Summary: | Environmental problems have now achieved such a dimension which
becomes a challenge to human survival. Taking into account that nature is the
necessary and indispensable support of modern economy as well as of the future
generation, sustainability must conciliate both the economical development and the
preservation of the environment. Thus, only recently has been noticed that the
balance of the ecosystems and the development of the economy are inter-related
facts. In principle, any human activity which aims at exploiting the environmental
resources impacts on the environment, among these activities is the production of
food. One of the in-water food production is the technique of raising shrimp in
captivity, well developed in many countries now. Shrimp raising, besides being an
alternative to the supplying of the increasing demand of shrimp in the world, has
become an important socioeconomic activity which positive and negative effects
have been remarkably noticed in the regions of its settlement, among which the
swamp areas are enhanced. On these grounds, and having in mind the three factors
that founds the sustainable development: economically efficient, environmentally
correct and socially fair, as well as the favorable and unfavorable concerns related to
shrimp raising, a social-environmental analysis of this activity was held in the present
work, characterizing the damages which were caused and identifying possible effects
on the quality of life improvement of the community involved in this kind of activity.
The research found the existence of an economic-based view from the social players
involved in shrimp raising, where the perception of progress is privileged against the
environmental an social aspects. In this way, it could be proved that the degree of
perception of the society and of the community related do not evolve owing to the low
level of education in the municipality, which impairs a participative management of
the natural resources, thus generating an untrue feeling of development. === Os problemas ambientais atingiram na atualidade uma proporção que
representa um verdadeiro desafio à sobrevivência humana. Considerando que a
natureza é a base necessária e indispensável da economia moderna, bem como da
vida das gerações futuras, a sustentabilidade deve conciliar o desenvolvimento
econômico com a preservação do meio ambiente. Dessa forma, só recentemente
percebeu-se que o equilíbrio dos ecossistemas e o desenvolvimento da economia
são fatos inter-relacionados. A princípio, qualquer atividade antrópica que visa à
exploração de recursos ambientais causa impactos ao meio ambiente, dentre essas
atividades está a produção de alimentos. Um dos cultivos alimentares aquáticos é a
carcinicultura, técnica de criação de camarões em cativeiro, muito desenvolvida
atualmente, em vários países do mundo. A carcinicultura marinha, além de
representar uma alternativa para o atendimento da crescente demanda mundial por
camarões, vem se constituindo numa importante atividade sócio econômica, cujos
efeitos positivos e negativos têm se refletido sobremaneira nas regiões de sua
implantação, dentre as quais destacam-se as regiões de manguezais. Diante disso e
tendo em vista os três pilares que embasam o desenvolvimento sustentável:
economicamente eficiente, ambientalmente prudente e socialmente justo, bem como
as opiniões favoráveis e desfavoráveis em relação à carcinicultura, foi realizada no
presente trabalho uma caracterização sócio-ambiental dessa atividade, identificando
os danos causados e os possíveis reflexos de melhoria na qualidade de vida da
comunidade envolvida por esse ramo de atividade. Na pesquisa, foram abordados
os efeitos sócio-ambientais da carcinicultura no município de Barra de Santo
Antônio, estado de Alagoas, enfocando empreendimento carcinicultor, implantado no
referido município, em que foram abordados os aspectos ambientais, de geração de
emprego e renda e de geração de tributos municipais. O trabalho identifica ainda os
atores sociais envolvidos direta e indiretamente na carcinicultura e a atuação dos
órgãos ambientais em relação ao licenciamento e à fiscalização da atividade. A
pesquisa concluiu que existe uma visão economicista dos atores sociais envolvidos
com a carcinicultura, onde a percepção de progresso é privilegiada em detrimento
dos aspectos ambientais e sociais. Nesse sentido pôde-se comprovar que o grau de
percepção da sociedade e da comunidade impactada não evolui, devido ao baixo
nível de escolaridade no município, o que impede uma gestão participativa dos
recursos naturais, gerando uma falsa sensação de desenvolvimento.
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