Summary: | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === A Mata Atlântica é um dos mais ricos ecossistemas em termos de diversidade biológica do mundo. Ela é representada por vários tipos de vegetações, além de ser caracterizada pelo alto grau de endemismo. Atualmente, esta floresta, se encontra bastante fragmentada, restando apenas 7,5%. Apesar disso, ainda mantém níveis extremamente altos de biodiversidade e endemismo. Contudo, este bioma, provavelmente, é o mais devastado e seriamente ameaçado do planeta. Apesar da importância do estudo sobre Mata Atlântica, pouco se conhece dos processos físicos, químicos e biológicos existentes acima e abaixo do dossel. O estudo da radiação solar é importante para entender os diversos processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem na biosfera, em particular em floresta. Ainda no ambiente de floresta a radiação solar se destaca entre outros fatores, sendo fundamental nos processos de fotossíntese, aquecimento do ar e da superfície e evapotranspiração. O processo de fotossíntese ocorre apenas em parte do espectro da Radiação Solar, compreendido entre os comprimentos de onda eletromagnética de 0,4 a 0,7 μm e denominada de Radiação Fotossinteticamente Ativa (PAR). Com base no exposto, o objetivo é caracterizar a evolução temporal da Radiação Solar Global (Rg) e Fotossinteticamente Ativa acima e abaixo de um fragmento remanescente de Mata Atlântica no Estado de Alagoas. O estudo foi realizado, no período de outubro/2009 a setembro/2010, com a obtenção dos dados (Rg, PAR, PAR refletida e precipitação) provenientes de uma torre micrometeorológica (10º17 36 S, 36º17 24 W) de 26 metros instalada numa área de floresta de Mata Atlântica. A área de estudo está localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Lula Lobo I inserida na fazenda Capiatã A, pertencente à Usina Coruripe Açúcar e Álcool S/A, no município de Coruripe, Alagoas. Verificou-se que a radiação solar incidente (Radiação Solar Global Externa (Rg_Ext) e Radiação Fotossinteticamente Ativa na parte Externa (PAR_Ext)) seguem a sazonalidade imposta pelo movimento aparente do Sol. Na época seca observou-se os maiores registros de Rg_Ext e PAR_Ext, com respectivas médias superiores a 900 W m-2 e 600 W m-2. Enquanto que, na época chuvosa foram registradas as menores médias, com Rg_Ext abaixo de 500 W m-2 e PAR_Ext inferior a 300 W m-2. Entretanto, uma pequena fração da radiação solar atinge o solo da floresta, ou seja, menos de 8% incide sobre a superfície. A radiação solar que incide no chão da floresta tem grande dependência do ângulo zenital (Z) e da estrutura do dossel. Notou-se também grande influência do Z na Rg_Ext e PAR_Ext, onde se verificou que quanto maior Z, menores são os valores destas componentes, em razão do maior caminho ótico que os raios solares tem que percorrer para atingir à superfície.
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