Summary: | ALBUQUERQUE, José Lindomar Coelho. Fronteiras em movimento e identidades nacionais: a imigração brasileira no Paraguai. 2005. 265 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2005. === Submitted by nazareno mesquita (nazagon36@yahoo.com.br) on 2011-12-15T13:23:58Z
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Previous issue date: 2005 === A pesquisa aborda a imigração brasileira no Paraguai. Conforme algumas estimativas, cerca de 350 a 450 mil brasileiros migraram para o país vizinho a partir do final da década de 1950, constituindo-se no maior fluxo migratório de brasileiros para um Estado limítrofe. Esse processo singular ocorreu a partir da junção de ações planejadas pelos Estados nacionais e de deslocamentos populacionais espontâneos. Os imigrantes brasileiros se concentraram nos departamentos (correspondentes aos estados brasileiros) do Alto Paraná, Canindeyú, Amambay, Itapua, Caaguazu e Caazapá. Eles formaram, ao longo das quatro últimas décadas, várias cidades onde predominam a língua portuguesa, os canais de televisão brasileiros, as músicas e tradições culturais do Brasil. O confronto entre os imigrantes, principalmente os produtores de soja, e os setores camponeses da sociedade paraguaia têm gerado conflitos de classe, étnicos, nacionais e civilizacionais, mas também novas formas de integração dos imigrantes à sociedade paraguaia. A imigração brasileira, a influência econômica do Brasil no Paraguai e a força dos meios de comunicação brasileiros no país vizinho ampliam a zona de contatos interculturais e de disputas de poder entre brasileiros e paraguaios. Esses processos podem ser compreendidos a partir do conceito de fronteiras em movimento. Essa noção visa articular os conceitos de Estado-nação, fronteiras nacionais e imigrações internacionais e concebê-los em constante movimento. Analiso as frentes de expansão demográfica, econômica, política e cultural dos brasileiros na fronteira leste do Paraguai, os confrontos do passado entre os dois países atualizados nos conflitos do presente, a figuração “trabalhadores” brasileiros e “preguiçosos” paraguaios e a dinâmica das classificações e das negociações das identidades nacionais (paraguaios, brasileiros e “brasiguaios”) na região de fronteiras. Esses movimentos são contraditórios, tensos e permeados por relações assimétricas de poder entre o país de origem dos imigrantes e a nação de destino. A imigração brasileira no Paraguai gera fronteiras simbólicas, hibridismos culturais, variadas tensões, colocando em risco os limites fixos dos Estados nacionais. As imagens cristalizadas e delimitadas dos mapas das nações não correspondem à dinâmica da vida nos espaços fronteiriços.
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