Summary: | O presente estudo compreende uma pesquisa que investigou o trabalho de educador de abrigo institucional. Este estabelecimento destinado a crianças e adolescentes com Medida de Proteção encontra-se vinculado à Alta Complexidade da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), a qual vem estruturando ações e serviços para os cidadãos que dela necessitam. Nesse sentido, afirmando a Assistência Social enquanto campo de trabalho, problematizamos as configurações do capitalismo contemporâneo, engendrando os modos de trabalhar e de subjetivar neste contexto, bem como recorremos a duas abordagens das denominadas Clínicas do Trabalho, Ergologia e Clínica da Atividade, de modo a subsidiar as análises do trabalho na Assistência Social enquanto atividade. Utilizando diferentes pistas da estratégia cartográfica de pesquisa, a qual possibilita acompanhar processos, foi possível estar na situação de trabalho com os trabalhadores realizando encontros coletivos pelos quais buscamos tangenciar a experiência de dizer o trabalho. Com isso, foram produzidos diálogos, portadores de expressão e conteúdo, na condição de analisadores da atividade de trabalho. O trabalho implica uma gestão dos afetos que são engendrados nas relações com os acolhidos e demais trabalhadores a qual nenhuma dimensão prescritiva é capaz de antecipar. Face ao vazio de normativas acerca dos modos operatórios do trabalho de educar, o coletivo de trabalho configura-se enquanto um recurso para o enfrentamento das provações do real do trabalho o qual comporta um drama a ser vivido entre o controle e a produção de vida. A partir desse estudo, apontamos para a necessidade de catalisar intervenções que convoquem o trabalhador-educador na função de analista dos movimentos processuais de seu trabalho enquanto atividade, cultivando o ofício e produzindo trans-formações no e pelo trabalho, o qual implica diretamente a relação com as crianças e adolescentes em acolhimento institucional. === The present study comprises a research that intended to investigate the work of institutional shelter educators. The facility focuses on children and adolescents under protection measure and it is connected to the high complexity of the National Social Assistance Policy (PNAS), which has been structuring programs and services for citizens who need it. In that sense, affirming the Social Assistance as the field of work, we question the settings of contemporary capitalism, engendering the ways of working and subjectifying this context, we also resort to two approaches of so-called Labor Clinics, Ergology and Clinic of Activity in order to support the analysis of social work as an activity. Using different traces from the cartographic research strategy, which enables to monitor processes, it was possible to be in a work situation with the workers, performing collective encounters by which we seek to approach the experience of saying the work. Thus, dialogues were produced, carrying expression and content, as analyzers of the work activity. The work on institutional sheltering puts workers- educators to the test intensely, especially considering the lack of norms about how to do the work. This entails the management of the emerged relations between sheltered and workers, requiring the use of the self through the relationships and the various standards that they cross. These different axes compose the experience of working as an educator who is transversed by a number of aspects of the norms and institutions.
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