Summary: | DANTAS NETO, M.P. Patógenos na ostra Crassostrea rhizophorae de estuários da costa setentrional do Nordeste Brasileiro. Fortaleza, 2015. 115 f. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza 2015. === Submitted by Geovane Uchoa (geovane@ufc.br) on 2016-05-11T13:53:34Z
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Previous issue date: 2015 === Bivalve mollusks, including oysters, can be affected by a wide variety of pathogens which may be causative agents of diseases. Among these etiological agents are viruses, bacteria, protozoa and metazoa. In Northeastern Brazil, the oyster Crassostrea rhizophorae is an estuarine resource often exploited by coastal communities and therefore studies that evaluate the health status of this mollusk are important. This study aimed to investigate the occurrence of parasites in three significant estuaries of Northeastern Brazil: Jaguaribe (Ceará), Camurupim (Piauí) and Carnaubeiras (Maranhão). The collections of C. rhizophorae in each estuary were held in August and September of 2011 (dry season; N= 450); March, April (rainy season; N= 450), October and November (dry season; N= 450) of 2012 and May and June (rainy season; N= 450) of 2013, totaling 1800 animals. The techniques used for pathogens detection were culture in Ray’s fluid thioglycollate medium (RFTM), polymerase chain reaction, (PCR), sequencing and histology. The first analyses were held with oysters collected in 2011. The RFTM assays revealed Perkinsus with the follow prevalences: Jaguaribe= 17.3%, Camurupim= 5.3%, Carnaubeiras= 10.6%. The intensity of infection ranged from very light to severe in the three estuaries. PCR analyzes confirmed Perkinsus sp. in 6 oysters and histology confirmed 21 cases. Histological analyses of oysters in all collection periods (2011, 2012 and 2013) evidenced hypertrophy of male gametes, Rickettsia-type bacteria and protozoa of genera Sphenophrya, Ancistrocoma, Steinhausia and Nematopsis and metazoa of genera Urastoma, Tylocephalum and Bucephalus, and yet an unidentified metazoa. Hypertrophy of gametes occurred in Carnaubeiras (3.3%). Bacteria Rickettsia were present in the three estuaries (rainy and dry season) with prevalences ranging from 30 to 80%. The prevalences of Sphenophrya sp., Ancistrocoma sp., and Steinhausia sp. were generally low. Two oysters presented cellular hypertrophy (xenoma) caused by Sphenophrya sp. Nematopsis sp. prevalences were high (up to 100%) and low in metazoa (3.3 to 10%). The intensities of infection were low to all found pathogens. In oysters collected in 2012 and 2013, the highest prevalence observed in RFTM was 34% in the estuary of Carnaubeiras River during the rainy season of 2013. PCR assays confirmed 29.89% (87/291) of positive results in RFTM. The sequencing of the amplified fragments from the ITS region of Perkinsus confirmed the presence of three species infecting C. rhizophorae in the region: P. beihaiensis, P. marinus and P. chesapeaki. Phylogenetic analyzes place the species P. chesapeaki identified in this study in a well-defined grouping with other isolates from the USA and the Mediterranean. This is the first record of P. chesapeaki infecting C. rhizophorae in South America. Considering these findings, it is recommended a constant monitoring of the health status of populations of oysters from this and other regions of Northeastern Brazil. === Os moluscos bivalves, incluindo as ostras, podem ser afetados por uma grande diversidade de patógenos, os quais podem vir a causar enfermidades. Entre estes agentes etiológicos, estão os vírus, bactérias, protozoários e metazoários. Na região nordeste do Brasil, a ostra Crassostrea rhizophorae é um recurso estuarino bastante explotado pelas comunidades ribeirinhas e, portanto, estudos que avaliem o estado de saúde desse molusco são importantes. Este trabalho teve como objetivo investigar a ocorrência de parasitas em três importantes estuários do nordeste brasileiro: Jaguaribe (Ceará), Camurupim (Piauí) e Carnaubeiras (Maranhão). As coletas de C. rhizophorae em cada estuário foram realizadas nos meses de agosto e setembro de 2011 (período seco; N=450); março, abril (período chuvoso; N=450), outubro e novembro (período seco; N=450) de 2012 e maio e junho (período chuvoso; N= 450) de 2013, totalizando 1.800 animais. As técnicas utilizadas para a detecção dos patógenos foram: cultivo em meio fluido de tioglicolato de Ray (RFTM), reação em cadeia da polimerase (PCR), sequenciamento e histologia. As primeiras análises foram realizadas com as ostras coletadas em 2011. Os ensaios de RFTM revelaram Perkinsus sp. com as seguintes prevalências: Jaguaribe = 17,3%, Camurupim = 5,3% e Carnaubeiras = 10,6%. A intensidade de infecção variou de muito leve a severa nos três estuários. As análises de PCR confirmaram Perkinsus sp. em 6 ostras e a histologia confirmou 21 casos. As análises histológicas das ostras de todo o período de coletas (2011, 2012 e 2013) evidenciaram hipertrofia dos gametas masculinos, bactérias do tipo Rickettsia, protozoários dos gêneros Sphenophrya, Ancistrocoma, Steinhausia e Nematopsis e metazoários dos gêneros Urastoma, Tylocephalum e Bucephalus, além de um metazoário não identificado. A hipertrofia de gametas ocorreu em Carnaubeiras (3,3%). Bactérias Rickettsia estiveram presentes nos três estuários (período chuvoso e seco), com prevalências variando de 30 a 80%. As prevalências de Sphenophrya sp., Ancistrocoma sp. e Steinhausia sp. foram geralmente baixas. Duas ostras apresentaram hipertrofia celular (xenoma), causada por Sphenophrya sp. As prevalências de Nematopsis sp. foram elevadas (até 100%) e dos metazoários baixas (3,3% a 10%). As intensidades de infecção foram baixas para todos os patógenos encontrados. Nas ostras coletadas em 2012 e 2013, a maior prevalência de Perkinsus spp. observada em RFTM foi de 34%, no estuário do Rio Carnaubeiras, durante o período chuvoso de 2013. Os ensaios por PCR confirmaram 29,89% (87/291) dos resultados positivos em RFTM. O sequenciamento dos fragmentos amplificados da região ITS de Perkinsus confirmou a presença de três espécies do patógeno infectando C. rhizophorae na região: P. beihaiensis, P. marinus e P. chesapeaki. Análises filogenéticas
colocam a espécie P. chesapeaki identificada neste estudo em um grupamento bem definido com outros isolados dos EUA e do Mediterrâneo. Este é o primeiro registro de P. chesapeaki infectando C. rhizophorae na América do Sul. Considerando os resultados obtidos, é aconselhável um monitoramento constante sobre o estado de saúde de populações de ostras desta e de outras regiões do Nordeste brasileiro.
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