Summary: | Introdução: no contexto da hospitalização infantil, grande atenção é dada à UTI neonatal, porém observa-se a carência de pesquisas de caráter interventivo com o fim de investigar a necessidade e os benefícios de programas de intervenção que possam diminuir componentes ambientais e estressores, e promover a continuidade do desenvolvimento do bebê durante a hospitalização em unidades pediátricas. Objetivos: (1) descrever o desenvolvimento motor e cognitivo dos bebês de 0 a 18 meses internados por doenças respiratórias; (2) comparar o desenvolvimento de bebês internados por doenças respiratórias participantes e não participantes de um programa hospitalar de intervenção motora; (3) analisar as associações entre o desenvolvimento motor dos bebês hospitalizados e a cognição, bem como, fatores biológicos, ambientais e hospitalizações recorrentes; (4) analisar as associações entre o número de hospitalizações e fatores biológicos, socioeconômicos e do ambiente familiar. Métodos: estudo descritivo, transversal e prospectivo realizado na unidade de internação pediátrica de um hospital público do sul do Brasil. Participaram 39 bebês, com idade variando de 1 a 16 meses. Para avaliação do desenvolvimento dos bebês foram utilizados a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e as escalas cognitiva e motora da Bayley Scale of Infant Development (Bayley III). Também foram utilizados questionários com os responsáveis para caracterização da amostra, do ambiente familiar (Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale - AHEMD) e do nível socioeconômico (Critério de Classificação Econômica Brasil). Resultados: (1) a prevalência de bebês com desenvolvimento abaixo do esperado para a cognição foi de 46% e para motricidade de 59% (Bayley) e 74,4% (AIMS); (2) houve interação significativa entre grupo x tempo nos escores cognitivo e escores motores da AIMS; (3) grupo que recebeu intervenção teve mudanças positivas e significativas entre as duas avaliações; (4) observou-se associação significativa entre o desenvolvimento motor e a idade da criança, tipo de residência, escolaridade da mãe e desenvolvimento cognitivo; (5) observou-se associação significativa entre o número de hospitalizações e a idade da criança, idade e escolaridade da mãe, tipo de residência, práticas AHEMD e espaço interno da residência. Conclusão: a intervenção motora no ambiente hospitalar, durante o tempo de internação de bebês com doenças respiratórias, contribui de forma positiva para o desenvolvimento motor e cognitivo. Os fatores ambientais estiveram mais associados do que os fatores biológicos tanto ao número de internações por doenças respiratórias, quanto ao desenvolvimento motor de bebês de 1 a 16 meses. Esses resultados reforçam a importância do ambiente e das especificidades da tarefa no desenvolvimento infantil, sendo estes capazes de reduzir efeitos da vulnerabilidade biológica. === Introduction: great attention is given to the NICU in the context of infant hospitalization, however there is a lack of research in order to investigate the need and benefits of intervention programs that can reduce environmental components, and promote the continued development of the baby during hospitalization in pediatric units. Objectives: (1) describe the motor and cognitive development of infants aging from 0 to 18 months hospitalized for respiratory diseases; (2) compare the development of infants hospitalized participants and non-participants of a motor intervention program; (3) analyze the associations between motor development of infants hospitalized and cognition, as well as biological and environmental factors and recurrent hospitalizations; (4) analyze the associations between the number of hospitalizations and biological and socioeconomic factors and family environment. Methods: descriptive, cross-sectional prospective study conducted in the pediatric unit of a public hospital. Participated 39 infants, aged 1-16 months. Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and Bayley Scale of Infant Development (Bayley III) was used to evaluate the development of infants. Questionnaires was also conducted with the infant’s responsible for sample characterization, family environment (Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale - AHEMD) and socioeconomic level (Critério de Classificação Econômica Brasil). Results: (1) the prevalence of babies with lower development than expected for cognition was 46% and for motor skills 59% (Bayley) and 74.4% (AIMS); (2) there was a significant group x time interaction between the cognitive scores and motor scores of AIMS; (3) the group that received intervention had positive and significant changes between the two assessments; (4) it was observed a significant association between motor development and the child's age, type of residence, mother's education and cognitive development; (5) it was observed a significant association between the number of hospitalizations and the child's age, mother's age, mother’s education, type of residence, AHEMD practices and internal space of the house. Conclusion: The motor intervention in the hospital during the period of infant’s hospitalization with respiratory diseases contributes positively to the motor and cognitive development. Environmental factors were more associated than biological factors for the number of admissions for respiratory disease as motor development of infants aging 1-16 months. These results reinforce the importance of the environment and the specifics of the task in child development, being able to reduce these effects of biological vulnerability.
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