Fatores associados a fraturas de fêmur em uma população de mulheres na pós-menopausa

Objetivos: Identificar fatores de risco clínico para fraturas de mulheres na pós-menopausa submetidas a intervenções cirúrgicas por fraturas de fêmur e suas condições atuais de saúde (uso atual de medicação para osteoporose, dieta, capacidade funcional, qualidade de vida e depressão). Modelo: Estudo...

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Bibliographic Details
Main Author: Milena da Silva Santos
Other Authors: Maria Celeste Osório Wender
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2017
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/179009
Description
Summary:Objetivos: Identificar fatores de risco clínico para fraturas de mulheres na pós-menopausa submetidas a intervenções cirúrgicas por fraturas de fêmur e suas condições atuais de saúde (uso atual de medicação para osteoporose, dieta, capacidade funcional, qualidade de vida e depressão). Modelo: Estudo transversal com mulheres pós-menopáusicas submetidas à cirurgia por fratura de fêmur entre 2000 e 2015 em hospital filantrópico de Gramado, RS. Local e Período: Domicílios das participantes entre dezembro de 2016 e abril de 2017. Amostra: A amostra foi constituída por mulheres na pós-menopausa submetidas a cirurgia para tratamento de fratura de fêmur. Medidas de avaliação: Os instrumentos utilizados foram Recordatório alimentar de 24 horas (para medir o consumo alimentar); um questionário estruturado sobre aspectos sociodemográficos e coleta de dados referentes à intervenção cirúrgica; o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ – versão curta, para a mensuração de atividade física da última semana); Estudo Europeu para Osteoporose (EVOS) para identificar fatores de risco para osteoporose; Escala de depressão geriátrica (EDG); Tabela brasileira de composição de alimentos; avaliações antropométricas (estatura, peso, índice de massa corporal – IMC, circunferência da cintura, do quadril, relação cintura-quadril e panturrilha). O banco de dados foi digitado e analisado no programa SPSS versão 18.0 empregando-se estatística descritiva e análises univariadas com Teste t de Student para uma amostra e o Teste do Qui-quadrado. O nível de significância adotado para todas as análises foi fixado em 5%. Resultados: Avaliaram-se 18 mulheres pós-menopáusicas com fratura de fêmur, mediana de idade [Intervalo de Confiança – IC95%] de 80,00 [76,67–83,39 anos], média de idade na época da fratura de 74,43±2,35 anos, mediana de idade da menopausa [Intervalo de Confiança – IC95%] de 48,00 [41,48–51,74 anos] e média do tempo de pós-menopausa de 33,67±3,43 anos. 8 Sobre a situação de fratura, 77,8% caíram da própria altura e 22,2% de escada. Apresentavam baixo nível socioeconômico (44,4%,), não eram tabagistas (83,4%), não consumiam álcool (77,8%), faziam uso de dispositivo para marcha (44,4%) e somente usavam medicamentos para osteoporose (27,8%). A média do IMC na época da fratura foi de 25,69±0,88 kg/m2. Em relação à atividade física, a maioria das mulheres apresentava nível irregularmente ativo ou sedentário (51,75%). As mulheres apresentaram média de consumo de cálcio de 569,33±64,56mg, média de consumo de magnésio de 170,22±13,58mg, e mediana de consumo de vitamina D de 0,15 [0,04–0,46] μg e média de consumo de fósforo de 967,87±67,69mg. A mediana de consumo de proteínas [Intervalo de Confiança – IC95%] de 76,89 [65,87–91,27] kcal e a média de consumo de carboidratos foi de 287,44±32,63kcal. A probabilidade de presença de sintomas depressivos foi encontrada em 50% das participantes. As participantes com sintomas depressivos relataram sensação de aborrecimento frequente (p=0,018), temor que algo de ruim vá acontecer (p=0,017), sensação de abandono (p=0,011), sensação de inutilidade (p=0,018) e sensação de desesperança (p≤0,0001). Conclusões: Os resultados indicaram uma suscetibilidade a fraturas secundárias em decorrência do envelhecimento, dos sintomas depressivos, da inatividade física, do baixo consumo de micronutrientes, do não uso de medicamentos para osteoporose, e principalmente, pelo histórico de fratura. Assim, compreende-se a necessidade de investir em uma atenção integral à saúde, contemplando medidas preventivas e farmacológicas a fim de diminuir o risco de novas fraturas, comorbidades e mortalidade. === A cross-sectional study with postmenopausal women who underwent femoral fracture surgery between 2000-2015 at a philanthropic hospital in Gramado, Rio Grande do Sul, Brazil in order to identify risk factors for fractures and the women’s current health conditions. 24-Hour Food Recall, a structured questionnaire on sociodemographic and surgical aspects, the International Questionnaire on Physical Activity (IPAQ-short version), the European Vertebral Osteoporosis Study Group (EVOS), the Geriatric Depression Scale (GDP), the Brazilian Table of Food Composition, and anthropometric evaluations. Descriptive statistic and univariate analyzes (Student’s t test for one sample and the Chi-Square test) were performed on SPSS, version 18.0. Significance level was set at 5%. Eighteen women were included in analysis, with median [95% Confidence Interval – CI] age of 80.00[76.67–83.39] years, mean(±SEM) age at fracture time was 74.43±2.35 years, median[95%CI] age of menopause of 48.00[41.48–51.74] years, mean(±SEM) menopause time of 33.65±3.43 years and fracture due to fall (77.8%). Median[95%CI] intake of proteins of 76,89 [65,87–91,27] kcal and mean(±SEM) intake of carbohydrates was 170,22±13,58kcal. Geriatric depression was found in 50% of participants. Women with depressive symptoms reported feelings of frequent annoyance (p=0.018), that something bad would happen (p=0.0017), of abandonment (p=0.011), of uselessness (p=0.018), and of worthlessness (p≤0.0001). 10 Conclusions: These results indicated a susceptibility to secondary fractures due to aging, depressive symptoms, physical inactivity, low micronutrient consumption, non-use of osteoporosis drugs and, mainly, the history of fracture. Thus, it is understood the need to invest in comprehensive health care, contemplating preventive and pharmacological measures in order to reduce the risk of new fractures, comorbidities and mortality.