Leucemia mieloide crônica : expansão de células natural killer de pacientes refratários ou intolerantes aos inibidores de tirosino quinase

Introdução: A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma desordem mieloproliferativa clonal cuja transformação neoplásica da célula-tronco hematopoiética ocasiona o acúmulo das células mieloides e seus progenitores. As células Natural Killer (NK) são componentes fundamentais da imunidade inata, apresenta...

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Bibliographic Details
Main Author: Guilherme Rasia Bosi
Other Authors: Lucia Mariano da Rocha Silla
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2017
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/179054
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description Introdução: A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma desordem mieloproliferativa clonal cuja transformação neoplásica da célula-tronco hematopoiética ocasiona o acúmulo das células mieloides e seus progenitores. As células Natural Killer (NK) são componentes fundamentais da imunidade inata, apresentando a habilidade de defender rapidamente o organismo contra patógenos infecciosos e também possui ação contra células tumorais. No entanto, pacientes com LMC parecem ter menor contagem de células NK à medida que a doença progride, bem como a citotoxicidade diminuída nas células NK restantes. A terapia adotiva com células NK pode ter um papel potencial no tratamento de pacientes com LMC. Materiais e métodos: Nosso estudo pretende explorar a viabilidade de se utilizar células NK autólogas para o tratamento de portadores de LMC, resistentes ou intolerantes aos inibidores de tirosino quinase (TKIs), além de conhecer o perfil epidemiológico desta população. Para tanto, precisamos esclarecer se, a partir de uma amostra de sangue periférico destes pacientes, conseguimos expandir células NK em número suficiente para a infusão in vivo no futuro. Foram analisadas amostras de sangue periférico de 6 pacientes com LMC. As células NK foram expandidas a partir de células mononucleares do sangue periférico após depleção dos linfócitos T. Elas foram co-culturadas com células apresentadoras de antígeno clone 9 K562, posteriormente modificadas para expressar interleucina-21 na membrana (mIL-21). Resultados: Trinta e nove porcento dos pacientes acompanhados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foram refratários ou intolerantes ao imayinibe. A sobrevida global em 8 anos de pacientes que fizeram uso de três ou mais linhas de tratamento foi significativamente menor quando comparada aos pacientes que conseguiram manter o imatinibe como a primeira linha de tratamento. Falha em atingir resposta citogenética complete, resposta molecular maior e interrupção do tratamento foram associadas com maior chance de progressão para terceira linha de tratamento. Todas as culturas apresentaram expansão adequada e clinicamente significativa das células NK. Aparentemente, não há diferença para a expansão das células NK conforme TKI em uso, tempo de evolução da doença e resposta atual. Conclusão: Este estudou demontrou a efetividade da plataforma com mIL-21 para expansão de células NK em pacientes com CML refratários ou intolerantes aos inibidores de tirosino quinase. Os achados do nosso estudo são promissores e criam a possibilidade do uso de células NK autólogas neste grupo de pacientes. === Introduction: Chronic myeloid leukemia (CML) is a clonal myeloproliferative disorder which neoplastic transformation of hematopoietic stem cells leads to the accumulation of myeloid cells and their progenitors. Natural killer (NK) cells are a fundamental part of innate immunity, with a major role in rapid response against infectious agents and activating immune system against tumoral cells. Patients with CML, however, seem to have lower NK cell counts as disease progresses, as well as diminished cytotoxicity in those NK cells remaining. Adoptive NK cell therapy may have a potential role in treatment of CML patients. Methods: The study aims to explore the feasibility of using autologous NK cells for the treatment of patients with CML resistant or intolerant to tyrosine-kinase inhibitors (TKIs), and the epidemiological profile of this population. Therefore, we need to clarify whether, from a peripheral blood sample of these patients, we were able to expand enough NK cells for infusion in vivo in the future. Peripheral blood samples from 6 CML patients were analyzed. NK cells were expanded from peripheral blood mononuclear cells after depletion of T cells. They were co-cultured with clone 9 K562 aAPCs (artificial antigen presenting cells), which were posteriorly modified to also express membrane interleukin-21 (mIL-21). Results: Thirty nine percent of patients were refractory or intolerant to imatinib. Overall 8-year survival rate of the patients who went through three or more lines of treatment was significantly lower compared to the ones who were able to maintain imatinib as their first-line therapy. Failure in achieve complete cytogenetic response, major molecular response and treatment interruption were associated with progressing to the third line treatment. All cultures performed had adequate and clinically significant expansion of NK cells. Seemingly, there is no difference for NK cell expansion according to TKI in use, disease evolution time and current response. Conclusion: The study demonstrated the effectiveness of the mIL-21 platform for NK cell expansion in CML patients refractory or intolerant to TKIs. Findings of this study are promising and generate the prospect of the possibility of using autologous NK cells in this group of patients.
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Materiais e métodos: Nosso estudo pretende explorar a viabilidade de se utilizar células NK autólogas para o tratamento de portadores de LMC, resistentes ou intolerantes aos inibidores de tirosino quinase (TKIs), além de conhecer o perfil epidemiológico desta população. Para tanto, precisamos esclarecer se, a partir de uma amostra de sangue periférico destes pacientes, conseguimos expandir células NK em número suficiente para a infusão in vivo no futuro. Foram analisadas amostras de sangue periférico de 6 pacientes com LMC. As células NK foram expandidas a partir de células mononucleares do sangue periférico após depleção dos linfócitos T. Elas foram co-culturadas com células apresentadoras de antígeno clone 9 K562, posteriormente modificadas para expressar interleucina-21 na membrana (mIL-21). Resultados: Trinta e nove porcento dos pacientes acompanhados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foram refratários ou intolerantes ao imayinibe. A sobrevida global em 8 anos de pacientes que fizeram uso de três ou mais linhas de tratamento foi significativamente menor quando comparada aos pacientes que conseguiram manter o imatinibe como a primeira linha de tratamento. Falha em atingir resposta citogenética complete, resposta molecular maior e interrupção do tratamento foram associadas com maior chance de progressão para terceira linha de tratamento. Todas as culturas apresentaram expansão adequada e clinicamente significativa das células NK. Aparentemente, não há diferença para a expansão das células NK conforme TKI em uso, tempo de evolução da doença e resposta atual. Conclusão: Este estudou demontrou a efetividade da plataforma com mIL-21 para expansão de células NK em pacientes com CML refratários ou intolerantes aos inibidores de tirosino quinase. Os achados do nosso estudo são promissores e criam a possibilidade do uso de células NK autólogas neste grupo de pacientes. Introduction: Chronic myeloid leukemia (CML) is a clonal myeloproliferative disorder which neoplastic transformation of hematopoietic stem cells leads to the accumulation of myeloid cells and their progenitors. Natural killer (NK) cells are a fundamental part of innate immunity, with a major role in rapid response against infectious agents and activating immune system against tumoral cells. Patients with CML, however, seem to have lower NK cell counts as disease progresses, as well as diminished cytotoxicity in those NK cells remaining. Adoptive NK cell therapy may have a potential role in treatment of CML patients. Methods: The study aims to explore the feasibility of using autologous NK cells for the treatment of patients with CML resistant or intolerant to tyrosine-kinase inhibitors (TKIs), and the epidemiological profile of this population. Therefore, we need to clarify whether, from a peripheral blood sample of these patients, we were able to expand enough NK cells for infusion in vivo in the future. Peripheral blood samples from 6 CML patients were analyzed. NK cells were expanded from peripheral blood mononuclear cells after depletion of T cells. They were co-cultured with clone 9 K562 aAPCs (artificial antigen presenting cells), which were posteriorly modified to also express membrane interleukin-21 (mIL-21). Results: Thirty nine percent of patients were refractory or intolerant to imatinib. Overall 8-year survival rate of the patients who went through three or more lines of treatment was significantly lower compared to the ones who were able to maintain imatinib as their first-line therapy. Failure in achieve complete cytogenetic response, major molecular response and treatment interruption were associated with progressing to the third line treatment. All cultures performed had adequate and clinically significant expansion of NK cells. Seemingly, there is no difference for NK cell expansion according to TKI in use, disease evolution time and current response. Conclusion: The study demonstrated the effectiveness of the mIL-21 platform for NK cell expansion in CML patients refractory or intolerant to TKIs. Findings of this study are promising and generate the prospect of the possibility of using autologous NK cells in this group of patients. 2017 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/179054 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas UFRGS reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS