Summary: | Na produção agropecuária, os impactos ambientais relacionados com a produção de gases do efeito estufa (GEE), o uso da água, uso de energia e uso da terra são grandes preocupações globais. Pouca informação existe sobre a sustentabilidade ambiental e econômica dos sistemas de produção em pastagem natural do sul do Brasil. Objetivou-se com esta pesquisaavaliar através de simulações no modelo computacional biológico, IntegratedFarm System Model, a produtividade animal, custos de produção e retorno financeiro, bem como apegada de carbono (PC), pegada de nitrogênio (PN), pegada da água e pegada de energia, de três sistemas de produção de bovinos de corte do Rio Grande do Sul (RS). As simulações foram realizadas utilizando dados reais de sistemas de produção que trabalham com bovinos de corte da raça Angus criados em pastagem natural (PN), com baixa suplementação (PNS), e PNS combinada com lavoura de soja (PNSI). A produtividade animal em kg/ha/ano foi 44% maior para os sistemas PNS e PNSI, quando comparado com PN. Mesmo que o custo de produção por hectare foi menor para PN (US $ 78.14) em comparação a PNS (US$ 99.98) e PNSI (US$ 142.00), o PNS e PNSI obtiveram um rendimento líquido por hectare (US$/ha), 70% e 220% maior, respectivamente, quando comparado com NP. Isto ocorreu em razão da maior produção de carne em consequência da suplementação com grão e também devido à diversificação com culturas rentáveis como a soja. A pegada de carbono (PC) (kg de equivalente CO2/kg de peso vivo ganho (PVG) foi 48% e 37% menor (P<0.0001) em sistemas PNSI e PNS, respectivamente, quando comparado a PN. Além disto, a PC foi 18% menor em PNSI em comparação a PNS, provavelmente devido ao maior sequestro de GEE pela planta (soja) nas condições de solo e clima avaliados. No entanto, a maior contribuição para a redução da PC foi devido à suplementação. PNS apresentou menor (P<0.0001) pegada de nitrogênio em comparação a PN e PNSI. Apegada de nitrogênio (kg N/kg PVG), pegada de água (Mg H2O/kg PVG), pegada de energia (MJ/kg PVG) foram aumentadas (P<0.0001) no sistema PNSI em comparação a PNS e PN. A melhoria da eficiência produtiva, em consequência da suplementação reduziu a PC/kg de PVG e por hectare. No entanto, com a compra de fertilizantes para lavoura e grãos para alimentação animal, houve um aumento da pegada de água e pegada de energia. A suplementação em pastagem natural nos específicos cenários avaliados pode ser considerada uma prática de baixo impacto ambiental, que quando integrado com a soja, poderá trazer um maior retorno econômico para a atividade agropecuária. === For agri-food products, environmental impacts related to greenhouse gas (GHG) emissions, water use, energy use and land use are all typically of high concern. However, little information exists about the environmental footprints and economics of beef production systems in southern Brazil. The objectives of this research were to evaluate the economics, carbon footprint (CF),nitrogen footprint, water footprint and energy footprint of beef production systems in Rio Grande do Sul (RS) using a software Integrated Farm System Model. These simulations were done with Angus beef cattle raised on natural pasture (NP), natural pasture with low supplementation (NPS), and natural pasture with low supplementation and soybean crop combination (NPSI). Net animal gain sold (kg)/ha/year increased 44% for NPS and NPSI when compared with NP. Even though NP production cost per hectare was lower (US$ 78.14) than NPS (US$ 99.98) and NPSI (US$ 142.00), NPS and NPSI had net return per hectare (US$/ha), 70% and 220% greater, respectively, when compared to NP due to higher beef productivity from feeding more grain and diversifying into profitable crop enterprises such as soybeans. Natural pasture with low supplementation level in NPSI and NPS decreased (P<0.0001) by 48% e 37% the CF (kg CO2 equivalent /kg of body weight gain (BWG)) when compared with NP. Furthermore, CF was also 18% lower for NPSI compared with NPS, may due to greater sequestration of GHG by soybean plants in this specifics scenario evaluated. However, the higher contribution in reducing GHG emissions was more due to supplementation. For agri-food products, environmental impacts related to greenhouse gas (GHG) emissions, water use, energy use and land use are all typically of high concern. However, little information exists about the environmental footprints and economics of beef production systems in southern Brazil. The objectives of this research were to evaluate the economics, carbon footprint (CF),nitrogen footprint, water footprint and energy footprint of beef production systems in Rio Grande do Sul (RS) using a software Integrated Farm System Model. These simulations were done with Angus beef cattle raised on natural pasture (NP), natural pasture with low supplementation (NPS), and natural pasture with low supplementation and soybean crop combination (NPSI). Net animal gain sold (kg)/ha/year increased 44% for NPS and NPSI when compared with NP. Even though NP production cost per hectare was lower (US$ 78.14) than NPS (US$ 99.98) and NPSI (US$ 142.00), NPS and NPSI had net return per hectare (US$/ha), 70% and 220% greater, respectively, when compared to NP due to higher beef productivity from feeding more grain and diversifying into profitable crop enterprises such as soybeans. Natural pasture with low supplementation level in NPSI and NPS decreased (P<0.0001) by 48% e 37% the CF (kg CO2 equivalent /kg of body weight gain (BWG)) when compared with NP. Furthermore, CF was also 18% lower for NPSI compared with NPS, may due to greater sequestration of GHG by soybean plants in this specifics scenario evaluated. However, the higher contribution in reducing GHG emissions was more due to supplementation.
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