Summary: | SILVA, Lygia Maria Pereira da. Atendimento a crianças e adolescentes em situação de abuso sexual : o discurso dos profissionais da saúde . 2006. 139 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem. Fortaleza, 2006. === Submitted by denise santos (denise.santos@ufc.br) on 2012-01-19T13:42:00Z
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Previous issue date: 2006 === The sexual abuse of children and adolescents consists of a risk situation and a violation of sexual and particular human rights of the person in development. In the attendance to the victims, the health professionals need to act with instrumental and theoretical resources that are beyond what undergraduate courses offer. One aimed to analyze the actions developed by health professionals in the attendance to children and adolescents who suffered sexual abuse. One aimed to know the meanings attributed by health professionals to this problem, considering the subjects’ context through the Social Representations Theory. The institution where the research was conducted was a pediatric general hospital in the city of Fortaleza – CE. One conducted a qualitative research and the subjects were 21 health professionals. The data were obtained through a recorded semi-structured interview, and for analysis and organization, the Collective Subject Discourse technique was used. The professionals were nurses, doctors, social workers, psychologists and pedagogues, most of them had never taken any training about the theme. One noticed that the subjects understand sexual abuse as a violation, a suffering experience for the children and that has several forms. The identification of the abuse happens through the signals, specific and non-specific symptoms, through the suspect starting from the child’s behavior, through the investigation for material prove and through the child’s report. The conducts after investigation are forwarding inside the institution, notification to the Guardianship Council, prevention and treatment of the traumas resulting from the abuse and the care to the child and the adolescent. The existence of an own routine is noticed by some through the actions of the Mistreatment Prevention Commission, while others notice the existence of a routine in the hospital in general and others argue that there is not a routine. The involvement of the categories is noticed starting from the actions of the Commission. Some subjects do not know how their category is involved, while others understand that there is not involvement, as there is not an own routine. The strategy for qualification of the professionals adopted by the institution is considered as regular, sporadic and non-existent activities. The attendance in the institution and in the health system is seen as possible starting from the resources existing in the service, possible from the actions of the Mistreatment Prevention Commission and hard due to the discredit in the assistance system. The difficulties identified for the attendance are the lack of emotional preparation of the professional, the omission of the family and the insufficient structure of the service. The suggestions to enhance the professionals’ actions in the theme are the preparation of the professionals and the enhancement of the service’s structure. One concludes that the health professionals in the service researched show difficulties for the attendance concerning the preparation, structure of the services and articulation of the health and intersection systems. It is necessary to empower the Commission, create rules and attendance routines, to plan trainings about sexual abuse and other forms of violence against children and adolescents and implement partnerships with similar institutions, aiming to form nets. === O abuso sexual de crianças e adolescentes representa uma situação de risco e uma violação de direitos humanos sexuais e particulares da pessoa em desenvolvimento. No atendimento às vítimas, os profissionais de saúde precisam atuar com recursos instrumentais e teóricos que estão além do que os cursos de graduação oferecem. Objetivou-se analisar as ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde no atendimento a crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual. Buscou-se conhecer os significados atribuídos pelos profissionais de saúde a esse problema. O local onde se deu a pesquisa foi um hospital geral pediátrico da cidade de Fortaleza – CE. Realizou-se pesquisa de cunho qualitativo e os sujeitos foram 21 profissionais de saúde. Os dados foram obtidos através de entrevista semi-estruturada, gravada. Para análise e organização, utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os profissionais foram enfermeiros, médicos, assistentes sociais, psicólogas, psicopedagogas. A maioria jamais participou de qualquer treinamento sobre o tema. Constatou-se que os sujeitos entendem o abuso sexual como uma violação, uma experiência de sofrimento para a criança, que se apresenta de várias formas. A identificação do abuso se dá através dos sinais e sintomas específicos e inespecíficos, da suspeita a partir do comportamento e do relato da criança e da investigação para comprovação material. As condutas, após a investigação, são encaminhamentos dentro da instituição, notificação ao Conselho Tutelar, prevenção e tratamento dos agravos resultantes do abuso e o cuidado com a criança e o adolescente. A existência de uma rotina própria é percebida por alguns através da atuação da Comissão de Prevenção aos Maus-tratos, enquanto outros percebem a existência de uma rotina no hospital em geral e outros afirmam não existir uma rotina. O envolvimento das categorias é percebido a partir da atuação na Comissão. Alguns sujeitos não sabem como sua categoria está envolvida, enquanto outros entendem que não há envolvimento, por não haver uma rotina própria. As estratégias para qualificação dos profissionais adotadas pela instituição são consideradas como atividades regulares, esporádicas ou inexistentes. O atendimento no serviço e na rede de saúde é visto como possível, a partir dos recursos já existentes no serviço, possível a partir da atuação da Comissão de Prevenção aos Maus-tratos e difícil, devido ao descrédito na rede de assistência. As dificuldades identificadas para o atendimento são a falta de preparo do profissional, emocional, a omissão da família e a insuficiente estrutura do serviço. As sugestões para melhorar a atuação dos profissionais no tema são a capacitação e a estruturação do serviço. Conclui-se que os profissionais de saúde no serviço pesquisado apresentam dificuldades para o atendimento no tocante à capacitação, à estruturação dos serviços e à articulação da rede de saúde e da rede intersetorial. Há necessidade de fortalecer a Comissão, criar normas e rotinas de atendimento, planejar treinamento sobre abuso sexual e sobre outras formas de violência contra crianças e adolescentes e implementar parcerias com instituições afins, visando à formação de redes.
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