Proteção de frutos contra a infestação de mosca-das-frutas com o emprego de película de partículas minerais

Os dípteros tefritídeos, Anastrepha fraterculus (Wied.) e Ceratits capitata (Wied.) são as principais espécies que causam danos em frutíferas cultivadas no Brasil. A restrição do uso de alguns inseticidas intensifica a busca por alternativas para a proteção de cultivos e, entre elas, está a tecnolog...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ourique, Cláudia Bernardes
Other Authors: Redaelli, Luiza Rodrigues
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/184384
Description
Summary:Os dípteros tefritídeos, Anastrepha fraterculus (Wied.) e Ceratits capitata (Wied.) são as principais espécies que causam danos em frutíferas cultivadas no Brasil. A restrição do uso de alguns inseticidas intensifica a busca por alternativas para a proteção de cultivos e, entre elas, está a tecnologia de película de partículas minerais. Os trabalhos objetivaram avaliar a ação dessa tecnologia na infestação de A. fraterculus em frutos de laranjeira (Citrus sinensis cvs. Céu e Valência) a campo e, na oviposição de C. capitata, em maçãs (Malus domestica L. var. Monalisa) e mangas (Mangifera indica L. var. Tommy) em laboratório. Em citros, os tratamentos foram: 1) calda com 20% de caulim (Inducal®) + água + espalhante adesivo (Break-Thru®) (0,01% do volume de calda); 2) 20% de carbonato de cálcio líquido (FoliCalcium) + água + espalhante e 3) testemunha (plantas sem tratamento). As pulverizações foram realizadas em laranjeira ‘Céu’ em Pareci Novo, RS, de março a abril de 2015, em intervalos quinzenais e em ‘Valência’ em Taquari, RS, de maio a agosto de 2015, a cada 21 dias. Cada árvore recebeu cerca de 1,5 L de calda, aplicada com pulverizador costal. Coletou-se semanalmente (‘Céu’) e quinzenalmente (‘Valência’) frutos da copa e do solo de cada árvore, que foram dispostos em potes com areia e mantidos em câmara (25 ± 2 ºC, 70 ± 10% UR; fotofase de 14 horas) ou estufa por até 30 dias Após, a areia foi peneirada e os frutos abertos para retirada de larvas e/ou pupários. No primeiro e último dia de coleta, nos dois pomares, lotes de frutos foram coletados para análise dos atributos químicos e físicos. No laboratório, em maçãs e mangas, além dos tratamentos com caulim e carbonato de cálcio líquido (mesma concentração) foram incluídos o controle 1 (apenas água) e água + espalhante adesivo (controle 2). Mangas e maçãs foram tratadas, secas ao ar e expostas, individualmente, em gaiolas, a dez fêmeas de C. capitata por 24 horas. Decorridas mais 24 horas, removia-se a película mineral dos frutos e contava-se o número de puncturas. Nos experimentos de campo, constatou-se que ambos os tratamentos de película de partículas minerais tiveram efeito na redução de pupários + larvas/fruto da copa, quando comparados com a testemunha. As laranjas não apresentaram diferenças nos atributos físico-químicos entre os tratamentos. Caulim e carbonato de cálcio líquido não diferiram entre si tanto nos testes de campo, com A. fraterculus, quanto no de laboratório com C. capitata mostrando que as películas testadas conferem proteção aos frutos, reduzindo a infestação e impedindo a oviposição. === The dipterous tefritidis Anastrepha fraterculus (Wied.) and Ceratits capitata (Wied.) are the main species that damaged fruit crops in Brasil. Restricting the use of some insecticides intensifies the search alternatives for crop protection, and among them, the minerals particles technology. The studies aimed to evaluate the effect of this technology on the infestation of A. fraterculus in orange fruits (Citrus sinensis cvs. Céu and Valência) in field, and the apple (Malus domestica L. var. Monalisa) e mangos (Mangifera indica L. var. Tommy) C. capitata oviposition, in laboratory. In the field, the treatments were: 1) formulation with 20% kaolin (Inducal®) + water + spreader-sticker (Break- Thru®) (0.01% of spray volume); 2) 20% liquid limestone (FoliCalcium) + water + spreader 3) control (untreated plant). In the laboratory, besides the treatments 1 and 2 were included - water only (control 1), and - water + spreader (control 2). The spraying was carried out in orange 'Céu' in Parecí Novo, RS, from March to April 2015, at fortnightly intervals and in 'Valência' in Taquari, RS, from May to August 2015, every 21 days. Each tree received about 1.5 L formulation, applied by spraying It was collected weekly ('Céu') and fortnightly ('Valencia') canopy and soil fruits of each tree, which were arranged in pots with sand and kept in a chamber (25 ± 2 ° C , 70 ± 10% RH ; photofase 14 hours ) or greenhouse until 30 days. The sand was sieved and fruit opened for removal of larvae and/or pupae. In the first and last day of sampling in both orchards, lots of fruits were collected for analysis of chemical and physical attributes. In the laboratory, mangos and apples were treated, air-dried and individually exposed in cages, to ten C. capitata females for 24 hours when were removed. After an additional 24 hours, the mineral film was removed and it was counted number of punctures. In field experiments, it was found that both film treatments of mineral particles were effective in reducing pupae + larvae/canopy fruit, compared with the control. Treated oranges showed no changes in physical-chemical properties. Kaolin and limestone liquid not differing both in field tests with A. fraterculus, and in the laboratory with C. capitata showing that the tested films provide protection to the fruits, reducing the infestation and preventing oviposition.