Summary: | Esta dissertação tem como temática mostrar a visibilidade da África pelos alunos, estabelecida por diversas leituras de imagens inscritas em diversos locais. O estudo está ancorado na interface dos campos da Geografia e da Educação, por possibilitar tensionamentos nos significados construídos discursivamente sobre a África. E, também, por orientar os modos de fazer a pesquisa, onde foram utilizadas ferramentas teóricas trazidas devido aos conceitos de poder, discurso, identidade, alfabetização visual e juventudes, cujas quais, foram sendo operadas na medida em que fossem necessárias. Os dados do estudo foram extraídos de duas atividades didáticas realizadas com alunos da 8ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública na cidade de Porto Alegre – RS. As atividades foram as seguintes: Oficina 1 - A África Imaginada, onde os alunos fizeram um desenho e um pequeno texto sobre a África. A intenção é a de entender qual é o significado da África para os alunos antes de iniciar a estudá-la como conteúdo na disciplina. Oficina 2 - A África Capturada tem por objetivo compreender quais as leituras de África que os alunos fazem a partir da prática de elaborar um cartaz com imagens da África que se encontram nos seus livros didáticos. Com estes dados foi construído três focos de analises: Dos estilos africanos, os alunos escolheram imagens que mostram uma África homogênea em termos de estética e costumes. Dos modos de sustento, as imagens selecionadas pelos alunos trazem significados sobre os modos de viver tradicional dos africanos. Das paisagens, as escolhas foram endereçadas para as paisagens naturais. Constata-se que, ainda após 10 anos da Lei 10.639, a África bipartida ainda existe, onde o seu lado bom é marcado pela sua grandiosa natureza, a qual remete a ideia de natureza (romântica) intocada sem a intervenção humana, e seu lado ruim é evidenciado por imagens de miséria, pobreza, fome entre outras. Ambos os lados são produções que repetem as construções do discurso colonial hegemônico, reafirmando o preconceito sobre as formas atrasadas de viver no tempo, sem possibilidades de evolução tecnológica, onde nem a classificação capitalista nem a subdesenvolvida são consideradas. Evidencia-se ainda, efeitos do discurso escolar e midiático que produzem um aluno pouco crítico. Estas recorrências discursivas clamam pela urgência da necessidade de trabalhar mais e mais no deslocamento destes saberes para a produção de novos olhares. === This Dissertation aims to show the students view of Africa, established by several readings of images registered in several locations. The study is anchored at the interface of Geography and Education areas, as it enables tensionings in the discursively constructed meanings about Africa. And also for guiding the ways of doing research, where were used theoretical tools because of their power, discourse, identity, visual literacy and youths concepts, which have been operated to the extent as they were necessary. The study data were extracted from two didactic activities carried out with students from the 8th grade of the Elementary School of a public school in the city of Porto Alegre - RS. The activities were as follows: Workshop 1 - The Imagined Africa, where the students made a drawing and a short text about Africa. The intention is to understand what the significance of Africa is for the students before starting to study it as content in the subject. Workshop 2 - The Captured Africa, which aims to understand the readings of Africa that the students do from the practice of preparing a poster with images of Africa that are in their didactic books. With these data it was built three focuses of analysis: Of African styles, students chose pictures that show a homogeneous Africa in terms of aesthetics and costumes. Of livelihood ways, the selected images by the students bring meanings about Africans traditional ways of life. Of landscapes, the choices were addressed to natural landscapes. It is verified that even after 10 years of the Law 10.639, the bipartisan still exists in Africa, where its good side is marked by its grandiose nature, which refers to the idea of the untouched (romantic) nature without human intervention, and its bad side is evidenced by images of misery, poverty, hunger, among others. Both sides are productions that repeat the constructions of the hegemonic Colonial discourse, reaffirming the prejudice about the backward ways of living in time without possibilities of technological evolution, where neither the capitalist nor the underdeveloped classifications are considered. It is also evidenced the mediatic and school discourse effect that produce a slightly critical student. These discourses recurrences call for the urgency of the need to work more and more in the displacement of this knowledge to produce new perspectives.
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