Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul
O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a...
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2008
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ndltd-IBICT-oai-www.lume.ufrgs.br-10183-135622019-01-22T01:29:56Z Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul Sousa, Ruth Moreira de Sousa, Edson Luiz Andre de Fotografia : Imagem Fotografia : Memória Simultaneidade : fotografia Photography Dialetic image Image of hope Simultaneity Ressignification O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’). The text proposes a reflection about the photography’s conceptual thought on the artwork presented, Variations in blue. That thought defends the photography not as an record of moments that has already passed, “that happened” (Roland Barthes), but as an mechanism to make the memory perform the several possibilities of “that could have happened” or “ that is impossible to have happened”. The artwork presents the photography as a continuous process of reconstruction, of renewing, of caducous image’s ressignification, of becoming action again. To that conception here presented, the photography doesn’t have the function to remember what it was, but to make up a new happening. This way, the photography produces impossible happenings: they have existence only throughout photography and inside the photography. Delineating relations between the music, the cinema and the photography, the text constructs the arguments that support this conceptual idea, which are: The “original” is not the matrix that reproduces identical unities, but “origin” plus “newness”, as proposed by Walter Benjamin for the “dialetic image”. The photography does not indicate the past, but the “present future”, as stated by Ernst Block about the image of hope. The photography is capable to enclose not one single moment, but the simultaneity. It is capable of proposing movement, understood not as a displacement from one point to another (AB), but as a state change, the ressignification of the same (A-A’). 2008-08-07T04:11:31Z 2008 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/13562 000648535 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS |
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O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’). === The text proposes a reflection about the photography’s conceptual thought on the artwork presented, Variations in blue. That thought defends the photography not as an record of moments that has already passed, “that happened” (Roland Barthes), but as an mechanism to make the memory perform the several possibilities of “that could have happened” or “ that is impossible to have happened”. The artwork presents the photography as a continuous process of reconstruction, of renewing, of caducous image’s ressignification, of becoming action again. To that conception here presented, the photography doesn’t have the function to remember what it was, but to make up a new happening. This way, the photography produces impossible happenings: they have existence only throughout photography and inside the photography. Delineating relations between the music, the cinema and the photography, the text constructs the arguments that support this conceptual idea, which are: The “original” is not the matrix that reproduces identical unities, but “origin” plus “newness”, as proposed by Walter Benjamin for the “dialetic image”. The photography does not indicate the past, but the “present future”, as stated by Ernst Block about the image of hope. The photography is capable to enclose not one single moment, but the simultaneity. It is capable of proposing movement, understood not as a displacement from one point to another (AB), but as a state change, the ressignification of the same (A-A’). |
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