Summary: | Estudos morfométricos têm demonstrado uma reação crônica na parede arterial, caracterizada pela hiperplasia intimal secundária à migração e proliferação de células musculares lisas e pela deposição de matriz extracelular após o implante de próteses endoluminais tipo stent. O objetivo deste estudo é analisar o espessamento intimal adjacente ao implante de um stent. Foram estudados 14 suínos de raça mista, com peso inicial de 28 a 33 kg. Sete animais receberam o implante de um stent auto-expansível tipo “Z”, com 3,8 mm de diâmetro, confeccionado em aço inoxidável, na artéria carótida comum direita, sob dissecção direta do vaso. O grupo controle consistiu de outros sete animais que sofreram manipulação arterial, com o sistema introdutor, sem o implante do stent. As artérias carótidas comuns contralaterais não lesadas, dos dois grupos, foram utilizadas como controle. A metodologia do estudo consistiu da análise morfométrica de amostras de tecido arterial, obtidas de um segmento medindo 0,3 cm junto ao segmento distal do stent, quatro semanas após o implante. Os achados morfométricos foram comparados com amostras arteriais oriundas das carótidas lesadas, no grupo controle, e das carótidas contralaterais não lesadas, dos dois grupos. Foi realizado o monitoramento hematimétrico e do perfil lipídico para controle da viscosidade sangüínea e da hipercolesterolemia. A análise estatística foi realizada através do teste de Mann-Whitney e do teste T de Wilcoxon, para amostras não-paramétricas. Os dados foram apresentados como mediana e intervalos entre quartis (percentis 25 e 75). O valor de significância considerado foi de p<0,05. Os resultados demonstraram um maior espessamento intimal no grupo submetido ao implante de stent: a área intimal foi 0,1689 mm2 (0,1224-0,3979), no grupo stent, e, 0,0021 (0,0014-0,0038), no grupo não stent (p=0,008). As áreas luminais e da camada média não apresentaram alterações significativas, entre os dois grupos. Quando os dois grupos foram comparados às suas respectivas artérias carótidas contralaterais, foram encontradas alterações significativas nas mensurações da área intimal e do lúmen arterial. Não houve alterações estatisticamente significativas na área da camada média. Conclui-se que todas as artérias submetidas ao implante do stent apresentaram espessamento intimal, sem alterações na camada média, quatro semanas após o implante de um stent. === Morphometric studies have evidenced a chronic reaction on the arterial wall characterized by intimal hyperplasia secondary to migration and proliferation of smooth muscle cells and by extracellular matrix deposal after stenting. The purpose of this study is to analyze the intimal thickening adjacent to a stent implantation. Fourteen crossbred pigs initially weighing 28 to 33 kg were studied. Seven animals received a stainless steel, autoexpansive “Z” stent-type implantation (diameter = 3.8-mm) on the right common carotid artery under direct vessel dissection. The control group consisted of other seven animals that underwent arterial manipulation by the delivery system without a stent implantation. Uninjured contralateral common carotid arteries of both groups were used as controls. Study methodology included morphometric analysis of arterial tissue samples taken from a 0.3-cm segment along the stent distal segment four weeks after stent placement. Morphometric findings were compared to arterial samples resulting from injured carotids in the control group, and from uninjured contralateral carotids of both groups. Hematimetric and lipid profile monitoring was ordered to evaluate blood viscosity and hypercholesterolemia. Statistical analysis of the morphometric data consisted of unparied Mann-Whitney’s U test and Wilcoxon’s T test for non-parametric data. All data are presented as median and interquartiles range (25 - 75 percentiles). A value of p< .05 was considered significant. The results of this study showed a greater intimal thickening in the group that underwent a stent implantation: intimal area was 0,1689 mm2 (0,1224-0,3979) in the stent group and 0,0021 mm2 (0,0014- 0,0038) in the non stent group (p=.008). No significant changes in luminal area and media layer were identified when both group were compared. When both group were analysed against their respective uninjured normal contralateral carotid arteries significant alterations on intimal and luminal areas were detected. No significant changes in the medial area were detected in either group. In conclusion, a considerable intimal thickening was observed in all carotids submitted to stent implantation and there was no morphometric alterations in the media tunica, four weeks after stent placement.
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