a viabilidade das células sésseis após o tratamento. Por meio de análises de citometria de fluxo e teste do cometa, foram avaliados danos na membrana, mitocôndria e DNA, que contribuíram para elucidação do provável mecanismo de ação dos ISRSs em cepa representativa de C. albicans. As cepas de Candida spp. resistentes ao fluconazol após 24h apresentaram a Concentração Inibitória Mínima (CIM) que variou de 20 – 160 μg/mL para fluoxetina, 10 – 20 μg/mL para sertralina e 10 – 100.8 μg/mL para paroxetina, demonstrando assim, possuírem atividade antifúngica dentro da faixa testada. De acordo com os dados encontrados, os ISRSs causam morte fúngica após danos na membrana plasmática e mitocondrial, que ativam vias de sinalização apoptótica, causando a perda de viabilidade celular de forma dose-dependente em cada uma das drogas testadas. Em relação aos isolados formadores de biofilme, Candida parapsilosis apresentou CIM de aproximadamente 40 μg/mL, C. albicans de 80 μg/mL, C. tropicalis e C. glabrata de 160 μg/mL ao serem expostos a fluoxetina, sendo a redução considerada estatisticamente significativa na atividade celular do biofilme (P < 0,05). Diante desses resultados, conclui-se que os ISRSs são capazes de inibir o crescimento in vitro de Candida spp., tanto na forma planctônica, quanto de biofilme, causando morte celular por apoptose, sendo dados de grande importância na escolha clínica de antidepressivos para pacientes que se enquadram nos grupos de risco para infecções fúngicas.
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