Summary: | A máquina universal, ideia proposta por Alan Turing em 1936, seria uma máquina capaz de computar e executar qualquer máquina computável, vindo a ser tomada como um dos modelos abstratos do computador. Colocamos como problema a questão de saber o que pode uma máquina universal. Propomos dois modos de abordar a constituição de um pensamento sobre máquinas universais. O primeiro modo será desenvolvido através da construção de redes, no sentido que lhes é dado pela Teoria Ator-Rede. Com as redes teceremos uma narrativa histórica da máquina universal, com o intuito de mostrar que não há uma máquina universal, mas uma multiplicidade de máquinas, cada uma ligada e produzida por determinados coletivos que agregam as mais diversas forças, alianças e controvérsias envolvendo atores humanos e não-humanos. Esta história será realizada, primeiro, no âmbito de lógica e da matemática, e posteriormente em sua relação com linguagens de programação, engenharia de software e software livre. O segundo modo de constituição de um pensamento acerca de máquinas universais será dado por dobras, entendidas como procedimentos pelos quais o tempo dobrado, aproximando problemas, temporalidades e conceitos. Nas dobras a máquina universal será problematizada primeiro em sua relação com o pensamento na obra de Turing, segundo com o problema da interação e seus paralelos com as mônadas fechadas e abertas e, em terceiro, na relação estabelecida com a subjetividade através da figura do daemon e da concepção de uma cognição estendida. === The idea of "universal machine" was proposed by Alan Turing in 1936. The universal machine would be a machine able of computing and executing any computable machine, being taken as one abstract model of the computer. As a problem, we put the question about what can a universal machine do. We propose two ways to approach the creation of a thought about universal machines. The first mode will be developed through the construction of networks, in the sense given to them by the Actor-Network Theory. With the networks we will weave a historical narrative of the universal machine, in order to show that there is not a universal machine, but a multitude of machines, each linked and produced by certain groups that congregate the most diverse forces, alliances and disputes involving human and nohuman actors. This history will be made, first, in the context of logic and mathematics, and later in its relation to programming languages, software engineering and open source software. The second mode of thinking about universal machines will be made through folds, understood them as procedures by which time is folded, approaching problems, concepts and temporality. In the folds the universal machine will be problematized first in its relationship with the thought in the work of Turing, second, with the problem of interaction and its parallels with the open and closed monads and, thirdly, the relationship established with the subjectivity through the daemon figure and the concept of extended cognition.
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