Avaliação da composição corporal pela bioimpedância e pelas dobras cutâneas em pacientes com diabetes tipo 2 : um estudo de acurácia diagnóstica

Introdução: A medida do percentual de gordura corporal (PGC) sofre a influência de diversos fatores (obesidade severa, acúmulo excessivo de gordura no abdomen, hidratação, etc), dependendo da técnica utilizada, podendo comprometer o desempenho das mesmas. Muitos destes fatores estão frequentemente p...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bello, Gabriela Brenner
Other Authors: Zelmanovitz, Themis
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/106730
Description
Summary:Introdução: A medida do percentual de gordura corporal (PGC) sofre a influência de diversos fatores (obesidade severa, acúmulo excessivo de gordura no abdomen, hidratação, etc), dependendo da técnica utilizada, podendo comprometer o desempenho das mesmas. Muitos destes fatores estão frequentemente presentes nos pacientes com DM tipo 2, o que torna essencial o estudo da acurácia destes métodos nesta população. Objetivo: Avaliar a Bioimpedância (BIA) e as Dobras Cutâneas (DC) como métodos de estimativa da gordura corporal em pacientes com DM tipo 2, comparando-os com a Absorciometria de Raios X de Dupla Energia (DXA), como método de referência. Métodos: Neste estudo de acurácia diagnóstica, os pacientes foram submetidos à avaliação da composição corporal através da BIA (InBody 230, Biospace, Coréia), das DC (Lange, Fórmulas de Petroski e de Durnin) e da DXA (Lunar - iDXA). Para avaliação clínica foram analisados o controle metabólico (glicêmico e perfil lipídico) e pressórico e pesquisadas as complicações crônicas do DM. Resultados. Foram avaliados 133 pacientes (76 mulheres; idade: 63,6 ± 9,1 anos, duração do DM: 15,5 ± 10,3 anos; IMC: 29,2 ± 3,6), sendo que o PGC médio foi de 42,4 ± 4,8% nas mulheres e 31,1 ± 4,7% nos homens (p<0,001). A correlação do PGC estimado pela BIA e pelas DC com o estimado pela DXA foi, respectivamente r=0,93 (p<0,001) e r=0,81 (p<0,001). A BIA subestimou o PGC em 1,4 ± 3,2 (p<0,05) nas mulheres e 2,3 ± 3,3% (p<0,05) nos homens, quando comparada a DXA, sendo estas diferenças menos acentuadas nos pacientes com IMC≥ 30 kg/m2 (Gráficos de Bland-Altman). As DC subestimaram o PGC quando calculado com a Fórmula de Petroski, (3,7 ± 4,0% [p<0,05] nas mulheres e 1,55 ± 3,8% [p<0,05] nos homens) e superestimaram quando calculado com a Fórmula de Durnin ajustada para a idade, sendo que este ultimo apenas nas mulheres (1,8 ± 4,5% [p<0,05]). Na análise das curvas ROC, a área sob a curva da BIA foi 0,945 nas mulheres e 0,897 nos homens. Para as DC, utilizando as diferentes fórmulas, as áreas sob a curva variaram de 0,611 a 0,673 nas mulheres e foram 0,960 nos homens. Conclusão: Para a avaliação da composição corporal de pacientes com DM tipo 2, tanto a BIA como as DC (dependendo da fórmula) subestimam o PGC, comparados a DXA, mas em valores não clinicamente relevantes. A BIA apresentou uma boa acurácia em ambos sexos. Já a medida pelas DC mostrou acurácia semelhante, mas apenas nos homens. === Objective. To evaluate the performance of bioimpedance (BIA) and skinfold thickness as methods to estimate percentage body fat (PBF) in patients with Type 2 diabetes, comparing them to Dual Energy X-Ray Absorptiometry (DXA), as a reference standard. Research Design and Methods. In this study of diagnostic accuracy, the patients were submitted to evaluation of body composition with BIA (InBody 230, Biospace, Korea), skinfold thickness (Lange caliper) and DXA (Lunar - iDXA). PBF estimated by skinfold thickness was calculated with three equations: Petroski, Durnin & Womersley (DW) gender-adjusted and DW age-adjusted. Clinical evaluation consisted of the metabolic (glycemic and lipid profile) and blood pressure control, as well as the search for diabetic chronic complications. Results. One hundred and thirty-three patients were evaluated (76 women; age: 63.6 ± 9.1 years, duration of diabetes: 15.5 ± 10.3 years; body mass index [BMI]: 29.2 ± 3.6 kg/m2). PBF estimated by DXA was 42.4 ± 4.8% in women and 31.1 ± 4.7% in men (p<0.001). The correlation of the PBF estimated by BIA and by skinfold thickness with that estimated by DXA was, respectively, 0.93 (p<0.001) and 0.81 (p<0.001). BIA underestimated the PBF at 1.4 ± 3.2 (p<0.05) in women and 2.3 ± 3.3% (p<0.05) in men, compared to DXA, and these differences were less pronounced in patients with BMI ≥ 30 kg/m2 (Bland-Altman Plots). PBF calculated by Petroski’s equations was underestimated in 3.7 ± 4.0% [p<0,05] in women and 1.55 ± 3.8% [p<0.05] in men; and overestimated in 1.8 ± 4.5% [p<0.05] when calculated using DW equations age-adjusted only in women. The area under the ROC curves for BIA as a method to identify patients with increased PBF was 0.945 (p<0.001) in women and 0.897 (p<0.001) in men. The area under the ROC curves for skinfold thickness varied from 0.611 to 0.673 (all p>0.05) in women and was 0.960 (all P<0,05) in men. Conclusion. In patients with type 2 diabetes, both BIA and skinfold thickness underestimated PBF, when compared to DXA, at values that ranged from 1.4 to 2.3% and 1.5 to 4.5%, respectively. BIA was accurate in both sexes as a method to estimate PBF and to identify patients with increased PBF. On the other hand, PBF estimated by skinfold thickness was similarly accurate, but only in males.