Avaliação do efeito da terapia ocupacional no perfil funcional de pacientes com diagnóstico de doença de Machado-Joseph

Terapia Ocupacional (TO) faz, hoje em dia, parte de prática clínica comum, de doenças neurodegenerativas progressivas, como a Doença de Machado-Joseph (DMJ), embora seus efeitos raramente sejam medidos. A Doença de Machado- Joseph (DMJ) é caracterizada por uma degeneração espinocerebelar, de herança...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Renata Cristina Rocha da
Other Authors: Jardim, Laura Bannach
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2009
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/15225
Description
Summary:Terapia Ocupacional (TO) faz, hoje em dia, parte de prática clínica comum, de doenças neurodegenerativas progressivas, como a Doença de Machado-Joseph (DMJ), embora seus efeitos raramente sejam medidos. A Doença de Machado- Joseph (DMJ) é caracterizada por uma degeneração espinocerebelar, de herança autossômica dominante. Trata-se de uma doença muito incapacitante e, em geral, os pacientes tornam-se confinados a uma cadeira de rodas, ou mesmo a um leito, com o passar do tempo. A importância da atuação do Terapeuta Ocupacional consiste em favorecer o papel ocupacional do indivíduo, prevenindo a inatividade funcional com a tendência de um agravamento progressivo principalmente das funções locomotoras; gerando complicações emocionais, isolamento social, déficit cognitivo, desajuste familiar entre outras conseqüências. A TO ajuda os pacientes a executarem as atividades de vida diária e melhora a habilidade para autocuidado. Nosso objetivo foi investigar o efeito da TO nas incapacidades funcionais e nos sintomas de depressão em pacientes com a Doença de Machado-Joseph. Pacientes com diagnóstico molecular de DMJ foram convidados a participar do estudo. A incapacidade funcional foi avaliada pela Medida de Independência Funcional (MIF) e pelo Índice de Barthel. Para avaliar os sintomas de depressão foi utilizada a Escala de Hamilton e a Qualidade de Vida através do WHOQOL-BREF, medidos na linha de base e depois de 6 meses de tratamento. Vinte e seis pacientes concordaram em participar do estudo. Depois de 6 meses de TO, observou-se que a incapacidade funcional e a qualidade de vida demonstraram-se estáveis, sendo que a Escala de Hamilton apresentou redução dos sintomas de depressão. Nenhuma associação foi achada entre esses resultados e a CAGn, idade, idade do início da doença, ou com resultados da avaliação neurológica na linha base. A TO melhorou os sintomas de depressão. Embora a estabilização possivelmente temporária do declínio da incapacidade como um efeito da TO possa ser estabelecido, o efeito claro nos sintomas de depressão confirma a recomendação de TO para pacientes com DMJ ou com ataxia de espinocerebelar em geral.