Análise do dano de DNA em sangue periférico como medida de desfecho de um programa de reabilitação pulmonar

O aumento no número de células inflamatórias, a produção anormal de citocinas pró-inflamatórias e o desequilíbrio entre a formação de radicais livres e a capacidade antioxidante geram alterações locais e sistêmicas na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), associada com disfunção e perda da mass...

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Bibliographic Details
Main Author: Moussalle, Luciane Dalcanale
Other Authors: Teixeira, Paulo Jose Zimermann
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2008
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/13557
Description
Summary:O aumento no número de células inflamatórias, a produção anormal de citocinas pró-inflamatórias e o desequilíbrio entre a formação de radicais livres e a capacidade antioxidante geram alterações locais e sistêmicas na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), associada com disfunção e perda da massa muscular. A reabilitação pulmonar é uma modalidade de tratamento com evidência A, cujos desfechos são medidos através da melhora da capacidade de exercício físico e qualidade de vida, mas estudos recentes demonstram uma redução no estresse oxidativo induzido pelo exercício, o que potencialmente também reduziria o dano tecidual. A análise do dano de DNA em linfócitos de sangue periférico foi utilizada como possível medida de desfecho em 13 de 39 portadores de DPOC submetidos a um programa de reabilitação pulmonar (PRP) com duração de 4 meses. Todos os pacientes foram submetidos ao teste da caminhada dos seis minutos (TC6) e ao questionário de qualidade de vida Saint George (QQVSG), sendo que 13 pacientes coletaram sangue antes e depois do PRP para análise do dano de DNA pela técnica de micronúcleos. Do total de 39 portadores de DPOC, 69,23% eram do sexo masculino com idades de 63,33 ± 8,60 anos e média de VEF1 de 1,06 ± 0,55L. Após o PRP, ocorreu aumento significativo na distância percorrida no TC6 (366,84±108,42 [pré PRP] vs. 400,76±94,55 [pós PRP], p=0,001) e melhora em todos os domínios do QQVSG (Sintomas: 47,05±21,28 [pré PRP] vs. 35,28±16,92 [pós PRP], p=0,005; Atividades: 62,84±27,07 [pré PRP] vs. 56,02±24,09 [pós PRP], p=0,038; Impacto: 33,30±18,71 [pré PRP] vs. 19,97±12,11 [pós PRP], p<0,001; Total: 49,41±21,99 [pré PRP] vs. 37,61±18,96 [pós PRP], p<0,001). Quanto à avaliação do dano genético, obteve-se uma diminuição estatisticamente significativa (p=0,014) na freqüência de micronúcleos (5,53±2,14 [pré PRP] vs. 3,07±2,13 [pós PRP] ), o que não ocorreu na análise das pontes nucleoplasmáticas e buds nucleares (1,15±0,89 [pré PRP] vs. 0,76±1,01 [pós PRP], p=0,244 e 1,69±1,43 [pré PRP] vs. 1,69±2,13 [pós PRP], p=0,804, respectivamente). A redução na freqüência de micronúcleos demonstrou que o PRP não somente melhorou a qualidade de vida e o desempenho na capacidade de exercício, mas também foi capaz de reduzir o dano de DNA. === Pulmonary rehabilitation is a treatment supported by level A evidence, and its outcomes are measured by the improvement in physical exercise capacity and quality of life. The objective of this study is to investigate if pulmonary rehabilitation reduces DNA damage in peripheral blood of patients with chronic obstructive pulmonary disease. DNA damage in peripheral blood lymphocytes was used as an outcome measure in 13 of 39 patients with chronic obstructive pulmonary disease who underwent a 4-month pulmonary rehabilitation program. All patients underwent the 6- minute walk test and answered the Saint George’s respiratory questionnaire to assess quality of life. Blood was collected from 13 patients before and after pulmonary rehabilitation program to analyze DNA damage using the micronucleus technique. After pulmonary rehabilitation program, there was a significant increase in 6- minute walk distance and improvement in all the Saint George’s respiratory questionnaire domains. The evaluation of genetic damage revealed a statistically significant decrease (p = 0.014) of micronucleus frequency. No significant differences were found in the analysis of nucleoplasmic bridges or nuclear buds. The decrease of micronucleus frequency demonstrated that PRP not only improved quality of life and performance in work capacity exercises, but also reduced DNA damage.