Pedogênese e classificação de Planossolos em diferentes regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul (RS), os Planossolos ocorrem nas regiões fisiográficas do Litoral, Depressão Central e Serra do Sudeste. Os objetivos do trabalho foram: estudar os Planossolos em diferentes ambientes de regiões do RS; avaliar e compreender os processos e a gênese de Planossolos. A hipótese é qu...

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Bibliographic Details
Main Author: Silva, Luis Fernando da
Other Authors: Nascimento, Paulo Cesar do
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/184877
Description
Summary:No Rio Grande do Sul (RS), os Planossolos ocorrem nas regiões fisiográficas do Litoral, Depressão Central e Serra do Sudeste. Os objetivos do trabalho foram: estudar os Planossolos em diferentes ambientes de regiões do RS; avaliar e compreender os processos e a gênese de Planossolos. A hipótese é que os diferentes ambientes de ocorrência implicam em diferenças importantes sob os aspectos morfológico, físico, químico e mineralógico, indicando grande variedade de características destes solos na região centro-leste do RS. Para o estudo foram selecionados cinco perfis de solo, com os seguintes materiais de origem: (P1) Planossolo Háplico Eutrófico solódico - depósito sedimentar de planície lagunar; (P2) Planossolo Háplico Alítico gleissólico - depósito aluvial holocênico; (P3) Planossolo Háplico Distrófico espessarênico - depósito praial eólico; (P4) Planossolo Háplico Eutrófico êndico - granito; (P5) Planossolo Háplico Distrófico êndico - gnaisse. Para cada perfil foram feitas análises físicas, químicas, mineralógicas e micromorfológicas. O Perfil 3 diferiu dos demais perfis de solo por apresentar descontinuidade litológica e horizonte B textural (Bt) em maior profundidade. Os Planossolos apresentaram horizontes A e E arenosos, com baixo pH (˂ 5,0), CTC (˂ 5 cmolc kg-1 de solo) e menor saturação por bases (˂ 50%), condições que indicaram alto intemperismo. Altos teores de aluminossilicatos de baixa cristalinidade no topo do Bt indicaram ferrólise. O caráter solódico em P1 e P2 pode ter relação com o impedimento de drenagem maior nestes perfis e também a maior presença de feldspatos sódicos. A lessivagem foi expressiva em P1 e P2 (aumento da relação argila fina/argila total de E para Bt), porém a observação micromorfológica de filmes de argila preenchendo os poros indicou a presença do processo em todos os Planossolos. A ausência de minerais primários intemperizáveis entre E e Bt nas lâminas micromorfológicas indicou destruição de minerais primários, confirmando o intemperismo avançado. Porém, o impedimento de drenagem favoreceu a formação de interestratificado caulinita-argilomineral 2:1 e argilas de alta atividade. As maiores diferenças entre os Planossolos foram observadas nos aspectos morfológicos, físicos e químicos. Mesmo em ambientes diferentes, a mineralogia foi muito semelhante em razão do umedecimento e secagem, e impedimento de drenagem. === In Rio Grande do Sul State (RS) in Brazil, Planosols occur in the physiographic regions of Coast, Central Depression and Southeastern Mountain Ranges. The objectives of this research were to: study Planosols in different environments of RS; evaluate and understand processes and genesis of Planosols. The hypothesis is that the different environments of occurrence imply in important differences under morphological, physical, chemical and mineralogical aspects, indicating great variety of characteristics of these soils in the central-eastern region of RS. For the study, five soil profiles were selected with the following parent materials: (P1) Hypereutric Luvic Albic Planosol - sedimentary deposit of lagoon plain; (P2) Orthoeutric Luvic Albic Planosol - holocene alluvial deposit; (P3) Hyperdystric Albic Arenosol over Orthodystric Luvic Albic Planosol - coastal sedimentary deposit; (P4) Hypereutric Luvic Albic Planosol - granite; (P5) Orthoeutric Luvic Albic Planosol - gneiss. For each profile were performed physical, chemical, mineralogical and micromorphological analysis. The Profile 3 differed from the other soil profiles due to lithological discontinuity and textural B horizon (Bt) in greater depth. The Planosols presented A and E sandy horizons, with low pH (˂ 5.0), CEC (˂ 5 cmolc kg-1 of soil) and lower base saturation (˂ 50%), conditions that indicated high weathering. High levels of low crystallinity aluminosilicates on the top of Bt indicated occurrence of ferrolysis. The solodic character in P1 and P2 may be related to greater drainage impediment in these profiles and greater presence of sodic feldspars. Lessivage was expressive in the P1 and P2 profiles (increase of relation fine clay/total clay from E to Bt), but oriented films of clay filling the pores indicated presence of the process in all Planosols. The absence of primary minerals in E and Bt in the micromorphological slides indicated destruction of primary minerals, confirming advanced weathering. However, the drainage impediment favored the formation of kaolinite-2:1 clay mineral and high activity clays. The greatest differences among the Planosols were observed in the morphological, physical and chemical aspects. Even in different environments, the mineralogy was very similar because of wetting and drying, and drainage impediment.