Controle local nos tumores da família Ewing: resultados do primeiro estudo do grupo colaborativo brasileiro (EWING I)

O sarcoma de Ewing é uma neoplasia maligna agressiva que acomete ossos e tecidos moles com maior frequência em crianças e adolescentes. O tratamento consta de quimioterapia de indução, seguida pelo controle local da doença (cirurgia, cirurgia associada à radioterapia, ou apenas radioterapia), e quim...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Becker, Ricardo Gehrke
Other Authors: Galia, Carlos Roberto
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/164733
Description
Summary:O sarcoma de Ewing é uma neoplasia maligna agressiva que acomete ossos e tecidos moles com maior frequência em crianças e adolescentes. O tratamento consta de quimioterapia de indução, seguida pelo controle local da doença (cirurgia, cirurgia associada à radioterapia, ou apenas radioterapia), e quimioterapia de consolidação. A introdução da quimioterapia possibilitou aumento significativo na sobrevida dos pacientes nas últimas décadas. Por outro lado, o impacto da modalidade de controle local ainda não está bem estabelecido. Estudos observacionais têm demonstrado superioridade do tratamento cirúrgico em relação à radioterapia isolada, no entanto, são limitados os estudos prospectivos que confirmam esta diferença. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da modalidade de tratamento local nos desfechos oncológicos, bem como descrever o perfil clínico-epidemiológico de portadores de sarcoma de Ewing ósseo não-metastático. Os dados foram coletados em 15 instituições no período entre 2003 e 2010 e fazem parte do primeiro estudo do Grupo Colaborativo Brasileiro para Tratamento dos Tumores da Família Ewing (EWING I). Dos 73 pacientes incluídos, 47 foram tratados com cirurgia isolada, 13 receberam cirurgia associada à radioterapia, e 13 apenas radioterapia. O seguimento médio foi de 4,5 anos (2,3 até 6,7 anos) e a sobrevida geral e livre de eventos foi de 63,3 e 62,1 por cento em 5 anos, respectivamente. A falha do tratamento local foi de 0 (zero) por cento para a modalidade de cirurgia associada à radioterapia, 6,5 por cento para cirurgia isolada, e 10 por cento para radioterapia (p=0,5). A sobrevida dos pacientes submetidos à radioterapia isolada foi significativamente inferior à sobrevida dos tratados com cirurgia e com cirurgia associada a radioterapia (30,8 versus 71,7 versus 64,1 por cento, respectivamente). Concluiu-se que não houve diferença em termos de falha local de acordo com a modalidade de tratamento empregada, no entanto houve diferença significativa em termos de sobrevida. Apesar dos resultados cirúrgicos superiores, a radioterapia isolada ainda apresenta papel fundamental no tratamento de casos selecionados. === Ewing sarcoma is a small round cell malignancy of bone and soft tissue that usually occurs in children and adolescents. Current treatment includes induction chemotherapy, local control of the primary tumor (surgery, surgery plus radiotherapy, or radiotherapy) and consolidation chemotherapy. The introduction of chemotherapy has improved significantly the oncologic outcomes in Ewing sarcoma. On the other hand, the impact of the local control modality has not been established. Surgery alone or in combination with radiation has traditionally been considered a good choice for resectable ES, while unresectable tumors have been treated with definitive radiotherapy. Despite the results from a few trials and observational studies, there is no consistent knowledge about the local control modality in ES outcomes. The present study aims to evaluate the impact of the local control modality in the oncologic outcomes, as well as to describe the clinical features of the patients with localized Ewing sarcoma of the bone. The data were collected between 2003 and 2010 in 15 hospitals and were part of the first Brazilian Collaborative Group for the Treatment of the Ewing Sarcoma Family Tumors (EWING 1). From 73 patients (median age 12.8 years old), 47 were treated with surgery, 13 with surgery plus radiotherapy, and 13 with definitive radiotherapy. Median follow up was 4.5 years (2.3 to 6.7 years) and the overall and event-free survival 63.3 and 62.1 percent in 5 years, respectively. The local control failure was 0 percent for surgery plus radiotherapy, 6.5 percent for surgery, and 10 percent for radiotherapy (p=.5). The survival of the patients treated with radiotherapy was significantly worse than those treated with surgery and surgery plus radiotherapy (30.8 versus 71.7 versus 64.1 percent, respectively). In conclusion, there was no significant difference in local failure according to the modality of treatment, but there was significant difference in survival rates. Despite the better outcomes in individuals treated with surgery, the radiotherapy modality has still an important role in selected patients.