O corpo emergente na arte digital

Nesta tese parto do princípio de que a arte se instaura pelo contraste que mantém com os esquemas de ação habituais das sociedades. Partindo desse argumento, considero que nas atuais tecnologias digitais, apesar da instabilidade inerente a esses novos meios, também é possível uma diferenciação entre...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fontanive, Mário Furtado
Other Authors: Brites, Blanca Luz
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
Art
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/78675
Description
Summary:Nesta tese parto do princípio de que a arte se instaura pelo contraste que mantém com os esquemas de ação habituais das sociedades. Partindo desse argumento, considero que nas atuais tecnologias digitais, apesar da instabilidade inerente a esses novos meios, também é possível uma diferenciação entre a arte e os esquemas do hábito. Nas técnicas surgidas após o controle da energia elétrica, origem sobre a qual está baseada a tecnologia digital, a fixidez que dominava as estruturas mecânicas foi subvertida e se abriu a possibilidade de conformar mais livremente o modo como desenvolvemos nossas ações. Concomitantemente a essa condição, algumas técnicas passaram a possibilitar o registro de diversos tipos de movimento realizados pelo corpo. Assim, tanto os movimentos subliminares do corpo, como os batimentos cardíacos e a respiração, quanto os mais variados tipos de gestos formadores das ações, tais como o andar e o olhar, se tornaram passíveis de captura, de manipulação e de observação. Busco mostrar que o uso de técnicas de captura de movimento possibilitou aos artistas o deslocamento dos gestos de suas posições internas às estruturas do hábito e, além de demarcar os domínios da arte no território movente da tecnologia digital, os artistas conseguiram expor esquemas de ação até então ocultados pela repetição cotidiana. === In this thesis I assume that art is established through the contrast kept with the habitual action schemes of the societies. Based on this argument on, I consider that in the current digital technologies, despite the inherent instability of these new media, it is also possible to differentiate between art and habit schemes. In the techniques emerged after controlling the electricity, source on which this digital technology is based, the fixity that dominated mechanical structures was overthrown and the possibility of conforming more freely the way we developed our actions was opened. Concurrently with this condition, some techniques began to allow the registration of various types of movement performed by the body. Thus, the subliminal body movements such as heartbeat and breathing as well as the various types of gestures that create those actions, such as walking and looking, became subject to capture, manipulation and observation. I aim at showing that the use of techniques of motion capture enabled the artists the displacement of the gestures of their internal positions to structures of habit and, besides demarcating the domains of art within the moving field of digital technology, the artists managed to express action schemes until then hidden by everyday repetition.