Ações voltadas para saúde mental na estratégia de saúde da família : intenções de equipes e expectativas de usuários e familiares

Considerando a discussão sobre a inserção de ações de saúde mental na atenção básica, especialmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF), observa-se a necessidade de mais estudos para aprofundar a compreensão dessa interface, em que se privilegie a acepção das perspectivas de diferentes atores so...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Camatta, Marcio Wagner
Other Authors: Schneider, Jacó Fernando
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/27895
Description
Summary:Considerando a discussão sobre a inserção de ações de saúde mental na atenção básica, especialmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF), observa-se a necessidade de mais estudos para aprofundar a compreensão dessa interface, em que se privilegie a acepção das perspectivas de diferentes atores sociais intimamente envolvidos nesse processo. O objetivo desta pesquisa foi compreender o significado das ações voltadas para saúde mental no contexto da ESF, na perspectiva de profissionais de saúde, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), usuários e familiares. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo fenomenológica, com utilização do referencial da fenomenologia social de Alfred Schutz. A coleta de informações foi realizada nos meses de maio e junho de 2010 em duas unidades de saúde da família localizadas no município de Porto Alegre/Rio Grande do Sul, Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 47 sujeitos, sendo nove profissionais, 10 ACS, 16 usuários e 12 familiares. A análise compreensiva dos achados permitiu descrever o significado da ação por meio da identificação do típico da ação de cada grupo de sujeitos entrevistados. A convergência entre as intenções da equipe da ESF (profissionais de saúde e ACS) e as expectativas de usuários e familiares revelou que o atendimento das demandas desses sujeitos é fundamental para garantir a eles o acesso a serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade, sobretudo na atenção básica, por estarem mais próximos dos sujeitos e por serem depositários da confiança deles. Contudo a análise dessas convergências revelou que a relação intersubjetiva é um aspecto altamente relevante para a assistência em saúde mental na ESF, necessitando de maiores investimentos da equipe, ampliando espaços e intensificando as trocas sociais entre os envolvidos – equipe, usuários e familiares. === Considering the discussion about the inclusion of mental health services in primary care, especially on Family Health Program (FHP), there is a need for further studies to deeply understand this interface, which favors the meaning of the prospects for different social actors intimately involved in this process. The objective of this research was to understand the meaning of actions aimed at mental health in FHP‟ context, in the view of health professionals, Community Health Agents (CHA), and family members. This is a qualitative study of the phenomenological approach, using Alfred Schutz‟ social phenomenology conceptual framework. Data collection was conducted during May and June 2010 in two family health units located in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Semi-structured interviews were conducted with 47 subjects – nine professionals, 10 CHA, 16 users and 12 relatives. The comprehensive analysis of the findings allowed describing the meaning of action through the identification of the typical actions of each group of interviewees. Convergence between the intentions of FHP team (professionals and CHA) and the expectations of users and family members revealed that the accomplishment of these subjects‟ demands is essential to guarantee them access to health services at different levels of complexity, especially in primary care, because they are closer to the subjects and because they are custodians of their trust. However, the analysis of these convergences revealed that the inter-subjective relationship is a highly relevant aspect to mental health in FHP, requiring greater team investment, expanding spaces and enhancing social exchanges between those involved – staff, users and families.