Comunicação organizacional e (in)sustentabilidade : discurso, estratégias e efeitos de sentidos em anúncios impressos
A sustentabilidade, como um valor discursivo do contemporâneo, tem emprestado legitimidade ao discurso das organizações na publicidade. Sob esse prisma, tivemos como objetivo compreender os processos discursivos que conduzem à produção de determinados efeitos de sentidos de sustentabilidade nos anún...
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2017
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Comunicação organizacional Sustentabilidade Publicidade Análise do discurso Corporate Comunication Discourse (In)Sustainability Propaganda Teixeira, Dinair Velleda Comunicação organizacional e (in)sustentabilidade : discurso, estratégias e efeitos de sentidos em anúncios impressos |
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A sustentabilidade, como um valor discursivo do contemporâneo, tem emprestado legitimidade ao discurso das organizações na publicidade. Sob esse prisma, tivemos como objetivo compreender os processos discursivos que conduzem à produção de determinados efeitos de sentidos de sustentabilidade nos anúncios das organizações que mais anunciaram com esse apelo (na revista Veja), durante a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável – DEDS – (2005-2014). A Análise do Discurso pêcheutiana foi utilizada, além de dispositivo operatório para análise, como lente que perpassa os fundamentos teórico-epistêmicos e, também, o metodológico. Do arquivo, selecionamos para análise os anúncios das organizações que mais anunciaram: Natura Cosméticos, Mineradora Vale, Coca-Cola Company e Banco Real/Santander. Identificamos que a noção de desenvolvimento sustentável é a que vem ganhando força no discurso das organizações. Os termos “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável” são usados de forma indistinta nos anúncios – sendo o uso do termo sustentabilidade, reduzido à ideia de desenvolvimento sustentável Comprovamos que na publicidade é preponderante a redução de meio ambiente à dimensão ecológica, assim como já constatado em discursos de outros campos. Identificamos que o discurso do desenvolvimento sustentável se configura em um acontecimento enunciativo. Desse fato emergiu uma nova posição-sujeito e promoveu um movimento de alargamento da Formação Discursiva (FD) de Mercado ao incorporar e ressignificar saberes próprios da FD Ambientalista (em sentido de expropriação). Embora os sentidos fiquem à deriva e deslizem por saberes/valores de uma posição para outra (pois o sujeito do discurso, além do valor econômico, abre espaço para outros valores – educacional, ecológico, ético, tecnológico, científico), os sentidos não vão para qualquer lugar: são direcionados pela FD de Mercado, que vai determinar os sentidos daquilo que é dito, pois a forma-sujeito (PÊCHEUX, [1975] 2009) regula a manutenção desses princípios, havendo mudança apenas na posição-sujeito. === Sustainability, as a discursive value of the contemporaneity, has given legitimacy to the propaganda discourse of corporations. Under this point of view, this work aims at understanding the discursive processes that lead to production of certain meaning effects of sustainability in advertisements from the most prominent corporations in advertising under this appeal (on Veja magazine), during the Decade of Education for Sustainable Development – DEDS – (2005-2014). Pêcheux’s Analysis of Discourse and an opperative device for analysis were used as tools for theoretical-epistemic foundations and methodology. Advertisements of these corporations were analysed: Natura Cosméticos, Mineradora Vale, Coca-Cola Company and Banco Real/Santander. The idea of sustainable development appears with greatest emphasis in the corporative discourse. There is no distinction between the words “sustainability” and “sustainable development” in advertisements. The word “sustainability” is reduced to the idea of sustainable development. This work concludes that, within the propaganda, environment is reduced to its ecologic dimension only, as it was seen within the discourse of other fields. It was observed that the discourse of sustainable development is set up as an enunciative fact. As from this finding, a new subject-position emerged and produced a movement of enlargement of the Discursive Formation of Market, since it incorporates and re-signify ideas that belong to the Discursive Formation of Environment (meaning expropriation). Although these meanings drift and slide in knowledge/values from a position to other (since the subject of discourse, beyond the economic value, opens room to other – educational, ecologic, ethic, technologic, scientific – values), the meanings are driven by the Discursive Formation of Market which determines the meanings or what is said, because the form-subject (PÊCHEUX, [1975] 2009) rules the maintenance of these principles, and only the position-subject changes. |
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