Summary: | L'art millénaire du Théâtre d'Animation possède des spécificités propres dont la métafictionnalité est une composante pertinente. Cette réflection, examinant le concept de métalangage présent dans le travail de Roman Jakobson et son déplacement vers les phénomènes littéraires, découle des études introduites par Gérard Genette et Roland Barthes qui ont analysé profondément la transtextualité. Elle vise à réhabiliter l'art de l'animation, métafictionnel par excellence, dans le contexte des arts postmodernes. Nous présentons un premier chapitre qui met en lumière les conventions utilisées dans le Théâtre d'Animation en précisant leur définition, leurs propriétés intrinsèques et un peu de leur histoire. Nous avons essayé d’affirmer et d'étendre l'idée que le Théâtre d'Animation est métafictionnel par nature, et que, malgré cela, cette métafictionnalité en tant que présupposition esthétique a seulement commencé à être explorée au début de la postmodernité. Le second chapitre aborde la présence du métafictionnel dans le Théâtre d'Animation à partir de l'étude de quelques spectacles contemporains réalisés dans l’Etat du Rio Grande do Sul (Brésil). Nous y verrons les transformations enregistrées dans le Théâtre d'Animation à partir du début de la seconde moitié du XXe siècle, qui mettent en question, comme dans d’autres formes d’expression artistique, des thèmes comme la légitimation de la connaissance, l'originalité ou encore l'existence d'une vérité absolue. Pour cela, la postmodernité utilise les stratégies montrées par Linda Hutcheon, tel que l'exacerbation de l’autoréflexivité et la parodie. === A milenar arte do Teatro de Animação possui especificidades próprias à sua linguagem. Dentre essas especificidades, a metaficcionalidade é um relevante componente. Este trabalho, examinando o conceito de metalinguagem presente na obra de Roman Jakobson e seu deslocamento para fenômenos literários, derivado dos estudos introduzidos por Gérard Genette e Roland Barthes, os quais analisaram profundamente questões como a transtextualidade, aponta para o resgate da arte da animação no contexto das artes pós-modernas, por tratar-se de uma arte metaficcional por excelência. A estrutura do trabalho consta de uma primeira parte que esclarece sobre o funcionamento das convenções utilizadas no Teatro de Animação, sua definição, suas propriedades intrínsecas e um pouco de sua história, bem como procuramos estender e afirmar a idéia de que o Teatro de Animação é metaficcional por natureza, sendo que, apesar disso, a metaficcionalidade como pressuposto estético apenas começou a ser amplamente explorada a partir do início da pós-modernidade. A segunda parte aborda a presença dos metaficcionais no Teatro de Animação, analisados a partir do estudo de alguns espetáculos contemporâneos realizados no Rio Grande do Sul. Na análise desses espetáculos, discorreremos sobre as transformações que ocorreram no Teatro de Animação a partir da segunda metade do século XX, as quais colocaram em cheque, bem como as outras artes, questões como a legitimação do saber, a originalidade e a existência de uma verdade absoluta, utilizando, para isso, as estratégias apontadas por Linda Hutcheon, tais como a exacerbação da auto-reflexividade e a paródia.
|