Efeito da estimulação transcraniana por corrente contínua nos sintomas associados ao tratamento com interferon peguilado em portadores de hepatite C crônica

Introdução: O tratamento da hepatite C crônica com intereferon dura de 48 a 72 semanas, dependendo do genótipo. Os efeitos adversos mais prevalentes são dores pelo corpo, sintomas depressivos e piora na qualidade de vida. O tratamento torna o paciente incapacitado para suas tarefas diárias e atrapal...

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Bibliographic Details
Main Author: Brietzke, Aline Patrícia
Other Authors: Caumo, Wolnei
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/87305
Description
Summary:Introdução: O tratamento da hepatite C crônica com intereferon dura de 48 a 72 semanas, dependendo do genótipo. Os efeitos adversos mais prevalentes são dores pelo corpo, sintomas depressivos e piora na qualidade de vida. O tratamento torna o paciente incapacitado para suas tarefas diárias e atrapalha a adesão ao tratamento. Dessa forma, faz-se necessário buscar novas alternativas para minimizar os danos tornando o tratamento menos agressivo ao paciente e diminuindo os sintomas. Objetivo: Foram testadas duas hipóteses. A primeira foi explorar se a estimulação transcraniana por corrente continua (ETCC) seria mais eficaz em pacientes tratados com interferon peguilhado (PegINF) no tratamento da hepatite C crônica do que um placebo-sham para a redução dos sintomas dolorosos avaliados por meio dos níveis de dor e do limiar de dor a pressão. A segunda foi testar se os efeitos da ETCC nos sintomas relacionados ao uso de PegINF estariam relacionados ao processo de neuroplasticidade avaliado por meio dos níveis séricos de BDNF. Métodos: Foram recrutados 28 pacientes com hepatite C crônica, destros, com idades entre 40-74 anos, com escore de dor na escala numérica acima de 4 e com e limitações funcionais para realizar atividades de rotina devido à dor. Estes pacientes foram randomizados para um dos grupos de tratamento – placebo-sham (n=14) ou ETCC ativo (n=14). O tratamento consistiu em uma sessão diária de ETCC durante cinco dias consecutivos com a estimulação de 2mA aplicada na área do córtex motor primário(M1) do lado dominante. Os instrumentos de avaliação utilizados foram questionário para avaliar nível socioeconômico e dados demográficos, Escala Analógica Visual de dor (VAS), Escala do perfil de dor crônica (B-PCP:S) e níveis séricos de BDNF. Resultados: Comparando ETCC ativo com placebo-sham, ETCC ativa apresentou escores de dor significativamente mais baixos de VAS (P<0,003). A interação entre grupo e tratamento não foi significativa (P=0,07). A ETCC ativa resultou em redução da média de dor em 56% em comparação com o placebo-sham (P<0,001). Além disso, em comparação com placebo-sham, ETCC ativa resultou em melhora significativa no limiar de dor por pressão (P = 0,007) e no B-PCP: S (P <0,001), bem como reduziu o numero de doses analgésicas (P <0,03). O grupo da ETCC ativa também teve aumento significativo do BDNF no soro a partir da linha de base que foi de 37,48% (ETCC ativo) em comparação com 1,48% (diminuição do placebo-sham), esta diferença foi significativa (P <0,01). Conclusão: Concluímos que há grande potencial de utilização dessa técnica no tratamento de pacientes com hepatite c crônica, no que diz respeito ao alívio da dor, limiar de dor e diminuição dos níveis de BDNF. === Background: The treatment of chronic hepatitis C with intereferon lasts 48-72 weeks depending on the genotype. The most prevalent adverse effects are body pain, depressive symptoms and poor quality of life. The treatment makes the patient incapacitated for their daily tasks and interfere with treatment adherence. Thus, it is necessary to seek new alternatives to minimize the damage becoming less aggressive treatment to the patient and decreasing symptoms. Objective: Two hypotheses were tested . The first was to test whether transcranial direct current stimulation ( tDCS ) would be more effective in patients treated with interferon pegylated (PegINF) in the treatment of chronic hepatitis C than placebo-sham to reduce painful symptoms assessed by levels of pain and pressure pain threshold. The second was to test whether the effect of the tDCS related to use of PegINF symptoms would be related to the neuroplasticity process evaluated by means of BDNF serum. Methods: We recruited 28 patients with chronic hepatitis C, right-handed, aged 40-74 years, with a pain score on a scale above 4 and with functional limitations to perform routine activities due to pain. These patients were randomized to one of the treatment groups - placebo-sham (n = 14) or active tDCS (n=14). The treatment consisted of a daily session of 2mA tDCS for five consecutive days, applied in the primary motor cortex (M1) of the dominant hand area. The assessment instruments were used questionnaire to assess socioeconomic and demographic data, visual analogue scale for pain (VAS), scale profile of chronic pain (B-PCP:S) and serum BDNF levels. Results: Compared active tDCS with placebo-sham, active tDCS scores showed significantly lower pain VAS (P<0.003). The interaction between group and treatment was not significant (P =0.07). The active tDCS resulted in a reduction in average pain by 56% compared with the placebo -sham (P < 0.001). Moreover, active tDCS compared with placebo-sham, active tDCS resulted in significant improvement in the pain pressure threshold (P = 0.007) and the B -PCP:S (P<0.001) and reduced the number of analgesic doses (P < 0.03). The active tDCS group also had significantly increased BDNF in serum from the baseline that was 37.48 % (active tDCS) compared to 1.48% (reduced placebo-sham), this difference was significant (P < 0.01). Conclusion: We conclude that there is great potential for using this technique in the treatment of patients with chronic hepatitis C, with regard to pain relief, pain threshold and decreased levels of BDNF.