Summary: | Essa tese é composta por três estudos que tiveram como objetivo geral investigar a autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários. O primeiro estudo buscou analisar as relações entre aspectos autorregulatórios da aprendizagem e intenção de evasão durante o primeiro ano de universidade. Foi realizado um levantamento de caráter longitudinal com 59 estudantes, sendo avaliados aspectos motivacionais (autoconceito vocacional, autoeficácia acadêmica e metas de realização), estratégias de estudo, características de personalidade (Extroversão, Socialização, Neuroticismo, Realização e Abertura à Experiência), indicador de desajustamento psicológico (ansiedade, estresse, depressão), intenção de evasão e desempenho autorrelatado. Análises descritivas, correlacionais e comparações de médias foram realizadas. Identificou-se uma percepção de piora ao longo do primeiro ano acadêmico. Marcadores de vulnerabilidade (Neuroticismo, meta performance-evitação e indicador de desajustamento psicológico), assim como marcadores de resiliência acadêmica (autoconceito vocacional, autoeficácia acadêmica e meta aprender) foram apontados. Já o segundo estudo buscou avaliar o impacto de uma intervenção breve focada em aspectos autorregulatórios da aprendizagem em estudantes universitários. Participaram 81 estudantes de cursos da área de ciências exatas, com idades entre 18 e 41 anos, divididos em grupo experimental (GE; n=24) e controle (GC; n=57). As mesmas escalas do estudo 1 foram aplicadas antes e após a intervenção. Análises de variância revelaram que a intervenção impactou positivamente o GE quanto à autoeficácia acadêmica, identidade e decisão de carreira, monitoramento e autorreflexão. Além disso, observou-se melhoras nos níveis de ansiedade, depressão e estresse. Por fim, no estudo 3, buscou-se compreender o processo de desenvolvimento da autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários. Realizou-se um estudo de caso coletivo, sendo entrevistados três estudantes de graduação em três momentos distintos durante suas participações em uma intervenção com foco na promoção de competências autorregulatórias. Os dados foram analisados através de análise de conteúdo. Foi possível observar diferentes trajetórias de desenvolvimento, sendo que os reguladores externos parecem contribuir de forma importante para a internalização da regulação. De modo geral, discute-se a validade do acréscimo das variáveis de carreira no modelo da autorregulação da aprendizagem, assim como a necessidade de se projetar espaços e ações de intervenção com esses estudantes, potencializando marcadores de resiliência e minimizando o impacto de marcadores de vulnerabilidade. Limitações e sugestões de novos estudos são descritas. === This thesis consists of three studies that had as main objective to investigate the self-regulated learning in college students. The first study investigates the relationship between self- regulated learning and dropout intention during the first year of university. A longitudinal survey was conducted with 59 students and the measures involved motivational aspects (vocational self-concept, academic self-efficacy and achievement goals), study strategies, personality (Extraversion, Agreeableness, Neuroticism, Conscientiousness and Openness), psychological maladjustment (anxiety, stress and depression), dropout intention and self- reported performance. Descriptive statistics, correlational analyses, and pairwise comparisons were realized. A perception of worsening during the first academic year was identified. Academic vulnerability markers (Neuroticism, performance-avoidance goal and psychological maladjustment indicator) as well as academic resilience markers (vocational self-concept, academic self-efficacy and learning goal) were pointed. The second study sought to evaluate the impact of a brief intervention focused on self-regulatory learning in college students. Participants were 81 college students, all from exact sciences courses, aged 18 and 41, divided into experimental group (EG, n = 24) and control group (CG, n = 57). The same scales from study 1 were applied before and after the intervention. Analysis of variance showed that the intervention had a positive impact in EG in the variables of academic self- efficacy, identity and career decision, monitoring and self-reflection. Furthermore, it was observed improvements in the levels of anxiety, depression and stress. At the end, in study 3, it sought to understand the development process of self-regulated learning in college students. It was conducted a collective case study, being interviewed three undergraduate students at three different times during their participation in an intervention focused on the promotion of self-regulatory skills. Data were analyzed using content analysis. Particular development trajectories were identified and the external regulators seem to contribute to the internalization of regulation. In general, it was discussed the addition of the career variables in the model of self-regulated learning, as well as the need to design spaces and intervention actions with these students, enhancing resilience markers and minimizing the impact of vulnerability markers. Limitations and suggestions for further research are described.
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