A política externa do Japão no século XXI : rumo a uma nova doutrina diplomática?

Nesta dissertação de mestrado, buscou-se estabelecer se a diplomacia japonesa estaria em um processo de mudança no século XXI, abrindo mão dos princípios das doutrinas Yoshida e Fukuda, que regeram a política externa desde o Pós-Segunda Guerra Mundial, e indo em direção à elaboração de uma nova dout...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sogari, Mário Augusto Brudna
Other Authors: Carletti, Anna
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
LDP
DPJ
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/70022
Description
Summary:Nesta dissertação de mestrado, buscou-se estabelecer se a diplomacia japonesa estaria em um processo de mudança no século XXI, abrindo mão dos princípios das doutrinas Yoshida e Fukuda, que regeram a política externa desde o Pós-Segunda Guerra Mundial, e indo em direção à elaboração de uma nova doutrina. Para tanto, utilizando o marco teórico de Putnam (1988), foram analisadas não somente as agendas de política externa dos governos japoneses dos anos 2000, como também os condicionamentos internos e externos presentes em cada um deles, permitindo-se verificar o quanto os partidos políticos e seus gabinetes conseguiram aplicar os seus projetos na área diplomática. No âmbito interno, a mudança no processo de elaboração de política externa, através da quebra do sistema do triângulo de ferro, sendo substituído pela centralização de poder decisório nos partidos políticos e na Dieta, o parlamento japonês indica que o Japão está sob uma alteração de sua Doutrina diplomática. Já quanto aos fatores externos, a Crise Asiática, a crise financeira de 2008 e o militarismo de China e Coreia do Norte tiveram papel fundamental para que o Japão realizasse mudanças nos seus esforços para adotar um papel mais proativo na Ásia, quebrando o histórico de minimalismo diplomático presente na Doutrina Yoshida. Ainda assim o país não conseguiu reestruturar os termos da aliança político-securitária com os Estados Unidos e não foi bem sucedido em angariar apoio público para a realização de mudanças no papel político-militar do país. A dificuldade da diplomacia japonesa em encontrar alternativas ao sistema de segurança norte-americano e de enfrentar situações de instabilidade política interna e regional fez com que a proximidade com os Estados Unidos fosse mantida como pedra angular de política externa. === This master degree's thesis seeks to establish whether the Japanese diplomacy would be in a process of change in the 21st century, by giving up on the principles of the Yoshida and Fukuda doctrines, which have determined Japan's foreign policy since the end of World War II, and heading towards the creation of a new doctrine. In order to answer this question, by using the theoretical contribution of Putnam (1988), not only were the foreign policy agendas of the Japanese governments thorough the 2000's decade analyzed, but also the domestic and external conditionings present in each of them, which helped verifying in which extent political parties and their cabinets were successful in applying their own diplomatic projects. In the domestic level, the change in the process of making foreign policy, through the end of the Iron Triangle system and its substitution by the centralization of decision power in the political parties and the Japanese Diet, indicates that Japan is under an alteration of its diplomatic doctrine. In the external level, the 1997 Asian financial crisis, the 2008 financial crisis and the militarism displayed by North Korea and China had an essential role in so that Japan would make changes in its efforts to adopt a more proactive political position in Asia, breaking the concept of diplomatic minimalism of the Yoshida Doctrine. Nevertheless, the country was unable to restructure the terms of the political and security alliance with the United States, and was also unsuccessful in harnessing public support to change the country's political and military role. The difficulty of finding alternatives to the North American security system and facing regional and domestic stability resulted in the decision of keeping the proximity with the United States as a cornerstone of Japan's foreign policy.