O impacto psicossocial das secas em agricultores familiares do Rio Grande do Sul : um estudo na perspectiva da psicologia dos desastres
O trabalho investigou, através de dois estudos, a seca e suas implicações psicossociais para as famílias de agricultores da região Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. No estudo qualitativo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas tendo participado sete agricultores de ambos os sexos, com id...
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Enfrentamento Aspectos psicossociais Apoio social Desastres naturais Disasters psychology Drought Farmers Social support General health World assumptions Favero, Eveline O impacto psicossocial das secas em agricultores familiares do Rio Grande do Sul : um estudo na perspectiva da psicologia dos desastres |
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O trabalho investigou, através de dois estudos, a seca e suas implicações psicossociais para as famílias de agricultores da região Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. No estudo qualitativo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas tendo participado sete agricultores de ambos os sexos, com idade entre 33-51 anos (M=42; DP=5,22). O objetivo foi verificar como a perda de recursos desencadeada pelas secas exerce influência sobre o bem-estar familiar. Constatou-se que as secas afetam recursos de sobrevivência familiar e causam implicações psicológicas para esta população, como insegurança quanto ao futuro, desânimo e tristeza. Os participantes utilizam estratégias de coping a partir do uso de recursos pessoais e do apoio social disponível no cotidiano de vida, sendo prevalente o uso do coping ativo. Políticas públicas em caráter permanente poderiam contribuir para reduzir o tempo de exposição ao estresse decorrente do desastre e, consequentemente, melhorar níveis de saúde e bem-estar nesta população. No segundo estudo, participaram 198 agricultores, com idade entre 18 e 77 anos (M=44,38; DP=10,04), sendo 104 (52,5%) homens e 88 (44,4%) mulheres. O objetivo foi avaliar a relação entre o grau de impacto da seca na família e as variáveis crenças básicas, apoio social, saúde geral e percepção do desastre. Os participantes responderam a um questionário composto por itens relacionados aos impactos psicossociais das secas e percepção do desastre, além das escalas World Assumptions Scale (WAS), Social Support Appraisals (SSA) e o Questionário de Saúde Geral (QSG-12). Os grupos de alto e médio impacto da seca apresentaram percepção mais negativa do desastre em relação ao grupo de baixo impacto, no que se refere às suas consequências no bem-estar, além de perceberem-se mais responsáveis pelos seus impactos. Além disso, esses grupos apresentaram menores médias nas crenças de justiça, controlabilidade e aleatoriedade dos acontecimentos. Em relação ao apoio social, o grupo com alto impacto do desastre percebe-se mais apoiado pelos grupos primários (família, amigos, vizinhos, comunidade), enquanto que o grupo de baixo impacto percebe-se mais apoiado pelos grupos secundários (governo, técnicos, grupos religiosos). Constatou-se ainda, menor percepção de saúde no grupo de alto impacto da seca, nas dimensões depressão, autoeficácia e autoestima. O trabalho contribui para a compreensão da relação entre seca e bem-estar nos agricultores, bem como, com discussões no âmbito da psicologia dos desastres no contexto brasileiro. === This work investigated, through two studies, the drought and its psychosocial implications for families of farmers in the northwest region of Rio Grande do Sul, Brazil. In the qualitative study, semi-structured interviews were conducted with seven participating farmers of both sexes, aged 33-51 years (M = 42, SD = 5.22). The goal was to understand how the loss of resources triggered by droughts influences family well-being. It was found that droughts affect family survival resources and has psychological implications for this population, such as uncertainty about the future, hopelessness and sadness. The use of active coping through personal resources and informal social support is prevalent. Public policies could help to reduce the time of exposure to stress caused by the disaster, and consequently, improve the levels of health and well-being in this population. In the second study, 198 farmers participated, aged 18-77 years (M = 44.38, SD = 10.04); 104 (52.5%) men and 88 (44.4%) women. The objective was to evaluate the relationship between the degree of impact of drought upon the family and the variables of world assumptions, social support, general health and perception of the disaster. The participants answered a questionnaire (beyond the World Assumptions Scale (WAS), Social Support Appraisals (SSA) and the General Health Questionnaire (GHQ-12) instruments) comprised of items related to the psychosocial impacts of droughts and the perception of the disaster. The groups of high and medium impact had more negative perceptions of the disaster, with regard to its consequences on well-being, than had the low impact group. They also perceived themselves as more accountable for it. Moreover, these groups had lower mean belief in justice, controllability and randomness of events. Regarding social support, those in the high- and medium-impact groups perceived themselves to be more supported by the primary groups (family, friends, neighbors, community); while those in the low-impact group perceived themselves to be more supported by secondary groups (government, agricultural technicians, religious groups). Additionally, there existed a decreased perception of health in the high-impact group, related to the following dimensions: Depression, self-efficacy and self-esteem. The work contributes to the understanding of the relationship between drought and well-being among farmers; as well as to discussions within the psychology of disasters in the Brazilian context. |
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Constatou-se que as secas afetam recursos de sobrevivência familiar e causam implicações psicológicas para esta população, como insegurança quanto ao futuro, desânimo e tristeza. Os participantes utilizam estratégias de coping a partir do uso de recursos pessoais e do apoio social disponível no cotidiano de vida, sendo prevalente o uso do coping ativo. Políticas públicas em caráter permanente poderiam contribuir para reduzir o tempo de exposição ao estresse decorrente do desastre e, consequentemente, melhorar níveis de saúde e bem-estar nesta população. No segundo estudo, participaram 198 agricultores, com idade entre 18 e 77 anos (M=44,38; DP=10,04), sendo 104 (52,5%) homens e 88 (44,4%) mulheres. O objetivo foi avaliar a relação entre o grau de impacto da seca na família e as variáveis crenças básicas, apoio social, saúde geral e percepção do desastre. Os participantes responderam a um questionário composto por itens relacionados aos impactos psicossociais das secas e percepção do desastre, além das escalas World Assumptions Scale (WAS), Social Support Appraisals (SSA) e o Questionário de Saúde Geral (QSG-12). Os grupos de alto e médio impacto da seca apresentaram percepção mais negativa do desastre em relação ao grupo de baixo impacto, no que se refere às suas consequências no bem-estar, além de perceberem-se mais responsáveis pelos seus impactos. Além disso, esses grupos apresentaram menores médias nas crenças de justiça, controlabilidade e aleatoriedade dos acontecimentos. Em relação ao apoio social, o grupo com alto impacto do desastre percebe-se mais apoiado pelos grupos primários (família, amigos, vizinhos, comunidade), enquanto que o grupo de baixo impacto percebe-se mais apoiado pelos grupos secundários (governo, técnicos, grupos religiosos). Constatou-se ainda, menor percepção de saúde no grupo de alto impacto da seca, nas dimensões depressão, autoeficácia e autoestima. O trabalho contribui para a compreensão da relação entre seca e bem-estar nos agricultores, bem como, com discussões no âmbito da psicologia dos desastres no contexto brasileiro. This work investigated, through two studies, the drought and its psychosocial implications for families of farmers in the northwest region of Rio Grande do Sul, Brazil. In the qualitative study, semi-structured interviews were conducted with seven participating farmers of both sexes, aged 33-51 years (M = 42, SD = 5.22). The goal was to understand how the loss of resources triggered by droughts influences family well-being. It was found that droughts affect family survival resources and has psychological implications for this population, such as uncertainty about the future, hopelessness and sadness. The use of active coping through personal resources and informal social support is prevalent. Public policies could help to reduce the time of exposure to stress caused by the disaster, and consequently, improve the levels of health and well-being in this population. In the second study, 198 farmers participated, aged 18-77 years (M = 44.38, SD = 10.04); 104 (52.5%) men and 88 (44.4%) women. The objective was to evaluate the relationship between the degree of impact of drought upon the family and the variables of world assumptions, social support, general health and perception of the disaster. The participants answered a questionnaire (beyond the World Assumptions Scale (WAS), Social Support Appraisals (SSA) and the General Health Questionnaire (GHQ-12) instruments) comprised of items related to the psychosocial impacts of droughts and the perception of the disaster. The groups of high and medium impact had more negative perceptions of the disaster, with regard to its consequences on well-being, than had the low impact group. They also perceived themselves as more accountable for it. Moreover, these groups had lower mean belief in justice, controllability and randomness of events. Regarding social support, those in the high- and medium-impact groups perceived themselves to be more supported by the primary groups (family, friends, neighbors, community); while those in the low-impact group perceived themselves to be more supported by secondary groups (government, agricultural technicians, religious groups). Additionally, there existed a decreased perception of health in the high-impact group, related to the following dimensions: Depression, self-efficacy and self-esteem. 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