Summary: | This study focuses on the Brazilian family agriculture and the changes in the field at the
beginning of this century, and aims at analyzing the recent changes in the field and implications
for family agriculture. The choice of this approach was to start living the author with farmers and
their theoretical conception about the contradictions in the countryside. This is an MSc in Social
Work, submitted to the Graduate Program in Social Work at the Federal University of Alagoas.
The study took place from August 2007 to February 2010, based on a critical perspective. This
research started from the assumption that the changes in family agriculture in the early twentyfirst
century, have shown a deepening of its subordination to capital, shaped the development of
the destructive forces of capital over the field, considering that by incorporating the balance of
household production, big capital keeps increasing its process of expansion and accumulation,
while expanding its dominance over the field. Based on this study, we have seen in Brazil since
the Portuguese colonization, consisted of a hegemonic agro-export model, focusing on large
estates in monoculture and in slavery, characterized as 'a specific type of capitalism' in which
'small producers rural', historically, played a secondary role to the dominant agricultural model.
However, since the end of the twentieth century, the Brazilian government, under the
determination of big business, has justified the implementation of various measures to adjust
the called family agriculture by the need for their development, strengthening and expansion.
However, such measures actually show the deepening of the process of subordination of rural
producers to the determinations of capital should be included as part of the neo-liberal offensive
against the constant conflicts in the countryside and the ever increasing need for expansion and
capital accumulation. === O presente estudo trata sobre a agricultura familiar brasileira e as transformações no campo,
nesse início de século, e tem por objetivo geral analisar as recentes transformações no campo
e suas implicações na produção agrícola familiar. A escolha dessa abordagem se deu a partir
do convívio do autor com produtores rurais e da sua concepção teórica acerca das
contradições presentes no meio rural. Trata-se de uma dissertação de Mestrado em Serviço
Social, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade
Federal de Alagoas, cujo estudo se deu no período de agosto de 2007 a fevereiro de 2010,
tendo como base uma perspectiva crítica. Tal pesquisa partiu da hipótese de que as
transformações na agricultura familiar, no início do século XXI, têm evidenciado o
aprofundamento da sua subordinação ao capital, plasmado no desenvolvimento das forças
destrutivas do capital sobre o campo, tendo em vista que ao incorporar o excedente da
produção familiar, o grande capital mantém crescente o seu processo de expansão e
acumulação, enquanto amplia o seu domínio sobre o campo. Com base nesse estudo, vimos
que, no Brasil, desde a colonização portuguesa, constituiu-se um modelo hegemonicamente
agroexportador, centrado no latifúndio, na monocultura e no escravismo, caracterizado como
um tipo específico de capitalismo , no qual os pequenos produtores rurais , historicamente,
ocuparam um papel secundário ao modelo agrícola predominante. No entanto, desde o final do
século XX, o governo brasileiro, sob determinação do grande capital, tem justificado a
implementação de diversas medidas de ajustamento da chamada agricultura familiar pela
necessidade de seu desenvolvimento, fortalecimento e expansão. Entretanto, tais medidas, na
verdade, evidenciam o aprofundamento do processo de subordinação dos produtores rurais às
determinações do capital, devendo ser compreendidas como parte da ofensiva neoliberal face
aos constantes conflitos no campo e à necessidade sempre crescente de expansão e
acumulação do capital.
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