Summary: | Os esfenodontes (Lepidosauria, Rhynchocephalia) formam um dos grupos mais abundantes da fauna da “Formação Caturrita” (Triássico Superior), do Rio Grande do Sul, e representam o registro mais antigo de Rhynchocephalia para a América do Sul. O primeiro espécime encontrado foi reportado por Ferigolo (2000) sem, entretanto, apresentar uma descrição formal do novo táxon. Posteriormente, Bonaparte & Sues, em 2006, descreveram dois crânios com mandíbulas articuladas (holótipo e material referido), determinando uma nova espécie, Clevosaurus brasiliensis e formalizando a Família Clevosauridae composta pelos gêneros Clevosaurus, Brachyrhinodon e Polysphenodon. O presente trabalho apresenta a descrição anatômica de sete novos espécimes pertencentes à coleção do Laboratório do Setor de Paleovertebrados do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do IGEO/UFRGS, representados por materiais cranianos e mandibulares, com dentição. Constatou-se que todo o material estudado pode ser seguramente atribuído a C. brasiliensis, com base em sua diagnose original. A fim de testar a consistência da Família Clevosauridae e o posicionamento de C. brasiliensis, foi realizada um análise filogenética com base em uma matriz dados contendo 26 táxons e 67 caracteres. Na matriz os novos materiais descritos, bem como os materiais descritos por Arantes et al. (2009) e por Ferigolo (2000, 2009) foram codificados como C. brasiliensis. Os resultados da análise filogenética apontaram a coesão da Família Clevosauridae, e mostraram uma associação mais próxima da espécie brasileira com Clevosaurus mcgilli e C. bairdi. Sendo assim, conclui-se neste estudo que C. brasiliensis continua sendo a única espécie de Rhynchocephalia presente no Triásssico do Rio Grande do Sul. === The sphenodonts (Lepidosauria, Rhynchocephalia) form one of the most abundant groups in the fauna of the “Caturrita Formation” (Upper Triassic), on the Rio Grande do Sul state, Brazil, and represent the oldest record of Rhynchocephalia in South America. The first specimen was reported found by Ferigolo (2000) without, however, a formal description of the new taxon. Later, Bonaparte & Sues, in 2006, described two skulls with articulated mandibles (holotype and referred specimen), determining a new species, Clevosaurus brasiliensis and formalizing the family Clevosauridae, which comprises the genera Clevosaurus, Brachyrhinodon and Polysphenodon. This work presents the anatomical description of seven new specimens from the collection from the Laboratory of Paleovertebrates, Department of Paleontology and Stratigraphy, IGEO / UFRGS, represented by cranial and mandibular material, with teeth. It was found that all of the material can be safely attributed to C. brasiliensis, based on their original diagnosis. In order to test the consistency of the family and the placement of C. brasiliensis, a phylogenetic analysis was performed based on a data matrix containing 26 taxa and 67 characters. In the matrix, the new materials described, as well as the materials described by Arantes et al. (2009) and Ferigolo (2000, 2009) were classified as C. brasiliensis. The results of the phylogenetic analysis showed the cohesion of the Clevosauridae, and a close association of the Brazilian species with Clevosaurus mcgilli and C. bairdi. Therefore, we conclude from this study that C. brasiliensis remains the only Rhynchocephalia species present in the Triassic from Rio Grande do Sul.
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