Summary: | Para avaliar o efeito do sistema de terminação sobre o desempenho, a qualidade da carne e o perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular (GIM) de bovinos de corte foi realizado um experimento, utilizando 30 novilhos cruza Aberdeen Angus x Charolês, abatidos aos 24 meses de idade com níveis semelhantes de acabamento e peso de carcaça. Os sistemas de alimentação foram níveis de oferta (0; 0,4; 0,8 e 1,2% PV) de suplemento energético a base de milho, em pastagem hibernal de aveia preta (Avena strigosa Schreb) e azevém anual (Lolium multiflorum L), e confinamento com relação volumoso:concentrado de 50:50. Os abates foram realizados à medida que os animais atingiram um grau de acabamento pré-determinado, monitorado por ultrassonografia. Não foram observadas diferenças significativas sobre o ganho de peso médio diário (1,60 kg/dia), peso de carcaça quente (229,45 kg) e espessura de gordura subcutânea (3,0 mm). O rendimento de carcaça quente e o ganho de peso médio diário de carcaça aumentaram linearmente com o nível de suplementação em pastejo. Quanto aos parâmetros de qualidade da carne avaliados, não foram observadas diferenças significativas, observando se valores médios de maciez (3,15 kg/cm2), marmorização (5,72 pontos), pH (5,64), Cor L* (36,84) e b* (12,89) e perdas por cocção (14,34%) e exudação (4,33%) nas amostras do Longissimus dorsi compatíveis com carne de boa qualidade. O parâmetro a* diferiu entre as amostras do nível intermediário (16,27) e do maior nível de suplementação (14,44), o qual não diferiu das demais amostras, que apresentaram media de 15,30. O perfil de ácidos graxos da GIM foi afetado pelo sistema de alimentação. Os teores dos AG mirístico, palmítico, esteárico e linoleico não diferiram entre os tratamentos apresentando teores médios de 3,08; 25,80; 20,15 e 1,87%, respectivamente. A GIM de animais suplementados até o nível de 0,8% PV apresentou maiores teores de CLA (0,473%) e ácido linolênico (0,798 %), em relação ao maior nível de suplementação e ao confinamento, que não diferiram entre si, apresentando teores médios de CLA e ácido linolênico de 0,292 e 0,600% respectivamente. Os tratamentos em pastejo apresentaram níveis superiores de AG n-3, em relação ao confinamento, não diferindo quanto aos níveis de AG n-6, produzindo relações n-6:n-3 menores (P<0,05) de 1,89; 2,31; 2,50 e 2,89 para os níveis de 0; 0,4; 0,8 e 1,2% PV comparados ao confinamento (4,11). O nível de suplementação reduziu linearmente os teores de AG n-3, CLA e aumentou linearmente a relação n-6:n-3. O engorde de novilhos em pastagens hibernais utilizando suplementação energética não afeta a qualidade da carne, entretanto determina alterações no perfil lipídico da gordura intramuscular sem comprometer os valores recomendáveis para a saúde humana. === With the aim of evaluate the effect of different feeding systems on the performance, meat quality and fatty acid profile of intramuscular fat an experiment was conduced with 30 Aberdeen Angus x Charolais crossed steers slaughtered with 24 months of age at similar levels of subcutaneos fat and carcass, in a completely randomized design experiment. The evaluated systems were levels of feeding (0; 0,4; 0,8; 1,2% BW) of a corn based supplement in a winter pasture os annual ryegrass (Lolium multiflorum L) and oats (Avena strigosa Schreb), or a feedlot, using a 50:50 concentrate/silage Animals were slaughtered as they reached a planned end point, monitored by ultrassonografic evaluation. No differences were observed in daily weight gain (1,60 kg/dia), carcass final weight (229,45 kg) and subcutaneous fat depth (3,0 mm). Supplementation in pasture linealy increased carcass killing out proportion and estimated carcass daily gains. No differences were observed on meat quality parameters, wich showes average values for ternderness (3,15 kg/cm2), marbling (5,72 points), pH (5,64), Color L* (36,84), b* (12,89) and in cooking (14,34%) and drip (4,33%) losses in the Longissimus dorsi samples, that are compatible with good quality meat. Color parameter a* differed between the intermediate (16,27) and the highest level of corn supplementation (14,44), wich didn´t differ from the other samples, wich averaged 15,30. The fatty acid profile was affected by the feeding systems. The levels os the FA myristic, palmitic, estearic and linoleic didn´t differ among treatments averaging 3,08; 25,80, 20,15 e 1,87% respectively. Supplementation up to the level of 0,8% BW allowed a higher CLA (0,473%) and linolenic (0,798%) FA levels in the intramuscular fat, in relation to the highest level of supplementation and the feedlot, wich didn´t difer each other, presenting average levels ov CLA and linolenic acid of 0,292 and 0,600 respectively. Treatments in pasture had higher n-3 FA compared to feedlot but didn´t differ on the content of n-6 FA, producing lower (P<0,05) n- 6:n-3 of 1,89; 2,31; 2,50 and 2,89 for the levels of 0; 0,4; 0,8 e 1,2% BW compared to feedlot (4,11). Supplementation level was linearly reduced FA n-3 and CLA and linearly increased n-6:n-3 relation. Fattening animals in winter pastures using increasing levels of energy supplementation doesn´t produces differences on meat quality but produces changes in FA profile without compromising the recomendable values for human health.
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