Complicações relacionadas à lobectomia no doador para transplante pulmonar intervivos

Introdução: O transplante pulmonar tem sido limitado pela escassez de doadores cadavéricos adequados. O transplante pulmonar lobar, utilizando doadores vivos, apresenta-se como uma alternativa para minimizar a mortalidade em lista de espera. Entretanto, este procedimento coloca dois indivíduos saudá...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Camargo, Spencer Marcantônio
Other Authors: Moreira, José da Silva
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/26145
Description
Summary:Introdução: O transplante pulmonar tem sido limitado pela escassez de doadores cadavéricos adequados. O transplante pulmonar lobar, utilizando doadores vivos, apresenta-se como uma alternativa para minimizar a mortalidade em lista de espera. Entretanto, este procedimento coloca dois indivíduos saudáveis sob os riscos de uma lobectomia em benefício de um receptor. Objetivo: Avaliar as complicações cirúrgicas no pós-operatório imediato (0-30 dias) de 32 doadores vivos de lobos pulmonares para transplante e a função pulmonar após 30 dias. Métodos: Entre setembro de 1999 e maio de 2005 foram realizadas lobectomias em 32 doadores saudáveis para transplante pulmonar em 16 receptores. Os prontuários médicos destes doadores foram analisados retrospectivamente para verificar a incidência de complicações pós-operatórias e as alterações da função pulmonar pré e pós a lobectomia. Resultados : Vinte doadores (62,5%) não apresentaram complicações. Entre aqueles que apresentaram alguma complicação (n=12) o derrame pleural foi mais freqüente, ocorrendo em 5 deles (15,6%). Três doadores (9,3%) necessitaram de transfusão de sangue e, em dois casos (6,25%), foi necessária nova intervenção cirúrgica por hemotórax. Um doador apresentou pneumotórax após a retirada do dreno de tórax e houve um caso de infecção respiratória. Ocorreram duas complicações intra-operatórias (6,25%): em um doador foi realizada broncoplastia do lobo médio; em outro, foi necessária a ressecção da língula. Não houve mortalidade cirúrgica nesta série. As provas de função pulmonar do pós-operatório demonstraram uma redução média de 17,0% no VEF1 (P<000,1), em comparação com os valores verificados antes da cirurgia. Conclusão: Não houve mortalidade cirúrgica nos primeiros 30 dias após a lobectomia para transplante pulmonar utilizando doadores vivos e os riscos operatórios associados com a lobectomia do doador são semelhantes àqueles observados nas ressecções pulmonares usuais. Um cuidadoso preparo préoperatório é necessário para reduzir a incidência de complicações dos doadores vivos em transplante pulmonar. === Introduction: Lung transplantation has been limited by shortage of suitable cadaveric lung donors. Pulmonary lobe transplantation from living donors has been presented as an alternative in order to minimize the waiting list mortality. However, this procedure places two healthy donors to the risks of a lobectomy in benefit of one recipient. Objective: To evaluate the complications of 32 living-donors of pulmonary lobes for transplantation. Methods: From September 1999 to May 2005, lobectomies were performed in 32 healthy donors for lung transplantation in 16 recipients. The medical records of these donors were retrospectively analyzed in order to examine the incidence of postoperative complications and the changes in pulmonary function prior and after lobectomy. Results: Twenty donors (62,5%) had no complications. Among the complications, the most frequent was the pleural effusion, occurring in five donors (15,6%). Red blood cell transfusion was required in 3 donors (9,3%) and two of them had to undergo surgery due to post-operative hemothorax. One donor had a pneumothorax following chest tube withdrawal, and an other developed pneumonia. There were two intraoperative complications (6,25%): one donor had a broncoplasty of the right middle lobe bronchus; the other had a lingular resection. There was no surgical mortality in this study. The postoperative pulmonary function tests demonstrated an average of reduction in 17% in FEV1 (P<000.1), when compared to the preoperative values. Conclusion: There has been no perioperative mortality after lobectomy for living lobar lung transplantation. The perioperative risks associated with donor lobectomy are similar to those seen with standard lung resections. Careful preoperative workup is necessary to reduce the incidence of complications of the living donors for lung transplantation.